Iberdrola com projeto de quase 427 milhões de euros em Sines para produzir amoníaco verde

A Iberdrola Renewables Portugal deu início ao processo de licenciamento ambiental para a produção, em Sines (Setúbal), de amoníaco verde em larga escala a partir de hidrogénio verde, num investimento de quase 427 milhões de euros.

©D.R.

O processo de licenciamento ambiental está a decorrer desde 11 de dezembro de 2023, tendo a empresa apresentado à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), esta segunda-feira, uma Proposta de Definição de Âmbito (PDA) do Estudo de Impacte Ambiental (EIA), cuja consulta pública decorre até ao dia 26 deste mês, no portal Participa.O projeto, designado “Green Ammonia Express Sines”, tem como objetivo implementar na Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS), gerida pela Aicep Global Parques, um estabelecimento industrial que permitirá a criação de uma cadeia de produção de amoníaco verde, em larga escala, a partir de hidrogénio verde.

De acordo com a proposta, consultada hoje pela agência Lusa no portal Participa, está prevista a construção de “duas unidades principais”, sendo uma para “a produção de hidrogénio verde, que inclui a desmineralização da água bruta, e uma segunda de síntese de amoníaco verde, que inclui a separação do ar”.

A instalação industrial irá ocupar uma “área de cerca de 21 hectares” e terá capacidade para “uma produção anual instalada na ordem de 95 mil toneladas de amoníaco verde a partir de eletrolisadores com 137 MW” (megawatts).

Contactada pela agência Lusa, a empresa explicou hoje que a construção do projeto, caso este seja aprovado, vai arrancar em “meados de 2025”, prevendo—se o início “da operação para 2027”.

Este investimento, que obteve em maio de 2023 a classificação de Projeto de Interesse Nacional (PIN), prevê a criação de “mais de meia centena de postos de trabalho”, indicou à Lusa a empresa.

“Com uma solução integrada, que combina um inovador sistema híbrido de produção de hidrogénio verde e um sistema autossustentável de produção de amoníaco verde, o `Green Ammonia Express Sines` permitirá a substituição de processos que recorrem a combustíveis fósseis para a produção de diferentes tipologias de produtos químicos, como bioprodutos e fertilizantes, diminuindo o impacto ambiental destas atividades”, sublinhou.

A Iberdrola afiançou que “o projeto permite posicionar Portugal num contexto da transição climática e da economia verde, contribuindo, simultaneamente, para o cumprimento das metas indicadas no Plano Nacional de Energia e Clima 2030 e no Pacto Ecológico Europeu”.

De acordo com a proposta em consulta pública, a localização da unidade de produção industrial na ZILS e a proximidade ao Porto de Sines vai permitir que seja o Terminal de Granéis Líquidos a base para as possíveis diferentes cadeias de distribuição.

O amoníaco será transportado “através de `pipeline`, a construir na esteira de tubagens existente e os barcos carregados através de um braço de carga dedicado” e a “instalação industrial será alimentada através de uma linha elétrica a construir com origem na Subestação da REN” em Sines, é referido no documento.

“O amoníaco verde liquefeito será conduzido ao Porto de Sines” e exportado, através do Terminal de Granéis Líquidos, “por via marítima com destino a instalações onde será utilizado na produção de fertilizantes agrícolas e de outros produtos químicos de valor acrescentado, como os bioprodutos” substituindo os processos que recorrem a combustíveis fósseis.

Segundo o documento submetido à APA, está “previsto o armazenamento intermédio de 2,5 toneladas de hidrogénio verde na fábrica e de 20 mil toneladas de amoníaco na área portuária, cuja localização dos tanques de armazenagem será definida com base do estudo que está a ser desenvolvido sendo, a partir destes, carregados os navios”.

Últimas de Economia

O montante investido em certificados de aforro voltou a aumentar em outubro, em termos homólogos, para 39.387 milhões de euros, um crescimento de 15,4% em termos homólogos, segundo dados hoje divulgados pelo Banco de Portugal (BdP).
A intensidade energética da economia situou-se em 3,7 MJ/euro em 2023, traduzindo uma redução de 6,4% face a 2022, o resultado mais baixo da série disponível, anunciou hoje o Instituto Nacional e Estatística (INE).
O escândalo da privatização da TAP volta a rebentar: o Ministério Público constituiu quatro arguidos por suspeitas de que a companhia aérea foi comprada… com o próprio dinheiro da TAP. A operação 'Voo TP789' desencadeou 25 buscas explosivas e está a abalar o setor da aviação nacional.
A taxa de inflação homóloga fixou-se, em outubro, nos 2,1% na zona euro, confirmou hoje o Eurostat, indicando que na União Europeia (UE) foi de 2,5%, com Portugal a apresentar a sexta menor (2,0%).
A Polícia Judiciária realizou hoje várias buscas no âmbito da privatização da TAP em 2015.
O Conselho Económico e Social (CES) considera "insuficiente o grau de clareza" das transferências internas da Segurança Social e recomenda que a Conta Geral do Estado (CGE) "passe a incluir dados detalhados" sobre a Caixa Geral de Aposentações (CGA).
O Banco Central Europeu (BCE) considerou que dez bancos importantes da zona euro tinham em 2025 provisões insuficientes para cobrir os riscos de exposições a crédito malparado, menos oito bancos que na revisão supervisora de 2024.
A Comissão Europeia decidiu hoje impor limites a importações de produtos de ligas de ferro (ferroligas) pela União Europeia (UE), como medida de proteção desta indústria.
O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) exigiu hoje o reforço urgente da segurança, após recentes disparos contra serviços de finanças da Grande Lisboa, durante a madrugada, e alertou para o agravamento do clima de segurança nos trabalhadores.
O Ministério Público realizou buscas de grande escala na TAP para investigar suspeitas de corrupção e burla na privatização feita em 2015. O caso, reaberto com novos indícios da Inspeção-Geral de Finanças, ameaça reacender uma das maiores polémicas da empresa.