Ventura desafia Montenegro a não apoiar recandidatura de Albuquerque

O presidente do CHEGA, André Ventura, desafiou hoje o líder do PSD, Luís Montenegro, a recusar o apoio à recandidatura de Miguel Albuquerque à liderança da estrutura regional social-democrata na Madeira.

© Folha Nacional

“Se está mesmo a sério nisto do combate à corrupção, hoje, quando tiver o seu comício da noite, tem a oportunidade de dizer ao país assim: como nós não compactuamos com corrupção, eu não darei apoio, eu não darei apoio, eu não darei apoio ao doutor Miguel Albuquerque”, afirmou Ventura, dirigindo-se a Montenegro.

O líder do CHEGA considerou que, se o presidente do PSD “for um homem decente, é isto que fará esta noite”, e indicou que vai “ficar à espera” para ver se Montenegro “vai ter essa coragem”.

“É a prova do algodão”, afirmou, recuperando uma expressão do presidente do PSD sobre o CHEGA.

Defendendo que isto “não pode passar em claro”, André Ventura questionou se no PSD “a conversa da corrupção é só para fora e só para falar dos outros”.

“Luís Montenegro até recuperou a antiga expressão de Rui Rio de um banho de ética, mas é para os outros, para eles nunca é o mesmo banho de ética”, alegou, defendendo que, “se houver de facto uma preocupação com o combate a este tipo de crimes, Luís Montenegro tem hipótese de dizer publicamente que não apoiará Miguel Albuquerque”.

Ventura voltou a insistir que o “principal programa” do CHEGA é de “tolerância zero à corrupção em Portugal”.

O presidente do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, formalizou a sua candidatura às eleições internas do partido, agendadas para 21 de março, e assegurou que não se sente fragilizado por ser arguido um processo sobre suspeitas de corrupção.

Discursando num almoço/comício em Viana do Castelo, o líder do PSD abordou também o tema da agricultura e aproveitou para “disparar” de novo contra o PSD pelo acordo que fez com o PAN para a governação na Madeira.

“A quem é que o PSD foi buscar apoio na Madeira quando precisou de governar? Ao tal PAN extremista que quer acabar com a agricultura. Quando os tachos estão à vista de ser perder, juntam-se com qualquer um”, criticou.

André Ventura defendeu também a necessidade de um “programa nacional de apoio à agricultura e pesca, que inclua a redução para menos de metade das taxas sobre a agricultura, uma redução do gasóleo agrícola e uma redução dos impostos sobre os adubos e os fertilizantes”.

Depois de na terça-feira ter proposto aos partidos à direita um pacto para a imigração, voltou hoje ao tema, insistindo numa resposta, e fez questão de afirmar que “o CHEGA nunca esteve contra estrangeiros nem contra imigrantes”, mas recusou “aos outros o que não damos aos nossos em primeiro lugar”.

O presidente do CHEGA recusou também que a sua mensagem seja classificada como racismo ou xenofobia.

“É perfeitamente razoável que num país cuja Segurança Social já não consegue pagar pensões decentes aos reformados e dar azo às dificuldades do país, que quem procura Portugal tenha de descontar antes de começar a receber subsídios”, defendeu.

Segundo um relatório anual do Observatório das Migrações publicado em dezembro do ano passado, os imigrantes foram responsáveis em 2022 por um saldo positivo de 1604,2 milhões de euros da Segurança Social.

De acordo com o texto, intitulado “Indicadores de Integração de Imigrantes, Relatório Estatístico Anual 2023”, a relação entre as contribuições dos estrangeiros e as suas contrapartidas do sistema de Segurança Social português, ou seja, as prestações sociais de que alguns beneficiam, nos anos de referência deste relatório, “continua a traduzir um saldo financeiro bastante positivo”.

O líder do CHEGA deixou também uma palavra ao cabeça de lista, Eduardo Teixeira, e agradeceu-lhe a “coragem e a disponibilidade” de ter trocado o PSD (partido pelo qual chegou a ser eleito deputado) pelo CHEGA.

Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar em 10 de março para eleger 230 deputados à Assembleia da República.

A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.

Últimas de Política Nacional

O Grupo Parlamentar do CHEGA apresentou uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 que prevê uma isenção alargada do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para habitação própria e permanente, introduzindo novas condições de acesso ao benefício fiscal
O CHEGA reiterou a sua oposição a qualquer aumento nos impostos sobre os combustíveis, defendendo que o Governo deve garantir que os preços não sobem e propondo a eliminação do adicional do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP).
André Ventura reuniu, em apenas cinco horas, as 7.500 assinaturas necessárias para formalizar a sua candidatura à Presidência da República.
O Tenente-Coronel Tinoco de Faria anunciou que decidiu retirar-se da corrida às eleições presidenciais, declarando o seu apoio a André Ventura, numa decisão que descreveu como tomada “em defesa dos valores da Nação”.
“Pode aparecer um maluco...”, foi o que um ativista cigano declarou em entrevista ao Diário de Notícias, referindo-se ao candidato presidencial André Ventura. A menos de três semanas das presidenciais, o caso agrava o clima de tensão em torno da candidatura do líder do CHEGA.
O deputado do CHEGA, Francisco Gomes, afirmou, em audição parlamentar no âmbito da discussão do Orçamento do Estado para 2026, que “já existem três organizações terroristas a operar em Portugal”, exigindo explicações ao Governo sobre o alegado funcionamento dessas células no território nacional.
Candidato presidencial reage à abertura de um inquérito por causa dos cartazes da sua campanha. Ventura fala em ataque à liberdade de expressão e garante que não vai retirar a mensagem: “Cumpro a lei, mas não abdico das minhas convicções.”
Decisão de Marco Almeida causa polémica logo na primeira reunião do novo executivo. Autarquia defende legalidade e fala em mérito profissional, mas a nomeação do companheiro de uma vereadora para liderar os SMAS de Sintra levanta críticas e acusações de favorecimento.
A Câmara da Nazaré confirmou a realização de buscas nesta autarquia, mas o antigo presidente, Walter Chicharro, esclareceu que se limitou ao licenciamento urbanístico das vivendas investigadas pela PJ que são propriedade do Estado.
O CHEGA considera que o aumento das pensões deve ser um "desígnio histórico" e propõe, no âmbito do Orçamento do Estado para o próximo ano, uma subida de 1,5%, além do que está previsto por lei.