O POVO GANHOU AOS GAFANHOTOS

“Lá porque meia dúzia de gafanhotos debaixo de um feto fazem o campo tinir com o seu barulho incómodo, enquanto milhares de cabeças de gado repousam à sombra do carvalho britânico e ruminam silenciosos, por favor não imagine que os que fazem barulho são os únicos habitantes do campo.”

Esta metáfora de Edmund Burke desenha o retrato perfeito da nossa elite política que, sob a ilusão de que o ruído é sinónimo de representatividade e o silêncio sinónimo de inexistência, não percebe o povo porque, no fundo, o despreza. O desencontro entre a elite mediática e a maioria que trabalha e observa em silêncio foi exposto a 18 de Maio. Enquanto os jornalistas, comentadores, académicos amplificavam o próprio eco debaixo dos fetos mediáticos, o povo aguardava.

Na noite das eleições legislativas, todo o campo estremeceu: o povo fez do CHEGA a segunda maior força política nacional (ficando apenas atrás de uma coligação), pondo fim a meio século de bipartidarismo e dando início ao reencontro histórico da maioria sociológica e da maioria política do país. Debaixo dos fetos, os gafanhotos descobriram com estupor que não são, afinal, os únicos habitantes do campo.

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