Wang declarou numa conferência de imprensa que o fórum foi “um sucesso total”, uma vez que “todas as questões da agenda” foram abordadas, o que mostrou aos representantes dos 110 países presentes que “não vieram falar por falar”.
O ministro afirmou ainda que a China está empenhada em construir uma “economia global aberta” e em desenvolver uma “economia digital com um ambiente não discriminatório”.
Segundo o chefe da diplomacia chinesa, o Fórum terminou ainda com 458 acordos e mais de cem mil oportunidades de formação.
Xi Jinping, Presidente da China, disse que o país vai abrir ainda mais o “comércio transfronteiriço e o investimento nos serviços e expandir o acesso ao mercado de produtos digitais” e reformar as empresas estatais e grupos que atuam na economia digital, os direitos de propriedade intelectual e os contratos públicos.
À margem da Cimeira, o ministro da Indústria e Comércio do governo talibã do Afeganistão admitiu a aproximação de cooperação económica com a China.
“Teremos discussões sobre investimentos e manutenção de boas relações bilaterais com a China”, disse Nooruddin Azizi, a par das negociações para tornar o Afeganistão oficialmente um país participante na Cimeira.
Desde a retirada das forças dos EUA do país em agosto de 2021, o governo talibã não foi reconhecido por nenhuma país.
No entanto, Cabul mantém laços diplomáticos com Pequim, que convidou Azizi a participar na Cimeira.
“A China está mais interessada no desenvolvimento do Afeganistão do que qualquer outro país. Estamos felizes com as nossas relações com a China”, sublinhou Azizi.
Desde que assumiram o poder em 2021, os talibãs impuseram várias restrições às mulheres, impedindo-as de aceder ao ensino secundário e superior, bem como a inúmero empregos.
Pequim temia a possibilidade do país islamita de se tornar um local de refúgio para os separatistas da minoria uigure, na região fronteiriça com Xinjiang.
Face a esse receio, o governo talibã prometeu que o país não se tornaria numa base de militantes separatistas e, em troca, a China ofereceu apoio económico e investimento para a reconstrução do país.
De acordo com dados do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, a iniciativa lançou mais de 3.000 projetos na última década, com um investimento conjunto de cerca de um bilião de dólares, e criou 420.000 postos de trabalho.
Designado pelo Presidente chinês, Xi Jinping, como o “projeto do século”, em 2013, a iniciativa foi inicialmente apresentada no Cazaquistão como um novo corredor económico para a Eurásia, inspirado na antiga Rota da Seda. A construção de portos, linhas ferroviárias ou autoestradas voltaria a ligar o leste da Ásia e a Europa, através da Ásia Central.
Mas a iniciativa tornou-se, entretanto, no principal programa da política externa de Xi Jinping. Na última década, mais de 150 países em todo o mundo aderiram à Faixa e Rota.
Segundo um estudo realizado pela AidData, unidade de pesquisa sobre financiamento internacional, com sede nos Estados Unidos, nos primeiros cinco anos desde o lançamento (2013-2017), a China financiou, em média, 83,5 mil milhões de dólares por ano em projetos de desenvolvimento no estrangeiro, cimentando a liderança como principal financiadora internacional. O aumento líquido, de 31,3 mil milhões de dólares por ano, em relação aos cinco anos anteriores (2008-2012), é equivalente ao financiamento anual médio dos Estados Unidos, que ocupam a segunda posição, no período 2013-2017.