Ricardo Salgado dispensado de comparecer em julgamento do caso BESA

O ex-banqueiro Ricardo Salgado foi dispensado pelo tribunal de comparecer às sessões do julgamento do caso BES Angola (BESA), devido “às específicas limitações físicas e psíquicas” reconhecidas a Salgado pela doença de Alzheimer.

© LUSA/ANDRE KOSTERS

Segundo o despacho judicial a que a Lusa teve acesso, o tribunal entende que os relatórios médicos e perícias médico-legais a Ricardo Salgado que constam dos autos mostram que “num contexto de pressão emocional (como é o caso de um julgamento) é expectável um agravamento da sintomatologia associada à referida doença”.

“(…) esse quadro não deixa de apontar para uma grave inconveniência no comparecimento do arguido às sessões de julgamento”, lê-se no despacho judicial que sublinha que a presença em julgamento “mais do que um dever, constitui também um direito”, seja para prestar declarações ou para permanecer em silêncio, acrescentando que a ausência de Salgado, sendo justificada, também não constitui “motivo de adiamento do julgamento”.

O despacho salvaguarda também “o direito a prestar declarações em momento posterior”, se for esse o entendimento do arguido.

O requerimento a pedir dispensa de comparência em julgamento para Ricardo Salgado foi entregue a 23 de abril e apenas o Ministério Público se manifestou contra essa intenção, pedindo o indeferimento do requerimento, segundo o despacho.

Contactada pela Lusa, a defesa de Ricardo Salgado não quis fazer comentários a esta decisão judicial.

Ricardo Salgado, que está a ser julgado no processo principal do universo BES/GES, que julga a queda do banco e grupo económico há uma década, foi dispensado de comparecer às sessões de julgamento nesse processo após ter marcado presença na sessão inaugural.

No caso BESA, que começa a ser julgado no Campus de Justiça, em Lisboa, na segunda-feira, Ricardo Salgado e o ex-presidente da sucursal angolana do banco, Álvaro Sobrinho, estão acusados de abuso de confiança, burla e branqueamento.

Em causa está, nomeadamente, o alegado desvio, entre 2007 e 2012, de fundos de um financiamento do BES ao BES Angola em linhas de crédito de Mercado Monetário Interbancário (MMI) e em descoberto bancário.

Álvaro Sobrinho, de 62 anos, está acusado pelo Ministério Público de 18 crimes de abuso de confiança agravado e cinco de branqueamento, enquanto Ricardo Salgado, de 80 anos, está acusado de cinco crimes de abuso de confiança e um de burla qualificada.

O BES faliu no verão de 2014, enquanto o BES Angola foi liquidado em outubro do mesmo ano.

Últimas do País

Portugal regista um aumento crescente de casos de gripe, sendo expectável que a epidemia comece mais cedo como noutros países europeus, afirmou esta sexta-feira a Diretora-Geral da Saúde, salientando que as próximas duas semanas são cruciais para a vacinação.
O Tribunal da Comarca da Madeira condenou hoje a 20 anos de prisão um homem acusado de ter assassinado a ex-mulher em outubro do ano passado, no concelho de Machico.
O serviço de urgência de obstetrícia e ginecologia das Caldas da Rainha vai estar fechado no sábado, enquanto no domingo estarão encerradas três urgências obstétricas, segundo o Portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Os Oficiais da PSP alertaram esta sexta-feira, 21 de novembro, numa carta aberta que a perda anual de quase cem polícias, as vagas desertas nos cursos de agentes e a retenção de elementos em pré-aposentação ameaçam a segurança, exigindo medidas e soluções ao Governo.
A Guarda Nacional Republicana (GNR) desmantelou uma rede criminosa que se dedicava à prática de furtos em estabelecimentos comerciais (‘shoplifting’), tendo sido detidas oito pessoas nos concelhos de Sintra e Lisboa, anunciou hoje a Guarda.
Um fogo violento no oitavo andar de um edifício de nove pisos obrigou à evacuação total do prédio e mobilizou várias corporações de bombeiros durante a madrugada.
A greve de hoje na função pública estava às 09:00 a registar uma adesão de cerca de 60% na educação e saúde, com uma maior expressão na zona norte, disse à Lusa o secretário-geral da Fesinap.
Portugal deu passaporte a quase um quarto de milhão de estrangeiros em cinco anos — mas mais de metade nunca viveu no país. O fenómeno explica-se sobretudo pela antiga lei dos descendentes de judeus sefarditas, responsável por mais de 100 mil naturalizações feitas “à distância” e agora abolida.
O Serviço Nacional de Saúde atendeu mais de 100 mil estrangeiros não residentes num único ano, mas quase metade não pagou um cêntimo, por não ter seguro, protocolo internacional ou meio de cobrança. A ministra da Saúde admite que 40% dos imigrantes tratados no SNS não têm qualquer cobertura, enquanto as dívidas acumulam-se e ficam aos ombros dos contribuintes.
A endocrinologista detida na quarta-feira, no Porto, por alegado envolvimento num esquema fraudulento de prescrição de medicação para diabetes a utentes que queriam perder peso, tem de prestar uma caução de 500 mil euros, adiantou à Lusa fonte judicial.