Se as eleições fossem hoje, o CHEGA obteria 17% dos votos, sendo este o melhor resultado de sempre do partido liderado por André Ventura em sondagens. O que estes números também indicam de forma clara é que não haverá Governo à direita sem o CHEGA, pese embora as constantes ‘linhas vermelhas’ e ‘cercas sanitárias’ levantadas em torno do partido.
O estudo divulgado pela TVI e CNN Portugal indica também que há um empate técnico entre PSD, que obtém 25% dos votos e PS, com 26% das intenções dos eleitores. O que demonstra que o PSD não só não descola nas sondagens, como ainda diminui a votação relativamente às últimas eleições legislativas de 2022, onde obteve 27,67% dos votos. Ou seja, apesar de mais um escândalo de corrupção a atingir o coração do Governo, Luís Montenegro convence cada vez menos eleitores do espaço político mais à direita.
Outro dado que salta à vista é que os socialistas continuam a ser o partido mais votado, apenas com 1% de avanço em relação ao PSD, mas dando um trambolhão relativamente à votação que os levou à maioria absoluta, onde registaram 41,37% dos votos.
Relativamente aos demais partidos, o Bloco de Esquerda consegue alcançar os 8%, estabelecendo-se como a quarta força política mais votada, seguindo-se a Iniciativa Liberal com 6%. A CDU, o Livre e o PAN estão nos 3% e o CDS regista apenas 1% das intenções de voto.
Destas sondagens conclui-se também que, apesar de o PS se manter ligeiramente à frente nas intenções de voto, o bloco dos partidos mais à direita (CHEGA+PSD+IL) teria a maioria dos votos e dos mandatos à Assembleia da República.
No mesmo estudo, foi também questionado aos inquiridos se concordam com o Presidente da República relativamente à dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições antecipadas, estando 73% das pessoas que responderam ao estudo de acordo ou totalmente de acordo.
A sondagem foi feita depois do pedido de demissão de António Costa, que se viu a si próprio e ao seu Governo envolvidos num escândalo de corrupção ligado aos negócios do lítio e do hidrogénio.
Entretanto, André Ventura já afirmou que o seu partido está disponível para formar Governo com o PSD, mas rejeita um acordo de incidência parlamentar sem integrar o executivo.
“Não teremos nenhuma solução em Portugal que passe com um acordo de incidência parlamentar. Ou haverá uma maioria de Governo ou não haverá uma maioria de Governo. E agora os portugueses, com esses dados em cima da mesa, têm a escolha sobre a formação do próximo executivo”, declarou André Ventura aos jornalistas.
“Os dados estão em cima da mesa, agora os portugueses têm de escolher se querem o PSD, se querem o CHEGA”, considerou.
André Ventura garantiu, entretanto, a Marcelo Rebelo de Sousa que, “em qualquer circunstância, independentemente das exigências que o senhor Presidente da República venha a fazer à direita em matéria de Governo”, o CHEGA terá “uma atitude proativa e positiva na construção dessa alternativa”.
“Não respondemos pelos outros, respondemos apenas por nós, independentemente das exigências que o senhor Presidente da República venha a colocar à formação de um eventual Governo alternativo à direita do PS”, acrescentou.