O partido CHEGA e os outros movimentos nacionalistas que têm florescido pela Europa não o fazem num vácuo. São o sentimento profundo de resistência dos cidadãos contra o que os globalistas consideram já um facto consumado: A aparente falência do estado-nação.
Durante a segunda guerra mundial, os estados europeus ficaram traumatizados com o nacionalismo radical. É um nacionalismo cruel, baseado no ódio, que resultou em alguns dos piores crimes de sempre, e ao qual o CHEGA evidentemente se opõe. Os estados europeus quiseram então substituir tudo o que estivesse associado ao nacionalismo por qualquer outra coisa, incluindo a desintegração das fronteiras ou a criação do tal estado pan-europeu ideológico. De todo, estes senhores não pensaram bem no que estavam a fazer.
Porque para os europeus comuns, para os portugueses comuns, o nacionalismo é apenas a identidade histórica e o compromisso contínua que os une num corpo político. E os cidadãos participam nesta nação integrando um sistema político comum, mas também celebrando aquelas festas, lendo aqueles autores e ouvindo aquelas músicas que só os portugueses têm e mais ninguém. A defesa destas coisas é também nacionalismo, mas ninguém decente diria que está errada. Aliás, estes pedaços de identidade parecem ter algo de intrinsecamente bom que só os membros da nação podem compreender.
Numa família feliz todos aceitam uma decisão final, ainda que não concordem com ela, mas permanecem juntos porque têm um investimento conjunto para criar algo. O mesmo se aplica aos estados. Mas não é o que faz o PS quando recusa aceitar que já 15% dos portugueses querem-nos a representá-los, o PS não é a vontade geral ao contrário do que pensa, a sua ideologia não é bom cimento para construir uma casa que dure, e um país de que nos orgulhemos.
E com as ideias antipatrióticas da esquerda não teremos sequer democracia. Porque as democracias precisam de um “nós” nacional, o resultado de infinitos acordos entre vizinhos que falam a mesma língua, que vivem uns com os outros. E destes acordos, os portugueses acordaram respeitar mutuamente os seus direitos, e protegerem-se juntos das ameaças externas. A legitimidade deste acordo era tão válida antigamente contra os invasores espanhóis, como é hoje contra as grandes multinacionais que atuam contra os interesses das comunidades, ou de um governo controlado pelo partido socialista que pretende controlar as nossas vidas, ou a imigração descontrolada que ameaça o nosso bem-estar.
E é por isso que é legítima a nossa exigência de respeito pelas nossas fronteiras. É necessário definir a comunidade em termos territoriais. As fronteiras podem ser rígidas ou suaves, porosas ou intransitáveis, mas têm sempre que lá estar, porque providenciam às pessoas uma identidade com a qual podem sumarizar os seus direitos e deveres como cidadãos, e o seu compromisso para com os outros membros da comunidade, da qual depende a paz cívica.
Caros militantes e simpatizantes do CHEGA, após a segunda guerra criou-se uma comunidade europeia que funcionou enquanto a principal preocupação dos estados traumatizados foi a preservação da paz. Mas os indivíduos não se identificam com tratados, identificam-se com nações, com comunidades reais, orgânicas. Hoje vivemos na época em que as pessoas percebem as formas como a globalização lhes falhou, a era em que nada é seguro ou estável. Mas eu tenho esperança de que podemos reverter este rumo, porque é a vontade geral, onde os empregos vão voltar de onde nunca deviam ter saído. Vivemos na era em que os estados voltarão a tomar conta das suas fronteiras nacionais.
Mais tarde ou mais cedo, Portugal fá-lo-á com o CHEGA. Porque o Estado-Nação está vivo, ativo e a nossa nação está nas nossas mãos.