Rússia e EUA vão reunir-se de novo no domingo ou início da semana

As próximas conversações russo-americanas sobre o conflito na Ucrânia vão decorrer na Arábia Saudita no domingo ou no início da próxima semana, anunciou hoje o Kremlin (presidência russa).

© Facebook de Dmitry Peskov

“Pode não ser no domingo, estamos a tentar chegar a acordo sobre todas as ‘nuances’. Também poderá ser no início da próxima semana”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

As negociações terão lugar “a nível de peritos”, referiu, citado pela agência francesa AFP.

Segundo Peskov, serão discutidos vários “aspetos do acordo ucraniano”.

A Rússia ainda não deu o acordo ao plano norte-americano de tréguas de 30 dias, aceite por Kyiv sob pressão de Washington.

Por enquanto, o Presidente russo, Vladimir Putin, limitou-se a uma moratória recíproca de um mês sobre os ataques contra as infraestruturas energéticas.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, exigiu na quarta-feira que os Estados Unidos fossem responsáveis pelo controlo do cessar-fogo.

Relativamente às conversações, a Ucrânia não apresentou um calendário preciso.

Zelensky disse que estava preparado para enviar uma equipa de especialistas técnicos para a Arábia Saudita no caso de negociações sobre o cessar-fogo parcial.

Essa equipa incluiria “pessoal militar, especialistas no setor da energia” e infraestruturas civis, nomeadamente “infraestruturas portuárias”, disse Zelensky.

O primeiro encontro russo-americano sobre a guerra na Ucrânia realizou-se em 18 de fevereiro, também na Arábia Saudita.

As deleções foram lideradas, na altura, pelos chefes da diplomacia russa, Serguei Lavrov, e norte-americana, Marco Rubio.

O encontro em Riade foi a reunião diplomática mais longa entre a Rússia e os Estados Unidos desde a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

A aproximação entre Moscovo e Washington ocorreu na sequência da posse de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos, em 20 de janeiro.

No encontro de hoje com a imprensa, Peskov também denunciou “planos para militarizar a Europa, numa altura em que a União Europeia (UE) lançou um processo de rearmamento para fazer face à ameaça russa e ao risco de afastamento norte-americano.

“Essencialmente, os sinais vindos de Bruxelas e das capitais europeias são sobre planos para militarizar a Europa”, disse Peskov.

“A Europa embarcou na sua própria militarização e transformou-se num partido de guerra”, acrescentou.

O plano da UE para rearmar o continente até 2030, prevê um investimento de 800 mil milhões de euros na defesa.

Moscovo tem rejeitado, até agora, a presença de tropas ocidentais em território ucraniano, por considerar que representariam uma ameaça.

Os líderes da UE reúnem-se hoje em Bruxelas para discutir o financiamento das necessidades de investimento em defesa.

Portugal está representado na cimeira pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro.

Os chefes de Estado-Maior de cerca de trinta países dispostos a contribuir para as garantias de segurança da Ucrânia reúnem-se hoje no Reino Unido para discutir um plano de manutenção da paz em caso de cessar-fogo com a Rússia.

Últimas de Política Internacional

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, voltou hoje a criticar o sistema judicial italiano, acusando os tribunais de ordenarem o regresso a Itália de imigrantes com registo criminal e manifestamente sem direito a proteção, por razões "claramente ideológicas".
A Comissão Europeia anunciou hoje ter levado Portugal ao Tribunal de Justiça da União Europeia por não aplicar na totalidade a nova Lei dos Serviços Digitais, dado que não conferiu poderes supervisores nem definiu regras sobre sanções.
A segunda volta para a eleição de Friedrich Merz como chanceler da Alemanha vai decorrer hoje às 15:15 (hora local, 14:15 em Lisboa), depois do líder dos conservadores ter falhado a primeira votação no parlamento.
O Governo dos EUA anunciou hoje que vai oferecer dinheiro aos imigrantes ilegais que regressem aos seus países, beneficiando aqueles que optem pela autodeportação.
A presidente da Comissão Europeia anunciou hoje uma estratégia para a União Europeia (UE) atrair investigadores estrangeiros, alocando 500 milhões de euros até 2027 com vista a chegar futuramente a um investimento de 3% do PIB neste setor.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prometeu hoje retaliações contra os rebeldes huthis do Iémen, depois de um míssil ter atingido o aeroporto Ben Gurion em Telavive.
O chanceler cessante alemão, Olaf Scholz, apelou hoje à defesa do ideal europeu surgido após a Segunda Guerra Mundial, durante as comemorações do octogésimo aniversário da libertação do campo de concentração nazi de Neuengamme, perto da cidade de Hamburgo.
O primeiro-ministro do Iémen, Ahmed bin Mubarak, demitiu-se hoje depois de lamentar que o seu mandato tenha sido limitado ao ponto de não ter conseguido concretizar as reformas que pretendia para o país.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, desvalorizou as tréguas propostas pelo homólogo russo, Vladimir Putin, incluindo um cessar-fogo de 08 a 10 de maio, por serem prazos demasiado curtos para conversações sérias.
O Parlamento Europeu vai debater na próxima quarta-feira o apagão que deixou a Península Ibérica sem eletricidade na segunda-feira, que foi classificado como o maior incidente deste tipo na Europa em quase duas décadas, foi hoje divulgado.