O presidente do CHEGA, André Ventura, defendeu hoje um aumento da construção de novas habitações para responder à crise que o país atravessa, defendendo incentivos fiscais.
“Estamos aqui hoje para mostrar que o problema não é nem o alojamento local, nem os impostos que existem sobre essas matérias, nem só as casas devolutas do Estado, que também são muitas, é mesmo a falta de construção”, defendeu o presidente do CHEGA.
André Ventura falava aos jornalistas em frente a um alojamento estudantil, no encerramento das terceiras jornadas parlamentares do partido, que decorreram entre segunda-feira e hoje em Évora.
O líder do CHEGA considerou que são necessários “incentivos fiscais à construção, incentivos públicos à construção e não mais carga fiscal”.
“O caso das residências de estudantes é evidente. Hoje temos oito mil e muitos jovens estudantes [em Évora] e cerca de 400 ou 500 camas numa cidade, e isto mostra bem como precisamos de mais construção e de mais incentivos, e não de mais impostos e de mais ataque à propriedade”, apontou, justificando a escolha do local para o encerramento das jornadas.
André Ventura reiterou ainda o pedido ao Presidente da República para que “vete o arrendamento coercivo e o aumento da contribuição extraordinária para o alojamento local” por considerar estas medidas inconstitucionais.
Nestas jornadas do CHEGA com o tema “Habitação e Inflação: diagnósticos e soluções” não foram apresentadas propostas novas. O líder do CHEGA justificou que os projetos já apresentados pelo partido “são um bom pacote de medidas” e realçou algumas: “de diminuição do IVA da construção, de aumento dos incentivos públicos à construção em várias áreas, de diminuição do período de licenças”.
“E é nisso que queremos focar o debate, e é esse pacote que vamos contrapor ao Governo quando ele apresentar o ‘Programa Mais Habitação’ para discussão” na Assembleia da República, indicou.
O programa das terceiras jornadas parlamentares do CHEGA previa uma visita à residência universitária Manuel Álvares, mas os deputados ficaram à porta, tendo sido recebido por dois jovens que integram as estruturas locais do partido. Apenas um era estudante do ensino superior.
Em conversa com os dois jovens, a deputada Rita Matias realçou que o partido apresentou uma proposta para que os jovens “saibam à partida se têm ou não a bolsa” de estudos quando começam a frequentar o ensino superior, e está “a trabalhar” numa iniciativa para a “antecipação das colocações para que os alunos não tenham apenas uma semana” para procurar alojamento.