Dívida das famílias, empresas e Estado aumenta para 847 mil ME no 1.º semestre

O endividamento do setor não financeiro, que reúne administrações públicas, empresas e particulares, aumentou em 32,3 mil milhões de euros no primeiro semestre, para 847 mil milhões de euros, anunciou hoje o Banco de Portugal (BdP).

© LUSA/CARLOS M. ALMEIDA

No final de junho, o endividamento do setor privado, que inclui empresas e particulares, representava cerca de 468,8 mil milhões de euros, enquanto perto de 378,2 mil milhões de euros diziam respeito ao setor público (composto por administrações públicas e empresas públicas).

Nos primeiros seis meses do ano, o endividamento do setor público subiu 19,1 mil milhões de euros, um acréscimo que ocorreu, sobretudo, perante o exterior (14,5 mil milhões), essencialmente pelo investimento líquido de não residentes em títulos de dívida pública portuguesa (14,8 mil milhões, dos quais 13,3 mil milhões em títulos de longo prazo).

O banco central verificou também um aumento do endividamento do setor público perante os particulares (+2,1 mil milhões), as administrações públicas (+1,7 mil milhões) e as empresas não financeiras (+1,5 mil milhões) e uma redução em relação ao setor financeiro (-0,7 mil milhões).

Já o endividamento do setor privado aumentou 13,2 mil milhões de euros, com o endividamento dos particulares a crescer sete mil milhões, essencialmente perante o setor financeiro (+6,6 mil milhões, dos quais +5,1 mil milhões por via do crédito à habitação).

Por sua vez, o endividamento das empresas privadas subiu 6,2 mil milhões, refletindo aumentos perante o setor financeiro (+5,0 mil milhões), o exterior (+0,7 mil milhões) e as empresas não financeiras (+0,6 mil milhões).

Até junho, o endividamento do setor não financeiro cresceu de 285,7% para 289,6% do Produto Interno bruto (PIB), refletindo um aumento do endividamento superior ao aumento do PIB.

O BdP explicou que esta variação resulta do aumento do endividamento do setor público, de 125,9% para 129,3%, e do setor privado, de 159,8% para 160,3%.

Apenas no mês de junho, o endividamento das empresas privadas subiu 2,6% relativamente ao mesmo mês de 2024, após um aumento de 1,8% em maio.

A taxa de variação anual do endividamento dos particulares aumentou pelo 19.º mês consecutivo, registando um valor de 6,7% em junho de 2025, o mais elevado desde o início da série, em dezembro de 2008.

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