Bruxelas quer simplificar regras da UE para alívio administrativo

A Comissão Europeia propôs hoje uma simplificação das regras de sustentabilidade e de investimentos da União Europeia (UE) para um alívio administrativo de cerca de 6,3 mil milhões de euros referente à redução das obrigações para as empresas.

“A Comissão Europeia adotou um novo pacote de propostas para simplificar as regras da UE e aumentar a competitividade, bem como para desbloquear capacidades de investimento adicionais”, indica a instituição numa informação hoje divulgada, falando num “importante passo em frente na criação de um ambiente empresarial mais favorável para ajudar as empresas da União a crescer, inovar e criar empregos de qualidade”.

Contas do executivo comunitário revelam que, se as medidas em causa forem adotadas e aplicadas tal como propostas, pode estar em causa uma poupança total de custos administrativos anuais de cerca de 6,3 mil milhões de euros e mobilizarão uma capacidade de investimento público e privado adicional de 50 mil milhões de euros para apoiar as prioridades políticas.

Neste pacote de simplificação são sugeridos relatórios de sustentabilidade mais acessíveis e eficientes para as empresas através da redução do ónus das obrigações de comunicação da taxonomia da UE e limitando-o às empresas de maior dimensão (numa redução de 80% do número de companhias abrangidas).

É também proposto um dever de diligência mais simplificado para evitar complexidades e custos desnecessários, nomeadamente reduzindo a frequência das avaliações periódicas e da monitorização, bem como um mecanismo mais acessível de ajustamento das emissões de carbono nas fronteiras para um comércio mais justo.

A Comissão Europeia quer dar às empresas tempo para se prepararem para cumprir os novos requisitos, pelo que propõe adiar a aplicação dos requisitos de diligência devida em matéria de sustentabilidade para as maiores empresas por um ano (para 26 de julho de 2028), enquanto antecipa a adoção das orientações por um ano (para julho de 2026).

Bruxelas estipulou para este mandato um objetivo assente num esforço de simplificação sem precedentes, para conseguir uma redução de, pelo menos, 25% dos encargos administrativos e de, pelo menos, 35% para as pequenas e médias empresas até 2029.

No final de janeiro, a Comissão Europeia apresentou uma estratégia para a UE ultrapassar Estados Unidos e China, prevendo um “esforço sem precedentes” na redução da burocracia, que impede o investimento no espaço comunitário.

Com duas em cada três empresas a afirmarem que a carga regulamentar é o principal obstáculo à entrada na UE, Von der Leyen quer mudar o panorama e trazer investimento a longo prazo que está a ser levado Washington ou Pequim.

Além do pacote de simplificação, a Comissão Europeia defendeu ainda hoje alterações para simplificar e otimizar a utilização de vários programas de investimento, incluindo o fundo de investimento InvestEU, o fundo para investimentos estratégicos FEIE e os instrumentos financeiros antigos, o que permitirá mobilizar cerca de 50 mil milhões de euros em investimentos públicos e privados adicionais.

Para a comissária europeia dos Serviços Financeiros e da União da Poupança e do Investimento, Maria Luís Albuquerque, este pacote define “um caminho para uma regulamentação da UE em matéria de financiamento sustentável mais favorável ao crescimento, mais utilizável e proporcionada”.

As propostas legislativas serão agora apresentadas ao Parlamento Europeu (eurodeputados) e ao Conselho (países) para apreciação e adoção.

Últimas de Economia

A empresa estatal Parpública anunciou hoje, em comunicado, que recebeu "três declarações de manifestação de interesse" pela privatização da TAP, cuja entrega de candidaturas encerrou às 16:59.
O prazo para a entrega das manifestações de interesse pela privatização da TAP termina hoje, seguindo-se agora a análise das candidaturas pela Parpública e a preparação para as propostas não vinculativas.
Os pagamentos aos beneficiários do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ultrapassaram a barreira dos 10.000 milhões de euros na última semana, com as empresas a manterem-se na liderança, segundo o último relatório de monitorização.
O endividamento do setor não financeiro, que reúne administrações públicas, empresas e particulares, aumentou 9.400 milhões de euros em setembro face a agosto, para 866.400 milhões de euros, anunciou hoje o Banco de Portugal (BdP).
O International Airlines Group (IAG) entregou à Parpública uma declaração de interesse no processo de privatização da TAP, anunciou hoje o grupo dono da British Airways e da Iberia, um dia antes do final do prazo definido.
O montante investido em certificados de aforro voltou a aumentar em outubro, em termos homólogos, para 39.387 milhões de euros, um crescimento de 15,4% em termos homólogos, segundo dados hoje divulgados pelo Banco de Portugal (BdP).
A intensidade energética da economia situou-se em 3,7 MJ/euro em 2023, traduzindo uma redução de 6,4% face a 2022, o resultado mais baixo da série disponível, anunciou hoje o Instituto Nacional e Estatística (INE).
O escândalo da privatização da TAP volta a rebentar: o Ministério Público constituiu quatro arguidos por suspeitas de que a companhia aérea foi comprada… com o próprio dinheiro da TAP. A operação 'Voo TP789' desencadeou 25 buscas explosivas e está a abalar o setor da aviação nacional.
A taxa de inflação homóloga fixou-se, em outubro, nos 2,1% na zona euro, confirmou hoje o Eurostat, indicando que na União Europeia (UE) foi de 2,5%, com Portugal a apresentar a sexta menor (2,0%).
A Polícia Judiciária realizou hoje várias buscas no âmbito da privatização da TAP em 2015.