Rei justifica escolha por Partido Popular ter sido o mais votado

© casareal.es

O Rei de Espanha justificou a indicação do presidente do Partido Popular para candidato a primeiro-ministro por ter sido o mais votado nas eleições e não existir, para já, uma “maioria suficiente” de apoio a outro nome.

Felipe VI sublinhou, num comunicado, que o candidato do partido mais votado nas eleições legislativas de Espanha foi sempre o primeiro a ser proposto ao parlamento pelo chefe de Estado como candidato a primeiro-ministro.

“Esta prática foi-se convertendo com o passar dos anos num costume” e nas consultas com os partidos que conseguiram representação parlamentar nas eleições de 23 de julho o Rei de Espanha “não constatou que, no dia de hoje, exista uma maioria suficiente para uma investidura que fizesse cair este costume”, lê-se num comunicado da Casa Real espanhola.

No mesmo comunicado, a Casa Real acrescentou que se o líder do Partido Popular (PP), Alberto Núñez Feijóo, não conseguir ser investido primeiro-ministro pelo parlamento, o Rei indicará outro candidato.

Felipe VI indicou hoje como candidato a primeiro-ministro Alberto Núñez Feijóo, na sequência das eleições legislativas de 23 julho, cabendo agora ao parlamento votar a investidura.

O Rei tomou a decisão depois de uma ronda de audiências, na segunda-feira e hoje, com os partidos que conseguiram representação parlamentar nas eleições de 23 de julho.

O PP (direita) foi o mais votado nas eleições e Feijóo já tinha dito hoje que, por causa disso, era candidato a primeiro-ministro, apesar de não ter os apoios parlamentares que lhe garantam a investidura.

Também o líder do Partido Socialista espanhol (PSOE), Pedro Sánchez, o segundo mais votado nas eleições, mas que tem mais aliados potenciais no parlamento do que o PP, afirmou que era candidato a primeiro-ministro.

A decisão do Rei Felipe VI foi comunicada publicamente pela presidente do parlamento espanhol, Francina Armengol, que acrescentou que vai agora contactar com Feijóo para ver com o líder do PP qual a data mais oportuna para agendar o debate e a votação de investidura.

Se a investidura falhar, o Rei deverá repetir a ronda de audiências com os partidos e indicar novo candidato a primeiro-ministro, como já aconteceu no passado.

O parlamento tem dois meses, a partir da primeira votação de investidura falhada, para eleger um primeiro-ministro.

Se esse prazo terminar sem uma investidura, o parlamento dissolve-se automaticamente e haverá novas eleições 47 dias depois.

Feijóo afirmou hoje que conta com o apoio de 172 deputados, “a apenas quatro da maioria absoluta”.

Já Sánchez defendeu que ficou provado que consegue reunir o apoio maioritário dos 350 deputados na semana passada, quando os socialistas ficaram com a presidência do parlamento, através dos 178 votos de uma ‘geringonça’ de partidos que inclui nacionalistas e independentistas bascos, catalães e galegos.

Quatro partidos nacionalistas e separatistas recusaram reunir-se com o Rei de Espanha, a quem não reconhecem legitimidade política.

Os quatro partidos que não transmitiram ao Rei o seu sentido de voto no parlamento são potenciais aliados do PSOE e de Pedro Sánchez, que é também o atual primeiro-ministro em funções.

Esta foi a primeira vez na democracia espanhola que dois líderes de partidos disseram ao Rei que estavam disponíveis para serem candidatos a primeiro-ministro.

Últimas de Política Internacional

A Comissão Europeia anunciou hoje uma investigação formal para avaliar se a nova política da `gigante` tecnológica Meta, de acesso restrito de fornecedores de inteligência artificial à plataforma de conversação WhatsApp, viola regras de concorrência da União Europeia.
O Sindicato de Trabalhadores da Imprensa na Venezuela (SNTP) e o Colégio de Jornalistas (CNP), entidade responsável pela atribuição da carteira profissional, denunciaram hoje a detenção de um jornalista que noticiou a existência de um buraco numa avenida.
O Tribunal Constitucional da Polónia ordenou hoje a proibição imediata do Partido Comunista da Polónia (KPP), alegando que os objetivos e atividades do partido, refundado em 2002, violam a Constituição.
A Administração Trump suspendeu todos os pedidos de imigração provenientes de 19 países considerados de alto risco, dias após um tiroteio em Washington que envolveu um cidadão afegão, anunciou o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos.
Federica Mogherini, reitora do Colégio da Europa e ex-chefe da diplomacia da União Europeia (UE), foi indiciada pelos crimes de corrupção, fraude, conflito de interesse e violação de segredo profissional, revelou a Procuradoria Europeia.
O Presidente ucraniano apelou hoje para o fim da guerra, em vez de apenas uma cessação temporária das hostilidades, no dia de conversações em Moscovo entre a Rússia e os Estados Unidos sobre a Ucrânia.
O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, considerou hoje que a situação na Catalunha só se normalizará totalmente se o líder separatista Carles Puigdemont for amnistiado e regressar à região, tendo reconhecido "a gravidade da crise política" que enfrenta.
A Comissão Europeia confirmou hoje que foram realizadas buscas nas instalações do Serviço de Ação Externa da União Europeia (UE), em Bruxelas, mas rejeitou confirmar se os três detidos são funcionários do executivo comunitário.
A ex-vice-presidente da Comissão Europeia e atual reitora da Universidade da Europa Federica Mogherini foi detida hoje na sequência de buscas feitas pela Procuradoria Europeia por suspeita de fraude, disse à Lusa fonte ligada ao processo.
Mais de 20 mil munições do Exército alemão foram roubadas durante um transporte, em Burg, leste da Alemanha noticiou hoje a revista Der Spiegel acrescentando que o Governo considerou muito grave este desaparecimento.