FNAM diz que ministra não tem condições para continuar no cargo

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) disse hoje que a ministra da Saúde não tem condições para continuar no cargo e pede a sua substituição, no dia em que Ana Paula Martins está no parlamento a discutir o OE2025.

© Facebook / FNAM

Em comunicado, a FNAM realça que a “par do caos instalado no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) pelo Ministério da Saúde, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem assistido a demissões de Conselhos de Administração das Unidades Locais de Saúde em catadupa, e nomeações de outras, sem explicação lógica”.

“A discussão do Orçamento do Estado esta manhã é a demonstração, com a força dos números, que as sucessivas tragédias são o resultado das opções políticas da ministra da Saúde(…). Não existem condições para continuar no cargo”, refere a nota.

A FNAM diz ter exigido, há três meses, a “substituição da liderança do Ministério da Saúde por alguém que conseguisse servir o SNS, algo que agora é repetido por toda a sociedade, após a generalização dos conflitos, a ausência de respostas estruturais para recuperar o SNS e, mais recentemente, a gestão desastrosa do INEM, que culminou com a perda de 11 vidas”.

“Defendemos uma gestão da saúde que siga um trilho democrático, participado, transparente e responsável, em que os cargos de direção ou coordenação de natureza técnico-científica sejam por eleição interpares, em vez de nomeações políticas”, destaca a Federação.

Na sexta-feira, a FNAM lamentou que tenham sido as diversas mortes na sequência de alegados atrasos nas chamadas de emergência a forçar o Governo a ouvir os técnicos de emergência pré-hospitalar.

Para a FNAM, a ministra da Saúde “poderia ter ouvido, a tempo e horas”, o alerta dos profissionais da emergência pré-hospitalar sobre as insuficiências, bem como as soluções para a melhoria das suas condições de trabalho e acesso a serviços.

“A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, que não negociava nada com o sindicato do setor, garante agora que vai negociar tudo, mas podia e devia ter demonstrado essa disponibilidade” a tempo de evitar as mortes, afirma, referindo-se à falta de resposta da tutela aos alertas dos técnicos de emergência pré-hospitalar, que acabaram por entrar em greve às horas extraordinárias no dia 30, uma paralisação desconvocada na quinta-feira.

A ministra da Saúde visita hoje o INEM, seis dias depois das medidas de contingência para minimizar atrasos na resposta à população, um assunto que deverá também levar Ana Paula Martins a dar explicações no parlamento.

A visita de Ana Paula Martins à sede do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), em Lisboa, está agendada para as 15h30, mas antes a governante está a ser ouvida na Assembleia da República sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2025.

Últimas do País

O segundo dia de greve dos trabalhadores da função pública estava às 09:00 de hoje a ter uma adesão elevada, com 75% na educação e 90% nas cantinas das universidades e politécnicos, disse à Lusa fonte sindical.
Os doentes classificados como urgentes no hospital Amadora-Sintra enfrentaram hoje de manhã tempos de espera que rondava as 12 horas para a primeira observação, segundo dados do portal do SNS.
O desaparecimento de uma bebé no Hospital de Gaia não mostrou apenas uma falha de segurança: revelou um mercado milionário sem escrutínio, contratos feitos à porta fechada e sistemas supostamente infalíveis que afinal podem ser contornados.
Num só ano letivo, entraram mais de 31 mil alunos estrangeiros, um aumento explosivo de 22% que já está a alterar a composição das salas de aula e a desafiar a capacidade de resposta do sistema educativo.
Um globo, lápis, uma ardósia e nada mais. Foi este o ‘cenário natalício’ apresentado por uma escola de Pinhal Novo, após decidir eliminar todos os símbolos da época das fotografias escolares. A decisão caiu mal entre os pais, que acusam o agrupamento de impor uma medida que “ninguém pediu nem compreende”.
Foram emitidos avisos laranja para neve nos distritos da Guarda e Castelo Branco, e para agitação marítima na costa ocidental entre sexta e sábado.
Uma rede criminosa que movimentou mais de 200 milhões de euros em apenas dois anos foi desmantelada pela PJ do Porto. Cinco pessoas foram detidas e 45 arguidos constituídos num esquema gigantesco de branqueamento ligado a comerciantes chineses.
Um jovem de 19 anos foi alvejado no peito por um disparo vindo de um carro em andamento, em plena via pública, em Carnaxide. A vítima está em estado grave e a Polícia Judiciária já assumiu a investigação.
O homem que foi esta quarta-feira encontrado morto nas imediações da Divisão de Investigação Criminal (DIC) da PSP de Lisboa tinha dado entrada e abandonado, em novembro, a urgência do Hospital de S. Francisco Xavier, adiantou à Lusa fonte hospitalar.
Hospitais sem equipas, comboios imobilizados, metro fechado, autocarros nas garagens e lixo por recolher em várias cidades. A greve geral convocada pela CGTP e UGT (a primeira desde 2013) está a provocar um bloqueio nacional sem precedentes.