Trump descreve ataque ao pormenor: “Sangue a jorrar por todo o lado”

O ex-presidente norte-americano Donald Trump descreveu ao pormenor, perante uma multidão emocionada, a tentativa de assassínio de que foi alvo no sábado, prestando também homenagem ao antigo bombeiro morto no ataque.

© Facebook de Donald J. Trump

Logo após aceitar formalmente a nomeação como candidato presidencial do Partido Republicano, na noite de quinta-feira, Donald Trump dirigiu-se aos milhares de apoiantes que o receberam como um herói na Convenção Nacional Republicana, em Milwaukee, para descrever o que sentiu no ataque de sábado, mas sublinhou que nunca mais contará esta história por ser “muito dolorosa”.

No relato, cinco dias após o ataque, Trump começou por descrever aquele que era “um lindo e quente dia” em que “todos estavam felizes”.

“Ouvi um som alto de zumbido e senti algo a atingir-me, muito, muito forte, na minha orelha direita. Eu disse a mim mesmo: ‘Uau, o que foi isso? Só pode ser uma bala'”, contou, perante uma multidão que ficou silêncio para o ouvir.

“Havia sangue a jorrar por todo o lado mas, de certa forma, eu senti-me muito seguro porque tinha Deus do meu lado”, afirmou o magnata, com imagens do momento do ataque a serem projetadas atrás de si, no palco.

Várias pessoas choravam ao ouvir o relato do ex-presidente, que ficou ferido numa orelha após ser alvejado por um jovem de 20 anos, abatido pelas forças de segurança norte-americanas.

“Não era suposto eu estar aqui esta noite”, refletiu, com os apoiantes a gritarem: “Sim, está!”.

Trump pediu à plateia que fizesse um momento de silêncio para Corey Comperatore, o antigo bombeiro voluntário que assistia ao comício do ex-presidente e que acabou por morrer depois de ser baleado pelo atirador.

O fato e o capacete do bombeiro assassinado foram colocados no palco enquanto Trump falava. Durante o minuto de silêncio, o magnata caminhou até ao uniforme e beijou o capacete da vítima mortal do ataque de sábado.

No discurso, o ex-presidente mostrou o mesmo gráfico de imigração para o qual tentava olhar quando foi baleado durante o comício no sábado.

Conhecido pela retórica incendiária, o político, de 78 anos, começou num tom suave e profundamente pessoal e evoluiu para um tom mais agressivo, recorrendo recorreu a pelo menos 22 falsas alegações, de acordo com um levantamento feito pela estação de televisão CNN logo após o fim do evento.

Com duras críticas ao Governo de Joe Biden, o ex-presidente, que concorre pela terceira vez à Presidência norte-americana, apresentou as promessas para um segundo mandato, incluindo a redução do custo de alimentos e gasolina, o retorno de empregos e a segurança da fronteira.

Trump advogou ter “promessas ousadas que serão implementadas rapidamente”.

Para reduzir os preços, disse que os republicanos iam cortar os custos da energia, o que “por sua vez reduzirá o custo do transporte, da manufatura e de todos os bens domésticos”.

O candidato republicano disse que também traria de volta empregos na indústria automobilística através de impostos, tarifas e, especificamente, não permitindo que fábricas de automóveis fossem construídas em países como México e China.

“Com uma liderança adequada, todos os desastres que estamos a enfrentar agora serão corrigidos e serão corrigidos muito, muito rapidamente”, garantiu.

Apesar das promessas de um discurso de unidade, Trump desviou-se para ataques e insultos a democratas, como à ex-líder da Câmara dos Representantes Nancy Pelosi, que apelidou de “louca”.

A promessa de “tornar a América grande outra vez” concluiu um discurso de cerca de hora e meia e uma enorme manifestação de apoio a Trump, demonstrada ao longo de quatro dias de Convenção, que atraiu milhares de eleitores conservadores, celebridades e políticos influentes do Partido Republicano.

Últimas de Política Internacional

A Comissão Europeia aprovou hoje uma ajuda adicional de 40 milhões de euros para ajudar os ucranianos em situação vulnerável a prepararem-se para o inverno, perante os recentes ataques russos contra infraestruturas de energia.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, nomeou hoje o antigo negociador da União Europeia para o Brexit, Michel Barnier, como novo primeiro-ministro de França após mais de 50 dias de governo provisório.
O Presidente russo, Vladimir Putin, apoiou hoje a candidatura da norte-americana Kamala Harris à Casa Branca, um dia depois de Washington ter acusado Moscovo de interferência nas presidenciais dos Estados Unidos da América.
O atual ministro espanhol da Transformação Digital, José Luis Escrivá, será o novo governador do Banco de Espanha, anunciou hoje o Governo liderado pelo socialista Pedro Sánchez, que está ser alvo de críticas da oposição por causa desta escolha.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, quer rever as ajudas diretas aos pequenos agricultores e prometeu hoje apresentar medidas nos primeiros 100 dias do próximo mandato.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmitry Kuleba, apresentou hoje a demissão, numa carta dirigida ao Verkhovna Rada (parlamento) do país.
A Justiça neerlandesa pediu hoje 14 anos de prisão para um pregador paquistanês por incitar ao assassínio do líder neerlandês anti-islâmico de direita radical, Geert Wilders, e seis anos para um dirigente partidário extremista paquistanês por sedição e ameaças.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, encerrou hoje um intenso dia de consultas para nomeação do próximo primeiro-ministro, mantendo-se a falta de consenso sobre uma personalidade que possa sobreviver a uma moção de censura na Assembleia Nacional.
O Governo dos Estados Unidos apreendeu um avião utilizado pelo Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, alegando violações das sanções e das leis de controlo das exportações, informou hoje o Departamento de Justiça norte-americano.
A líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado acusou o Presidente do país, Nicolás Maduro, de ter condenado os jovens “à violência e à prisão”, referindo-se aos adolescentes detidos após as presidenciais de julho.