Pró-europeus mantêm maioria absoluta na Moldova com resultado nas legislativas acima dos 50%

O partido pró-europeu PAS, da Presidente Maia Sandu, venceu as eleições legislativas na Moldova com mais de 50% dos votos, e deverá manter a maioria absoluta no Parlamento, segundo resultados oficiais após a contagem de 99,52% dos votos.

© D.R.

O Partido Ação e Verdade (PAS), no poder desde 2021, obteve 50,03% dos votos, à frente do Bloco Patriótico pró-Rússia, com 24,26% dos votos escrutinados, de acordo com os resultados publicados pela Comissão Eleitoral Central no seu portal na internet.

De acordo com as projeções, o PAS poderá manter a maioria absoluta no Parlamento, com 55 dos 101 assentos. Na legislatura anterior, detinha 63 assentos.

O partido está à frente do Bloco Patriótico, pró-Rússia, que obteve 24,26% dos votos e cujo líder, o ex-presidente Igor Dodon (2016-2020), reivindicou a vitória e convocou para hoje uma manifestação na capital, Chisinau.

Em terceiro lugar, com 7,99%, está o Movimento Alternativo Nacional (MAS) do presidente da Câmara de Chisinau, Ion Ceban, que apelou ao voto contra o PAS.

O analista do grupo de reflexão WatchDog, Andrei Curararu, considerou que o Kremlin poderá “recorrer a manifestações, à corrupção dos deputados do PAS e a outras táticas para perturbar a formação de um governo pró-europeu estável”.

Segundo a agência de notícias moldava Moldpress, mais de 1,6 milhões de pessoas votaram, o que coloca a taxa de participação em mais de 52%, ou seja, cerca de 4% acima da afluência às urnas verificada nas eleições parlamentares antecipadas de 2021.

O dia decorreu com normalidade, embora a missão de observação da ONG moldava Promo-Lex tenha registado cerca de 200 incidentes, incluindo a presença de material de propaganda dentro das assembleias de voto, violação do sigilo do voto e localização incorreta das cabines de votação, violações do processo eleitoral, que ocorreram tanto em localidades moldavas como em centros designados na Alemanha, Itália, Roménia, Estados Unidos ou Grécia.

A organização documentou ainda ameaças de bomba em dez centros, o que provocou a retirada dos eleitores, embora, graças à intervenção das autoridades, a votação tenha sido posteriormente retomada.

Estas eleições são cruciais para o futuro a médio prazo da pequena nação com aspirações europeístas, localizada num contexto regional marcado pela guerra na Ucrânia e pelas tentativas, sem precedentes, de ingerência de Moscovo, embora não exclusivas, nos últimos anos.

As autoridades moldavas denunciam há muito tempo que Moscovo tenta influenciar estas eleições financiando a compra de votos e campanhas de desinformação nas redes sociais, mas também com distúrbios e ciberataques.

Desde 1 de agosto, a polícia moldava realizou mais de 600 buscas relacionadas com tentativas de desestabilização, segundo o Governo, e dezenas de pessoas foram presas.

O serviço de cibersegurança da Moldova informou hoje que detetou várias tentativas de ataques à infraestrutura eleitoral, “neutralizados em tempo real, sem afetar a disponibilidade ou integridade dos serviços eleitorais”.

Moscovo tem negado qualquer forma de interferência.

Depois de votar em Chisinau este domingo, a Presidente Maia Sandu alertou para a “interferência maciça da Rússia”, afirmando aos jornalistas que o seu país, vizinho da Ucrânia, estava “em perigo”.

Com 2,4 milhões de habitantes, a Moldova tem enfrentado várias crises desde a invasão russa à vizinha Ucrânia, em 2022, pondo em risco o Governo pró-europeu de Chisinau, que considera a adesão ao bloco europeu como crucial para se libertar da esfera de influência de Moscovo.

Cerca de vinte partidos e candidatos independentes concorreram às eleições destinadas a preencher 101 assentos no Parlamento.

Em 2021, o PAS venceu com 52,8% dos votos contra 27,2% do Bloco dos Socialistas e Comunistas.

Últimas de Política Internacional

O partido pró-europeu PAS, da Presidente Maia Sandu, venceu as eleições legislativas na Moldova com mais de 50% dos votos, e deverá manter a maioria absoluta no Parlamento, segundo resultados oficiais após a contagem de 99,52% dos votos.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, questionou hoje a utilidade das Nações Unidas, acusando a organização de não o ter ajudado nos esforços para resolver os conflitos no mundo, e criticou o reconhecimento da Palestina.
Os Estados Unidos impuseram hoje a Lei Magnitsky à mulher do juiz brasileiro Alexandre de Moraes e ainda à empresa da qual Viviane Barci e os filhos são sócios.
A NATO vai reforçar a vigilância e segurança no flanco leste da Aliança Atlântica, depois do incidente em que drones russos entraram no espaço aéreo da Polónia, anunciou hoje a organização.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, homenageou hoje, numa cerimónia solene no Pentágono, as vítimas dos atentados de 11 de Setembro de 2001 em Nova Iorque e Washington, que causaram cerca de 3.000 mortos.
O Presidente finlandês, Alexander Stubb, acusou hoje a Hungria e a Eslováquia de alimentarem a invasão da Ucrânia com as compras de recursos fósseis russos, durante uma visita à Ucrânia, ecoando críticas de Kiev.
A Comissão Europeia desembolsou hoje a oitava parcela do empréstimo de assistência macrofinanceira excecional (AMF), no valor de mil milhões de euros, de um total de 18,1 mil milhões de euros.
Peter Mandelson foi destituído do cargo de embaixador britânico nos Estados Unidos "com efeito imediato", na sequência de alegações sobre a sua relação com o abusador de menores norte-americano Jeffrey Epstein, comunicou hoje o Governo.
A Polónia, membro da União Europeia (UE) e da NATO, anunciou hoje que restringiu o tráfego aéreo na sua fronteira leste, após a invasão de cerca de 20 drones russos suspeitos no seu território.
O primeiro-ministro polaco anunciou esta quarta-feira que vai invocar o artigo 4.º do Tratado da NATO, que prevê consultas entre todos perante ameaças à segurança de um dos Estados-membros, na sequência da violação do seu espaço aéreo por drones russos.