A paisagem mediática contemporânea na Europa assiste a uma transformação preocupante, onde a censura não se manifesta apenas pela interdição directa, mas antes por uma mais subtil, mas implacável, exclusão e difamação sistemáticas. O foco deste novo “cordão sanitário” recai, particularmente, sobre os movimentos e pensadores identitários, os nacionalistas e, sobretudo, sobre a sua vertente de acção cultural e ideológica: a metapolítica.
Os identitários, que advogam a preservação da identidade cultural, histórica e étnica dos povos europeus, e os nacionalistas, que pugnam pela soberania e pelos interesses da Nação acima de tudo, encontram-se hoje sob um assédio constante nos meios de comunicação em massa e para as massas. O que lhes é rejeitado não é apenas a sua acção política formal, mas sim a própria ideia que defendem. A sua linguagem, os seus símbolos e as suas propostas são frequentemente rotulados com pejorativos extremos — “extrema-direita”, “xenófobos”, “populistas” — sem o devido contraditório ou a análise séria das suas ideias.
Isto estende-se, crucialmente, à metapolítica. Este conceito, que visa a batalha das ideias no campo da cultura, da educação e da produção intelectual antes da conquista do poder político, é visto pelas elites mediáticas como a principal ameaça. A metapolítica, ao procurar mudar o “senso commum” e a hegemonia cultural, retira o tapete ideológico sob o qual o establishment se apoia. Os media, enquanto principais veículos de transmissão e validação cultural, tornam-se, assim, o seu principal bastião de defesa.
A nova censura não se processa com carimbos e tesouras, mas através de mecanismos mais insidiosos. Consiste em ignorar a existência, o crescimento e as acções de movimentos e figuras que contrariam a narrativa dominante, silenciando, selectivamente (é importante esta ressalva), qualquer tempo de antena ou espaço em colunas.
Quando não se fala, não “se” existe, não obstante, quando a ignorância se torna impossível, recorre-se à difamação. Qualquer figura ou ideia ligada a esta linha de pensamento é imediatamente associada a extremismos históricos condenáveis, sem nuance. Os rótulos substituem, demonizando por associação, todo e qualquer debate.
Mesmos nos raros momentos em que são noticiados, os Identitários e Nacionalistas são apresentados sempre sob um ângulo negativo, focando-se em pequenos incidentes, gaffes ou na opinião de “eruditos” críticos, em detrimento dos seus programas, livros ou propostas de fundo.
O resultado é um empobrecimento do debate público e um atentado à pluralidade; privam-se os cidadãos de uma voz legítima, que representa uma parte significativa do pensamento europeu, sendo-lhes oferecida apenas uma versão filtrada e “afantochada” da realidade.
Esta exclusão mediática, operada por órgãos que alegam defender a Liberdade e a Democracia, cria uma perigosa câmara de eco ideológica; sendo que, aqueles que discordam da visão mainstream são forçados a procurar informação em canais alternativos e redes sociais, criando uma cisão e uma desconfiança profundas em relação à comunicação social tradicional.
A verdadeira ameaça à democracia não está, pois, na existência de ideias diferentes, mas na amordaçante tentativa concertada de as asfixiar antes que possam sequer ser discutidas livremente na ágora pública.