Presidente do PP pede a Sánchez votação de amnistia de independentistas catalães

O presidente do PP espanhol apelou hoje ao chefe de Governo interino, Pedro Sánchez, para que "submeta à decisão de todos os espanhóis" o projeto de amnistia dos dirigentes alvo de processos judiciais devido à tentativa de autodeterminação da Catalunha em 2017.

© facebook/NunezFeijoo

Alberto Núñez Feijóo reagiu desta forma ao anúncio do projeto de amnistia por Sánchez, hoje no comité central do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), onde quase todos os dirigentes do partido o aplaudiram de pé.

Feijóo acompanhou a sua mensagem na rede social X (antigo Twitter) com um vídeo de quando Sánchez mostrou a sua rejeição da amnistia e do referendo de autodeterminação, seguido do discurso de hoje perante o órgão máximo do PSOE entre congressos, em que apoia a medida.

“A única coisa que mudou foi o facto de Pedro Sánchez ter perdido as eleições. Se ele pretende levar a amnistia por diante, deve submetê-la à decisão de todos os espanhóis e não apenas ao aplauso dos funcionários que ele próprio nomeou. Não é coexistência, é conveniência”, afirmou Núñez Feijóo na sua mensagem.

O chefe em exercício do Governo espanhol, Pedro Sánchez, defendeu hoje a aprovação de uma lei de amnistia na Catalunha, antes das negociações para a sua investidura no novo Governo do país.

“Em nome de Espanha, no interesse de Espanha, em defesa da coexistência entre os espanhóis, hoje defendo a amnistia na Catalunha pelos acontecimentos ocorridos”, afirmou Pedro Sánchez numa intervenção no comité central do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).

Sánchez justificou a amnistia como a necessidade de “fortalecer” o reencontro entre a Espanha e a Catalunha.

O primeiro-ministro espanhol em exercício justificou ainda as novas “medidas de perdão” para evitar um governo de direita e reconheceu que antes das eleições não havia sido considerada uma amnistia.

“Não era o nosso plano naquele momento”, admitiu o chefe de Governo espanhol.

“Devemos fazer da necessidade uma virtude. É a única forma possível de haver um Governo em Espanha e de não haver repetição eleitoral”, acrescentou Sánchez.

A formação do novo governo espanhol, entre PSOE e Somar, envolve negociações com os partidos nacionalistas e independentistas e exigências das formações catalãs, que pedem, entre outras coisas, uma amnistia para as pessoas envolvidas em processos judiciais por causa da tentativa de autodeterminação da Catalunha em 2017.

PSOE e Somar assinaram a 24 de outubro um acordo de Governo, na sequência das eleições legislativas de 23 de julho, “com a vontade de dar aos espanhóis, em primeiro, estabilidade, em segundo, convivência e em terceiro, progresso”, disse o líder dos socialistas e primeiro-ministro em funções, Pedro Sánchez.

Sánchez fez um balanço positivo dos últimos quatro anos de Governo em Espanha, em que já liderou um executivo de coligação formado pelo PSOE e pela Unidas Podemos, uma plataforma de partidos à esquerda dos socialistas a que agora sucedeu o Somar.

O PSOE foi o segundo partido mais votado nas eleições de 23 de julho.

O Partido Popular (PP, direita) foi o mais votado, mas não conseguiu maioria absoluta e o parlamento espanhol rejeitou no final de setembro a candidatura a primeiro-ministro do presidente dos populares, Alberto Núñez Feijóo.

Se até 27 de novembro não houver novo primeiro-ministro investido pelo parlamento, Espanha terá de repetir as eleições.

Últimas de Política Internacional

O Tribunal Constitucional indicou esta terça-feira que não admitiu as candidaturas às eleições presidenciais de Joana Amaral Dias, Ricardo Sousa e José Cardoso.
A Comissão Europeia anunciou hoje uma investigação formal para avaliar se a nova política da `gigante` tecnológica Meta, de acesso restrito de fornecedores de inteligência artificial à plataforma de conversação WhatsApp, viola regras de concorrência da União Europeia.
O Sindicato de Trabalhadores da Imprensa na Venezuela (SNTP) e o Colégio de Jornalistas (CNP), entidade responsável pela atribuição da carteira profissional, denunciaram hoje a detenção de um jornalista que noticiou a existência de um buraco numa avenida.
O Tribunal Constitucional da Polónia ordenou hoje a proibição imediata do Partido Comunista da Polónia (KPP), alegando que os objetivos e atividades do partido, refundado em 2002, violam a Constituição.
A Administração Trump suspendeu todos os pedidos de imigração provenientes de 19 países considerados de alto risco, dias após um tiroteio em Washington que envolveu um cidadão afegão, anunciou o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos.
Federica Mogherini, reitora do Colégio da Europa e ex-chefe da diplomacia da União Europeia (UE), foi indiciada pelos crimes de corrupção, fraude, conflito de interesse e violação de segredo profissional, revelou a Procuradoria Europeia.
O Presidente ucraniano apelou hoje para o fim da guerra, em vez de apenas uma cessação temporária das hostilidades, no dia de conversações em Moscovo entre a Rússia e os Estados Unidos sobre a Ucrânia.
O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, considerou hoje que a situação na Catalunha só se normalizará totalmente se o líder separatista Carles Puigdemont for amnistiado e regressar à região, tendo reconhecido "a gravidade da crise política" que enfrenta.
A Comissão Europeia confirmou hoje que foram realizadas buscas nas instalações do Serviço de Ação Externa da União Europeia (UE), em Bruxelas, mas rejeitou confirmar se os três detidos são funcionários do executivo comunitário.
A ex-vice-presidente da Comissão Europeia e atual reitora da Universidade da Europa Federica Mogherini foi detida hoje na sequência de buscas feitas pela Procuradoria Europeia por suspeita de fraude, disse à Lusa fonte ligada ao processo.