No oitavo dia de campanha, a caravana do CHEGA rumou a Castelo Branco, para um almoço-comício ao ar livre, debaixo de um sol radiante. No menu, sandes de porco no espeto.
André Ventura chegou de mota mas no lugar do pendura, de capacete e blusão adequados para o efeito. Por baixo, camisa e calças de fato.
A conduzir a mota, uma Yamaha FJR1300, vinha o cabeça de lista por Castelo Branco, e deputado, João Ribeiro.
O líder do CHEGA explicou que não poderia ser ele a conduzir porque não tem carta de mota, e quer “cumprir as regras”. Já no que toca aos destinos do país, quer ir ao volante.
À chegada ao campo da feira da Quinta Pires Marques, o líder do CHEGA foi recebido com euforia pelos apoiantes que o esperavam há cerca de uma hora.
“Vamos ganhar esta viagem”, disse uma mulher, fazendo votos de que no dia 18 de maio o CHEGA consiga uma “maioria absoluta”.
No sábado, também o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, conduziu uma mota entre duas ações de campanha.
André Ventura salientou que é um líder partidário que “cumpre sempre as regras”, enquanto “há outro que se habituou toda a vida a não cumprir”.
E acusando o PS de ter “traído” os condutores e de lhes mentir, alegando que “foi o seu governo que quis aumentar os impostos sobre motas e sobre carros”, referindo-se ao Imposto Único de Circulação (IUC).
“Pedro Nuno Santos teve uma má ideia quando quis aumentar os impostos sobre as motas. E era importante que hoje, por isso é que eu estou assim, para me associar a eles, que eles não se esquecessem que houve um partido que protestou contra o aumento de impostos das motas e dos carros, que protestou contra a burocracia nas motas e houve aqueles que os traíram e que agora querem o seu voto”, defendeu.
Questionado se se inspirou na ideia de Pedro Nuno Santos, André Ventura recusou.
“No dia em que eu fizesse isso, era o maior corrupto deste país”, afirmou.
Na ocasião, o presidente do CHEGA não quis comentar o facto de o líder da IL ter dito que foi desafiado pela “direção e lideranças” do PSD para uma coligação pré-eleitoral nestas legislativas.
Questionado se houve contactos também com o CHEGA, André Ventura respondeu que o seu objetivo é “vencer as eleições” e não “fazer contactos”.
“O CHEGA não quer conversa, quer ação”, afirmou.
André Ventura voltou a defender que só haverá “estabilidade se o CHEGA vencer as eleições à direita”.
“Se a AD vencer novamente como venceu em março, nós teremos o mesmo regime que tivemos até aqui: instabilidade, corrupção, falta de transparência, queda de governo. Se ganhar o PS, nós vamos ter o mesmo que tivemos nos últimos oito anos: corrupção, falta de transparência, imigração descontrolada”, defendeu.
O líder do CHEGA considerou que uma vitória do seu partido nestas eleições legislativas poderá “obrigar uma reconfiguração da direita e dar maioria a um governo de quatro anos”.
“É a única hipótese. Por isso volto a apelar a todos, hoje, saiam de casa, votem”, pediu, em dia de voto antecipado, manifestando uma esperança: “Espero eu que votem no CHEGA”.