Angola quer fazer um museu de libertação

A intenção das autoridades angolanas em fazer um museu de libertação nacional em cima das ruínas da Fortaleza de S. Francisco do Penedo abandonada à sua sorte desde 1975 parecia à partida um problema dos angolanos. Mas parece que não. Como acham que os portugueses andaram por lá a fazer mal durante uma catrefa de anos, resolveram envolver aqueles a quem chamam de colonialistas, na mais distorcida aceção da palavra e quando lhes convém, na construção do museu. Dirão alguns que não é para construção, mas sim e como diz o memorando do acordo assinado, para “reabilitação e apetrechamento” da Fortaleza de S. Francisco do Penedo em Luanda. Tudo uma questão de semântica? Ou talvez não.

Aproveitando a irresistível atração socialista por oferecer aquilo que não é deles, a somar ao facto de que o governo se encontra dissolvido e apenas possui funções administrativas, vai de assinar à pressa um protocolo pelo autoproclamado defensor dos fracos e oprimidos do tipo Hamas, das causas lulas e venezuelanas, por cá especialista em obras reabilitação de hospitais e estruturas militares, o ministro Cravo, para os amigos, o Cravinho.

Vai daí, o mui viajado fulano, corre a Luanda ao encontro do Ministro das Relações Exteriores angolano, Tété António e debaixo do braço leva um memorando de entendimento que “obriga” os colonialistas totós, vulgo o estado e todos nós, a um financiamento de 34 milhões de euros para, como eu disse mas não posso cansar de repetir, pagar a “reabilitação e apetrechamento” do tal forte, legado dos colonialistas e abandonado desde 1975, vai lá meio século.

E para não julgarem que eu sou um fanático antissocialista, convido-os a irem à internet e a olharem para a última fotografia conhecida do “forte” e digam-me se os milhões são ou não para fazer tudo de novo?!

São 34 milhões caramba! Que falta nos fariam! Que melhoramentos proporcionariam! Quantas casas fariam ou quantos pobres beneficiariam? Quanto dinheiro meu Deus? E para quê? Para construir um novo Museu de Libertação Nacional de Angola? Porquê, Angola não tem dinheiro para fazer o seu próprio museu? E porque não aproveitar o dinheiro confiscado pelo antigo presidente Eduardo dos Santos aquando do estoiro do BES/BES ANGOLA e que daria para construir museus de libertação em todas as principais cidades angolanas? Para quem gosta de notar a subtileza saloia do socialismo reparem só que os milhões não são para reabilitar a fortaleza. São mesmo e só para um museu de libertação, pago pelos fanáticos socialistas à revelia do seu povo.

Depois dos 5M€ do Costa para um fundo de reserva a formar contra os danos das alterações climáticas em países ditos mais pobres, toca a distribuir mais 34 M€. É mesmo fartar vilanagem!

Cravinho tem ainda palavras que não quero deixar a assinalar – “A conversão para o Museu tem para nós (os socialistas), um significado muito especial à beira do início do ano em que se comemoram os 50 anos do 25 de abril e um ano antes da celebração dos 50 anos da independência de Angola.” Como se fossem datas irmãs. Como se a celebração não trouxesse à memória os criminosos danos causados a portugueses que faziam de Angola a sua pátria e que foram espoliados de vidas e bens. Acrescenta ainda ”a importância do recordar aos mais novos a luta pela libertação”. Mas qual? 

Fiquei sem saber a que libertação se referia Cravinho? Se à sua de um trauma qualquer que desconheço, se à dos portugueses ao verem-se livres das gentes socialistas.

Angola é grande. Os angolanos são gente de trabalho, mas o povo continua a sonhar com a liberdade prometida ao fim de quase meio século. Os que usufruem do bem-estar “libertado”, são gentes e partidos que de liberdade apenas entendem o que lhes convém. Pagar a reconstrução de um forte é uma coisa. Obrigar os colonialistas a pagar o museu de libertação é outra. Sabe como mais uma vitória. E quem perde é que explica. Neste caso com uns míseros 34 milhões. Os ricos são assim. Poucos e com tendência a acabar!

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