O deputado do CHEGA, Rui Afonso, questionou esta quarta-feira o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, sobre o caso de Hélder Rosalino e a incongruência de ser o Banco de Portugal (BdP) a pagar o seu salário enquanto secretário-geral, estando assim o banco central a financiar o Governo.
Ouvido no parlamento na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, o ministro da Presidência disse que o Governo defende que haja salários no Estado que possam ser superiores ao do primeiro-ministro e revelou que o executivo “tomará iniciativas nesse sentido”, para garantir a “coerência dos seis regimes atuais de vencimentos na Administração Pública”.
Nesta senda, o deputado Rui Afonso contestou o ministro sobre a alteração legislativa “feita à pressa”, para que Hélder Rosalino fosse auferir o mesmo salário que recebia no BdP – um valor muito superior ao do primeiro-ministro. O deputado do CHEGA reforçou que “é estranho esta alteração legislativa ter sido feita uma semana antes da nomeação de Hélder Rosalino”, querendo saber se “existem mais algumas exceções, como esta, de remunerações superiores ao do primeiro-ministro.”
Já a deputada do CHEGA, Madalena Cordeiro, questionou o ministro sobre a “nobreza dos atos do Governo” que prometeram em campanha uma limpeza de gorduras do Estado, mas que apresentam um Governo em tudo igual ao anterior socialista. Por sua vez, o deputado Eduardo Teixeira relembrou a história dos consultores do banco central que recebem “salários milionários”, se o Governo está a prever regular estas situações e outras dentro da estrutura do Estado.
O ministro da Presidência anunciou que o Governo quer avançar neste semestre com uma revisão dos atuais regimes de vencimento da Administração Pública para “preservar a competitividade e a atratividade da função de dirigente público”.