Quadro chinês que se reuniu com Putin é figura na indústria de Defesa

O vice-primeiro-ministro chinês Zhang Guoqing, que se reuniu na terça-feira com o líder russo, Vladimir Putin, em Vladivostoque, é o antigo chefe de um dos maiores fabricantes e exportadores de armas da China.

Zhang, que participa no Fórum Económico Oriental, na cidade russa de Vladivostoque, trabalhou durante 25 anos no conglomerado de Defesa estatal Norinco Group (China North Industries Group Corporation Limited). Entre 2008 e 2013, ele serviu como diretor geral da empresa.

Para além de fabricar artilharia, tanques, veículos blindados e armas para as Forças Armadas e polícia do país asiático, o grupo, que tem sede em Pequim, é também um dos principais exportadores de armamento do país asiático.

A visita de Zhang Guoqing a Vladivostoque ocorre numa altura de crescente aproximação entre Pequim e Moscovo, apesar da invasão da Ucrânia pela Rússia.

A China garantiu várias vezes que não vai vender armas à Rússia e que está empenhada em promover uma solução política para o conflito. O país bloqueou também a exportação de bens com duplo uso civil e militar para a Rússia e Ucrânia, incluindo aeronaves aéreas não tripuladas (drones) civis de longo alcance.

O governo norte-americano advertiu Pequim para consequências não especificadas se apoiar o esforço de guerra do Kremlin.

Numa reunião na terça-feira, Putin disse a Zhang que as relações entre a Rússia e a China atingiram um nível histórico “sem precedentes”, segundo a agência de notícias estatal russa RIA.

“As relações entre a Rússia e a China atingiram um nível histórico absolutamente sem precedentes nos últimos anos”, afirmou Putin. “Juntos continuaremos este trabalho”, acrescentou.

Um porta-voz da presidência russa indicou na terça-feira que Putin e Zhang abordaram em Vladivostoque contactos bilaterais ao “mais alto nível” até ao final deste ano.

“Esta é outra oportunidade para comparar rapidamente notas, inclusive no contexto de contactos bilaterais ao mais alto nível planeados antes do final deste ano”, disse o porta-voz Dmitry Peskov.

O conselheiro de política externa do Kremlin, Yury Ushakov, disse em julho que Putin planeia visitar a China em outubro, a convite do homólogo chinês, Xi Jinping.

Xi e Putin declararam, nas vésperas da invasão iniciada em fevereiro de 2022, uma amizade “sem limites” entre os dois países. Pequim bloqueou os esforços para condenar Moscovo nas Nações Unidas e repetiu as justificações russas para o ataque.

A China considera a parceria com o país vizinho fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, liderada pelos Estados Unidos.

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