Presidente da ASPP admite que sindicato perdeu sócios após acordo com Governo

O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia admitiu hoje que o sindicato perdeu associados após o acordo assinado com o Governo sobre o subsídio de risco, mas muitos estão a regressar depois de “devidamente informados e esclarecidos”.

© D.R.

“É verdade que tivemos algumas saídas a partir do momento em que assinámos o acordo, mas posso-lhe também dizer (…) que temos feito também muitos associados que depois de esclarecidos, informados e de ouvirem de viva voz e de cara destapada da nossa parte, aquilo que se passou no acordo que celebrámos com o Governo em julho passado e aquilo que se apresenta para 2025 com o processo negocial, estamos já a ter reinscrições porque os colegas não estavam devidamente informados ou esclarecidos e formaram uma ideia errada daquilo que foi celebrado”, disse Paulo Santos, em entrevista à agência Lusa.

Paulo Santos é o único candidato às eleições para os corpos gerentes da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), que se realizam na quarta-feira, recandidatando-se a um mandato de quatro anos ao maior sindicato da Polícia de Segurança Pública.

Candidato a um segundo mandato na ASPP, Paulo Santos garantiu que é “sem qualquer sombra de dúvidas o maior sindicato da PSP e o mais representativo de agentes, chefes e oficiais num universo de cerca de sete mil associados”.

A ASPP, que já chegou a ter 14.000 associados num total de cerca de 20.000 elementos da PSP, tem vindo a ter uma variação de entradas e saídas mensais e o seu presidente explicou que muitas das saídas estão relacionadas com a entrada na pré-aposentação de muitos polícias que são sócios da ASPP desde a década de 80.

“A ASPP também teve mais sócios porque o contexto em que se encontrava era diferente, não havia uma proliferação de sindicatos que há hoje em dia, os polícias estavam mais ligados àquilo que era o ADN e a história do sindicalismo policial português, há outras dinâmicas que levam a que se faça outro tipo de interpretações, ou seja, toda a dinâmica, todo o contexto é diferente e isso também tem implicações”, precisou.

Paulo Santos frisou que mesmo “assim continuam a ser a grande estrutura sindical da PSP e do país”, sendo agora necessário perceber o que se pode fazer para preservar os polícias com interpretações diferentes e conquistar alguns jovens.

Para o responsável, o sindicalismo na PSP não está a perder importância, mas é necessário “contextualizar aquilo que é intervenção e ação”.

“As dinâmicas sociais alteraram. Aquilo que é o reflexo da sociedade também tem repercussões no próprio funcionamento da PSP e no próprio sindicalismo”, disse, recordando que os valores não são os mesmos de há 30 e 40 anos atrás e atualmente os polícias quando chegam à instituição já têm algumas condições socioprofissionais que não existiam na década de 80, além de existirem novas formas de comunicar como plataformas digitais e redes sociais.

Nesse sentido, sustentou que “o sindicalismo não está a morrer”, sendo necessário adaptar a intervenção do sindicato à nova realidade e para os próximos quatro anos quer melhorar as formas de comunicar e de lutar pela “preservação dos direitos e tentar fazer algo para que não se perca aquilo que já foi constituído”.

Questionado sobre os movimentos inorgânicos que têm surgido na PSP, Paulo Santos considerou que não estão a ganhar força em relação aos sindicatos e recordou que “a própria ASPP era assim há 40 anos”.

“Era um movimento inorgânico [ASPP] e foi daí que surgiu a sua configuração até jurídica como sindicato. Agora, sabemos bem que face àquilo que tem sido anos e anos de desinvestimento e à desvalorização da própria profissão, levou a que muitos polícias fizessem interpretações diferentes e tentassem através de outros meios e por outros vias tentar atingir os seus objetivos”, disse, destacando que o mote da lista que preside às eleições “é consciencializar para melhor lutar”.

Paulo Santos disse ainda que quer “fazer chegar aos polícias que só de forma organizada e coletiva é que se pode ter uma estrutura forte e sólida para lutar pelos direitos” dos polícias.

Últimas do País

Entidades públicas ligadas à formação de nadadores-salvadores na região Centro querem cursos realizados mais cedo e alterações à lei, que tardam em efetivar-se, para fazer com que a atividade seja mais atrativa para os jovens.
A fuga de amoníaco ocorrida hoje na Empresa de Cervejas da Madeira, em Câmara de Lobos, obrigou à retirada de 150 pessoas, entre operários e residentes em casas nas imediações, disse o comandante dos bombeiros da localidade.
O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) anunciou esta semana a apresentação de uma queixa-crime contra o ativista Mamadou Ba, acusando-o de difamação e calúnia com publicidade. Em causa está uma publicação feita por Ba nas redes sociais, onde levanta suspeitas graves sobre a conduta dos guardas prisionais relativamente à morte de um recluso negro na prisão do Linhó, em Cascais.
Mais de 30 concelhos dos distritos de Faro, Portalegre, Santarém, Castelo Branco, Coimbra e Guarda estão hoje em perigo máximo de incêndio, no dia em que as temperaturas vão chegar aos 39 graus Celsius, segundo o IPMA.
Um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), que inclui dados de duas décadas, concluiu que crianças vítimas de eventos traumáticos podem estar a escapar ao radar dos profissionais de saúde e, consequentemente, das autoridades competentes.
Cientistas e ambientalistas salientaram hoje a importância da aprovação da maior rede de área protegida do Atlântico Norte, nos Açores, criada há seis meses, e pediram agora que se prossiga com a sua implementação e regulamentação.
Um sismo de magnitude 3,1 na escala de Richter foi sentido hoje no concelho da Povoação, São Miguel, informou o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA).
Duas urgências de pediatria e três de ginecologia/obstetrícia, menos uma do que o previsto na sexta-feira, estão hoje encerradas, a maioria na região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo as escalas publicadas no portal do SNS.
O suspeito do homicídio da mulher de Oliveira do Bairro cujo corpo foi encontrado há dias foi detido hoje naquele concelho, disse à agência Lusa fonte da Polícia Judiciária (PJ).
Um cidadão estrangeiro de 32 anos com mandato de detenção europeu, por suspeita de prática de 11 crimes de dano através de ‘graffiti’ em edifícios e comboios na Suécia, foi detido em Leiria, anunciou hoje a Polícia Judiciária (PJ).