“Eu garanto-vos aqui, eu vou tirar as casas, os nossos autarcas vão tirar toda a casa pública que esteja na mão de criminosos neste país”, anunciou.
A caravana rumou a Olhão, antes de subir no mapa para Beja, e André Ventura acompanhou o candidato do partido à presidência da Câmara Municipal, o deputado Ricardo Moreira, numa ação de contacto com a população junto aos mercados desta cidade algarvia, que juntou várias dezenas de pessoas que queriam cumprimentar e tirar uma fotografia com Ventura.
No final, o líder do partido falou aos presentes a partir de um palco colocado pelo partido para o efeito. O candidato assistiu, sem prestar declarações.
André Ventura afirmou que existem casas do Estado “postas nas mãos de pessoas condenadas por tráfico de droga, por contrabando e por crimes violentos”.
“Estes tipos são condenados por tráfico de droga, por crimes violentos contra as pessoas, por espancarem pessoas, e têm direito a casas das câmaras municipais. E dizem-lhes, ‘ah, porque eles são uns pobrezinhos, coitados, têm que ter as casas da câmara’. Quer dizer, são pobrezinhos para ter casas da câmara, mas já não são pobrezinhos para ir traficar droga e para cometer crimes. Mais nenhum partido é capaz de dizer isto, mas nós dizemos”, sublinhou.
O líder do CHEGA alegou que “em mais de 65% dos municípios há casas entregues a cadastrados, traficantes de droga, criminosos e violentos”.
Ventura considerou que os outros partidos não falam nestas situações a pensar nas eleições.
“Eles vão lá e pedem os votos desta gente. Pedem-lhes os votos a dizer ‘cuidado que se não ganhar o PS ou o PSD tu deixas de ter casa, ou se não ganhar o PS ou o PSD deixas de ter subsídio, ou a tua filha ou o teu filho deixam de ter o empregozinho na câmara ou na junta, portanto vê lá em quem é que votas'”, acusou.
Prometendo que o CHEGA vai “cortar a direito”, André Ventura afirmou que “quem ficar chateado e quem ficar prejudicado, é o azar da vida”, justificando que existem portugueses fartos de que o país seja “para um pequeno grupo de elites e não para as pessoas comuns que trabalham e se esforçam para ter esse país”.
O líder do CHEGA prometeu também “reorganizar a distribuição de rendimento neste país”.
“Chega, mas chega mesmo, de uns poucos estarem sempre a receber muito e de quem trabalha ficar sem nada. Chega, mas chega mesmo, de minorias, de imigrantes, de minorias ruidosas passarem à frente dos outros para terem benefícios que nós nunca tivemos”, argumentou.
André Ventura recusou que este discurso seja racista, xenófobo ou revele falta de humanismo, sustentando que “é só o bom senso de um país que se valoriza a si próprio” e que não “dá aos outros o que não tem para dar aos seus primeiro”.
“Estes que vêm agora querem tudo e não querem fazer nada. Por nós, não passarão”, afirmou, expressão que desafiou os presentes a entoar.
Neste comício ao ar livre, o líder do CHEGA referiu-se também aos jovens que na sexta-feira de manhã faltaram às aulas para o ver, em Albufeira, alguns ainda sem idade para votar, e alegou que isso não aconteceria com outros líderes, como o do PS, José Luís Carneiro, ou o do PSD, Luís Montenegro.
André Ventura acusou os jovens apoiantes do BE e do PS de faltarem às aulas “para ir fumar ganzas”, e os do PSD “andam escondidos com vergonha”.
A uma semana das eleições autárquicas, os mercados de Olhão foram terreno apetecível para várias candidaturas, com apoiantes do CHEGA, PS e AD em campanha a poucos metros uns dos outros, em lados opostos da estrada, entoando cânticos de apoio às respetivas candidaturas, em jeito de despique.
A Câmara Municipal de Olhão é liderada pelo socialista António Miguel Pina, que não se pode recandidatar pela limitação de mandatos. Nestas autárquicas, é candidato do PS em Faro.
Em Olhão, são candidatos Ricardo Calé (PS), António Andrade (PSD, CDS-PP), Florbela Gonçalves (CDU), Ricardo Moreira (CHEGA), Alexandre Pereira (PAN) e a independente Elsa Pereira.