O dito voto útil

Aproximam-se as eleições legislativas de 18 de maio, e há nacionalistas e pessoas de Direita com dúvidas. Vamos esclarecê-las?

Alguns estão ideologicamente confusos. Outros continuam enfeitiçados pela ilusão do voto útil. Permitam-me que vos diga: nenhum voto é verdadeiramente útil se não for um voto por convicção.

Em seis pontos, explico o porquê de o dito voto útil ser uma armadilha do “status quo”. O último ponto é o mais importante.

O argumento falacioso do voto útil assenta na ideia de que os eleitores não devem votar no partido com o qual mais se identificam, mas sim naquele com mais hipóteses de ganhar, ou muitas vezes no “mal menor”. É uma falácia porquê?

1- “O partido com o qual me identifico não tem hipótese de eleger”. Esta profecia só se realiza precisamente porque os eleitores caem na falácia. É uma profecia autor realizável. Se, em 2019, os eleitores tivessem bailado ao som desta cantiga, o CHEGA não teria entrado no parlamento. Os nacionalistas e os eleitores de Direita têm de ir além da AD/PSD como foram além do CDS outrora.

2- Se os nacionalistas e os eleitores de Direita votarem em função da probabilidade de vitória, estarão a contribuir para que as ideias antagonistas ao sistema, mais uma vez, fiquem de fora do espaço mediático. O parlamento é o altifalante que falta ao nacionalismo e à Direita Conservadora. Queiram ou não, o CHEGA é o representante mais fiel dos valores de Direita.

3- Regra geral, os defensores do voto útil usam a chantagem emocional. “Se dispersamos o voto, ganha a esquerda, vence o socialismo”. Promovem o medo em vez da convicção. Pessoas íntegras não aceitam que o medo do adversário se sobreponha aos seus princípios. Além disso, a dita dispersão parece não ser problema para o dito adversário, que governa sistematicamente e até com geringonças.

4- O voto nunca é desperdiçado. Isto é, o número de votos carrega um sinal político, uma mensagem para o sistema e para o próprio CHEGA. Mesmo na circunstância de não tradução em mandatos, não é a mesma coisa atingir 10 ou 70 mil votos. Hoje em dia, como aconteceu em 2024, o Chega obtém representação em todos os distritos do continente, nas regiões autónomas e nos círculos da emigração, não havendo hipótese do voto ser desperdiçado ou dissolvido pelo Método de Hondt. O que não acontece com partidos mais pequenos ou sem representação parlamentar.

5- O “mal menor” o PSD ter 78 ou até ficar atrás do PS em número de mandatos, não mudará absolutamente nada na relação de forças parlamentares. Só um partido de Direita com o maior grupo parlamentar possível, poderá representar um forte avanço das ideias nacionalistas e patriotas de Direita. A consolidação no espaço mediático é crucial.

6- A única forma de quebrar o ciclo é recusar praticá-lo. Se os eleitores continuarem a cair na armadilha, perpetuam o “status quo”. O dito voto útil apenas serve o sistema e os instalados nele.

Em suma, foi o voto convicto que catapultou o CHEGA para o parlamento. Fossem todos idiotas do voto útil e nunca teria chegado ao hemiciclo.

Não se deixem enganar por influencers, comunicação social, vendedores de banha da cobra e afins.
Voto em consciência é votar na lista com que mais nos identificamos.

Voto útil é aquele que sabemos que irá para quem sentimos que nos representa.
Esqueçam os taticismos.

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