“Vi-o hoje, cumprimentámo-nos, deu-me os parabéns. E tentei passar a mensagem para marcar um encontro com ele. Não sei se será possível, não sei como funcionam as coisas, mas passei a mensagem para reunir com ele”, revelou aos jornalistas.
O saltador de 31 anos regressou hoje ao Stade de França, onde na sexta-feira conquistou a prata no triplo salto, para receber a sua medalha, já depois de, durante a tarde, ter coincidido com o primeiro-ministro, que estava de visita à Aldeia Olímpica.
Para Pichardo, seria bom que os políticos tivessem “uma reunião ou uma conversa com os atletas também”.
“Reúnem-se sempre com os dirigentes, mas nunca falam com os atletas. E é bom sempre ouvir o lado também dos atletas. O que é que precisam, o que é que acham, como estão. As coisas estão a correr bem, não estão? E é muito importante. Espero ter uma reunião com as entidades e as pessoas do nosso país e ver se as coisas melhoram um bocado. Não só para mim, mas para o desporto português”, assumiu.
Na véspera, depois de conquistar a sua segunda medalha para Portugal, o campeão olímpico do triplo salto em Tóquio2020 acusou o Governo de só olhar para o futebol, denunciando a falta de apoio às modalidades, um dos fatores que o está a fazer ponderar terminar a carreira.
“Ainda não sei [se vai retirar-se]. Ontem [sexta-feira] já me falaram que tinha mais uma competição. Tinha uma [etapa da] Liga de Diamante. O empresário ontem falou-me pelo telefone e veio à Aldeia hoje”, revelou.
Hoje, Pichardo estava também mais ‘conformado’ com a sua prata, depois de ter perdido o ouro para o espanhol Jordan Díaz por apenas dois centímetros.
“Já aceitei. As coisas não correram bem ontem, cometi vários erros. Aceitei e estou bem contente com a medalha de prata. Acho que qualquer medalha olímpica é sempre uma boa sensação. Eu já tenho de ouro em casa, mais uma para casa, para Portugal. E estou contente, estou contente. Obviamente gostaria de ter ganho, mas mesmo assim estou feliz”, declarou.
Pichardo explicou ainda porque falhou a conferência de imprensa de sexta-feira, esclarecendo que não foi informado da mesma e que estava no controlo antidoping quando esta decorreu.
“Tenho feito mais de 20 testes doping seguidos. Não sei o porquê. Sempre de sangue. Vão a casa, vão fora do horário, vão no treino. Andam-me a perseguir em todo lado. Nunca tive problema de doping, nunca dei positivo, nunca andei a fugir. Não sei o que é que se passa. Já fiz uma reclamação também através do meu empresário”, indicou.