A empresa brasileira, que é a maior vendedora de armas leves do mundo, informou que começará a transferir a linha de montagem das armas da família G, seu principal produto, para a fábrica que possui nos Estados Unidos.
O objetivo é começar a montar a partir de setembro nos Estados Unidos cerca de 900 armas desse modelo, das cerca de 2.100 que produz diariamente nas suas fábricas no Brasil e destina ao mercado norte-americano.
O diretor executivo da Taurus, Salesio Nuhs, afirmou que se trata de uma medida necessária para minimizar os efeitos da guerra comercial desencadeada pela administração Trump, que impôs uma tarifa adicional de 50% sobre as importações de produtos brasileiros, que começou a vigorar na quarta-feira.
Embora os Estados Unidos também tenham anunciado uma lista de cerca de 700 produtos que não terão de pagar a tarifa adicional, entre os quais se encontram itens importantes produtos de exportação brasileira, como petróleo, aviões, celulose e sumo de laranja, as armas não foram incluídas entre as exceções.
A sanção, por isso, provocou uma desvalorização das ações da Taurus, já que 82,5% da sua faturação provém das exportações para os Estados Unidos.
A Taurus, que exporta os seus produtos para cerca de 70 países, é a maior fabricante de armas de fogo do Brasil e a segunda maior fornecedora de armas leves dos Estados Unidos, depois da austríaca Glock.
A empresa, com capacidade para produzir até 7.000 armas por dia, possui três fábricas no Brasil, uma na Índia e uma nos Estados Unidos, com capacidade para produzir 3.000 unidades, que agora será ampliada.
A Taurus informou igualmente que continua a avançar com as negociações com o Governo brasileiro para impulsionar uma possível negociação que permita reduzir a tarifa americana sobre as armas.
As negociações, no entanto, estão paralisadas porque Trump condiciona a eliminação da sanção à suspensão dos processos judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.