Três em cada quatro jovens internados em centros educativos já consumiram drogas

Três em cada quatro jovens internados em centros educativos consumiram pelo menos uma vez na vida substâncias ilícitas, revela hoje um inquérito, segundo o qual 21% jovens viveram com pessoas com problemas de droga, álcool ou jogo.

© D.R

Os dados são revelados no relatório do Instituto para os Comportamentos Aditivos e as dependências (ICAD) “Comportamentos Aditivos de Jovens Internados em Centros Educativos 2023” que contou com a participação de 96 jovens, o que corresponde a 86% da população presente nos dias de aplicação do inquérito, tendo sido validados 91 inquéritos.

O estudo, a que a agência Lusa teve acesso, conclui que “praticamente todos os jovens inquiridos já tomaram, pelo menos uma vez na vida, uma bebida alcoólica (85%), sendo esta prevalência superior no caso das raparigas”.

O tipo de bebida mais mencionado pelos jovens, no plano do consumo alguma vez na vida, consiste nas espirituosas (75%), seguido dos ‘alcopops’ (69%), da cerveja (53%) e do vinho (20%).

Segundo o inquérito, cerca de três quartos (76%) dos jovens já consumiram pelo menos uma vez uma substância ilícita na sua vida, sendo a prevalência de 73% entre os rapazes e de 100% entre as raparigas.

Também é progressivamente superior à medida que se consideram grupos etários mais avançados: 58% entre os 13 e os 15 anos, 79% entre os 16 e os 17 anos e 94% entre os 18 e os 20 anos.

Em 2023, 21% dos jovens declararam que pelo menos uma das pessoas com quem viveram mais tempo na sua vida costumava consumir drogas, 17% costumava “embebedar-se” e 7% tem ou teve problemas com o jogo.

Quanto ao tipo de substâncias ilícitas, três quartos (76%) dos jovens apontaram o consumo de canábis pelo menos uma vez na vida, enquanto 40% apontaram o uso de ‘ecstasy’, 18% inalantes voláteis e 12% cogumelos alucinogénios.

“Comparando as declarações de consumo alguma vez na vida realizadas em 2015 e em 2023 verifica-se que, na maior parte dos casos, a experiência de consumo de bebidas alcoólicas em 2023 é inferior”, passando de 93% para 85%, salienta o ICAD.

O mesmo se passa com a prevalência de consumo de substâncias ilícitas ao longo da vida que baixou de 89% em 2015, para 76% em 2023.

Relativamente às suas práticas de jogo os jovens foram inquiridos em duas dimensões: jogo eletrónico (no computador, em consolas, tablets, smartphones) e jogo a dinheiro, reportando-se ao período temporal dos 12 meses anteriores ao internamento.

Praticamente todos os jovens (96%) declararam ter jogado jogos eletrónicos nos 12 meses anteriores ao internamento e cerca de metade (57%) declarou ter jogado a dinheiro.

“Ambas as modalidades de jogo são mais mencionadas por rapazes do que por raparigas, sendo a discrepância muito superior no caso do jogo a dinheiro”, sublinha o ICAD.

O ICAD refere que o estudo incidiu “num grupo específico de jovens que têm em comum terem adotado comportamentos qualificáveis na lei como crime em idades muito precoces”, que foram alvo de uma apreciação em tribunal com conclusão de adequação de medida de internamento em Centro Educativo, a mais grave a ser aplicada no quadro da justiça juvenil.

A esmagadora maioria dos jovens internados são rapazes, com idades entre os 13 anos e os 20 anos, com uma média de 16 anos.

A grande maioria residia numa vivenda ou apartamento (71%) quando entraram no centro educativo, 20% estava numa instituição, 2% vivia numa barraca, anexo, casa improvisada, 2% viviam num quarto, hotel ou pensão e 1% na rua.

A maioria dos jovens (62%) declarou estar a cumprir medida devido a ofensa à integridade física, seguindo-se os que declararam estar a cumprir medida devido a roubo (56%), furto (45%), ameaça ou coação (33%) e tráfico de estupefacientes (32%).

Três jovens (3%) declararam situações de abuso sexual e 21% outro tipo de situação, entre as quais burla (2), danos de bens (2), faltas às aulas (1), faltas às aulas e conduta com os professores (1), homicídio (3), porte ilegal de armas (2), sequestro (1).

Últimas do País

O presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) anunciou hoje que o regulador vai analisar contratos de seguros de proteção ao crédito, onde vê sinais de “algum desequilíbrio” na relação contratual com os clientes.
O casal acusado de triplo homicídio em Donai, no concelho Bragança, em julho de 2022 foi hoje condenado a 25 anos de prisão e ao pagamento de uma indemnização à família das vítimas de 225 mil euros.
Um casal foi condenado a dois anos e nove meses de prisão, suspensa na sua execução, por enviar mensagens de telemóveis falsas a cobrar supostas dívidas em nome da EDP, revelou hoje a Procuradoria-Geral Regional do Porto.
“Vocês não respeitam nada. Uma cambada de racistas, um gangue de racistas.” Ataques e insultos dirigidos a líder parlamentar e deputados do CHEGA levaram comandante a intervir e a chamar a polícia.
A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição avisa: prepare a carteira. Carne, peixe, fruta e legumes poderão subir até 7% já no próximo ano. Custos de produção disparam, exigências europeias apertam e o retalho admite que, apesar dos esforços, não vai conseguir travar totalmente os aumentos.
O número de livros impressos editados em 2024 caiu 14,3% para um total de 11.615 e o preço aumentou 2,6% face a 2023, revelou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os doentes classificados como urgentes no hospital Amadora-Sintra enfrentam hoje de manhã tempos de espera de cerca de 12 horas para a primeira observação, segundo dados do portal do SNS.
A direção-executiva do SNS está hoje reunida com a ULS Amadora-Sintra para procurar soluções para reduzir os tempos de espera nas urgências neste hospital, que classificou como “o principal problema” do SNS neste momento.
A CP informou hoje que se preveem “perturbações na circulação de comboios” na quinta-feira e “possíveis impactos” na quarta e sexta-feira devido à greve geral convocada para dia 11 de dezembro.
Só no último ano letivo, chegaram às escolas mais 31 mil alunos estrangeiros, um salto de 22% que está a transformar por completo o mapa demográfico do ensino em Portugal.