Parlamento ucraniano aprova Orçamento com 60% da despesa para defesa e segurança

O parlamento ucraniano aprovou hoje o orçamento para 2025, no qual 60% da despesa (50 mil milhões de euros) serão consagrados à defesa e à segurança nacional, para combater a invasão russa e suas consequências, anunciou o Governo.

© Facebook de Volodymyr Zelensky

“O orçamento para 2025 foi aprovado”, anunciou o primeiro-ministro, Denys Shmygal, na plataforma digital Telegram.

O texto deverá agora ser assinado pelo Presidente da República, Volodymyr Zelensky.

“Todos os impostos cobrados aos cidadãos e às empresas no próximo ano serão utilizados para a defesa e a segurança do nosso país”, afirmou Shmygal.

A verba de cerca de 50 mil milhões de euros destinada à defesa e à segurança representam mais de um quarto do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o Ministério das Finanças ucraniano.

O orçamento do Estado para 2025, de cerca de 82 mil milhões de euros no total, “define claramente as prioridades”, explicou no Telegram Shmygal: “A defesa, a segurança, o apoio à população, o desenvolvimento e a restauração do país”.

A invasão russa da Ucrânia, em curso desde fevereiro de 2022, arrasou a economia nacional e destruiu muitas infraestruturas, causando grandes prejuízos económicos e levando o Ocidente a fornecer a Kyiv ajuda financeira em grande escala.

O Exército ucraniano está em dificuldades há vários meses no campo de batalha perante as tropas russas mais numerosas que estão a ganhar terreno em vários pontos da linha da frente.

Por seu lado, a Rússia prevê um aumento de 30% das despesas militares em 2025, após um aumento impressionante de 70% em 2024, segundo dados oficiais – sinal da determinação do Kremlin em prosseguir a sua invasão do país vizinho a todo o custo.

De acordo com o orçamento aprovado pelos deputados no final de outubro, Moscovo vai gastar cerca de 160 mil milhões de dólares (cerca de 150 mil milhões de euros) em defesa e segurança no próximo ano.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após o desmoronamento da União Soviética – e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

No terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

As tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguem o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.

Últimas de Política Internacional

A inflação na Venezuela fixou-se em 136% em março, em termos anuais, anunciou o Observatório Venezuelano de Finanças (OVF).
A Alemanha deixou de ser o primeiro país europeu em pedidos de asilo, que caíram drasticamente no início deste ano, afirmaram hoje as autoridades alemãs, que recentemente endureceram a política migratória.
A Comissão Europeia propôs tarifas zero para bens industriais nas trocas comerciais entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos, na sequência das medidas norte-americanas, e está a ouvir as empresas para adotar contramedidas comunitárias.
O ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane avançou com a constituição do partido Aliança Nacional para um Moçambique Livre e Autónomo (Anamalala), conforme requerimento entregue hoje no Ministério da Justiça, em Maputo, pelo seu assessor.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, destacou esta segunda-feira que a sua iniciativa de construir centros de deportação na Albânia, apesar de vários contratempos legais, obteve consenso na União Europeia (UE).
O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou-se hoje "muito zangado" e "furioso" com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, por causa da guerra na Ucrânia, e ameaçou impor novos impostos sobre o petróleo russo, numa entrevista televisiva.
A Comissão Europeia está preparada para responder de forma bem equilibrada a qualquer medida dos EUA contra os interesses económicos da União Europeia (UE), mas a sua prioridade é procurar uma solução negociada, declarou hoje um porta-voz europeu.
O ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que vai ser julgado por tentativa de golpe de Estado e quatro outros crimes, por decisão tomada hoje pelo Supremo Tribunal Federal (STF), considerou as acusações contra si "graves e infundadas".
O Presidente polaco, Andrzej Duda, promulgou hoje a lei que limita o direito de requerer asilo na Polónia, após pressões do primeiro-ministro, Donald Tusk, do ministro da Defesa e do presidente do parlamento para aprová-la com urgência.
A maioria dos juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil decidiu hoje levar a julgamento o ex-Presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados civis e militares acusados de tentativa de golpe de Estado.