Rússia sem medo de sanções ocidentais

O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou hoje que "não há necessidade de temer" sanções do Ocidente devido à guerra na Ucrânia, referindo, porém, que é preciso que a Rússia esteja preparada para reduzir os seus efeitos.

© Facebook de Vladimir Putin

“Não há necessidade de ter medo. Quem começa a ter medo perde rapidamente”, disse o líder do Kremlin numa reunião com membros de uma organização empresarial, após um grupo de países ocidentais terem ameaçado Moscovo com novas sanções se recusar a suspensão dos combates na Ucrânia.

Vladimir Putin recomendou, no entanto, que se deve “compreender o que pode acontecer” como resultado das restrições ocidentais.

“Temos de estar preparados para qualquer movimento que os nossos potenciais adversários futuros possam fazer”, insistiu.

O líder russo fez estas declarações após ameaças dos líderes do Reino Unido, Alemanha, França e Polónia sobre a imposição de novas e duras sanções à Rússia caso o Kremlin recuse um cessar-fogo de um mês na Ucrânia.

O novo chanceler alemão, Friedrich Merz, reiterou hoje que, se não houver progressos esta semana em direção a um cessar-fogo duradouro na Ucrânia, serão impostas novas sanções europeias contra a Rússia, e manifestou confiança de que será possível garantir o apoio de todos os Estados-membros da União Europeia (UE) para atingir este objetivo.

Merz observou que o 17.º pacote de sanções europeias já foi formulado e aguarda aprovação em junho, enquanto a Alemanha e outros países defenderão medidas punitivas adicionais contra Moscovo se não houver progressos esta semana.

O Kremlin, por sua vez, rejeitou ultimatos dos países europeus e realçou que seria inaceitável falar com Moscovo nesse contexto.

Putin disse no sábado que estava pronto para conversações diretas com a parte ucraniana na quinta-feira, em Istambul, na Turquia, mas continua sem confirmar a sua presença.

Hoje, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu aos aliados ocidentais para adotarem as sanções “mais pesadas” de sempre se o líder russo recusar a sua presença no encontro marcado para a Turquia.

A ausência de Vladimir Putin em Istambul será o “sinal definitivo” de que Moscovo não quer parar a guerra nem está disposto a negociar, advertiu Zelensky.

Ao mesmo tempo, Vladimir Putin afirmou hoje que entre 50 mil e 60 mil pessoas se juntam “voluntariamente” aos combates na Ucrânia todos os meses, alegando que este número contrasta com as tentativas ucranianas de recrutar militares “como cães”.

Segundo o líder do Kremlin, enquanto a Ucrânia pratica uma “mobilização forçada”, na Rússia “entre 50.000 e 60.000 jovens alistam-se voluntariamente” todos os meses.

O Kremlin sempre afirmou que não tem de recorrer a mobilizações em massa como a que levou ao recrutamento de 300 mil pessoas em setembro de 2022, embora as tropas russas tenham sido reforçadas nos últimos anos com mercenários ou prisioneiros condenados em busca de algum tipo de benefício nas suas penas, além do contingente de militares norte-coreanos.

As autoridades russas também não forneceram um número claro de baixas desde o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Os ucranianos afirmam que o número de baixas entre as forças russas ronda os 950 mil militares mortos ou feridos.

Segundo informações divulgadas por um projeto da estação televisiva britânica BBC e do órgão independente russo Mediazona, elaboradas a partir de dados verificáveis, pelo menos 107 mil militares russos morreram desde o início do conflito até 05 de maio, mas o valor estimado aumenta para 165 mil se englobar os níveis relativos ao excesso de mortalidade entre homens.

Em dezembro passado, Zelensky indicou que 43 mil militares ucranianos morreram até àquela data e outros 370 mil ficaram feridos, mas os números reais poderão ser muito superiores.

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.

Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

Últimas de Política Internacional

O Presidente dos Estados Unidos classificou hoje o Irão como "a força mais destrutiva" no Médio Oriente e garantiu que vai conseguir um acordo que garanta que os iranianos "nunca terão uma arma nuclear".
O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou hoje que "não há necessidade de temer" sanções do Ocidente devido à guerra na Ucrânia, referindo, porém, que é preciso que a Rússia esteja preparada para reduzir os seus efeitos.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse hoje que as relações com a China são "muito boas" e anunciou uma conversa com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, "talvez no final da semana".
Os trabalhadores nos postos diplomáticos e consulares de Portugal no Brasil vão ter as suas remunerações fixas em euros, uma reivindicação antiga e que motivou vários protestos, segundo fonte sindical e o Governo.
O Governo britânico, que tem sido pressionado para conter a imigração, vai endurecer as condições para a concessão de vistos de trabalho e facilitar a deportação de estrangeiros condenados por crimes, anunciou hoje a ministra do Interior.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, voltou hoje a criticar o sistema judicial italiano, acusando os tribunais de ordenarem o regresso a Itália de imigrantes com registo criminal e manifestamente sem direito a proteção, por razões "claramente ideológicas".
A Comissão Europeia anunciou hoje ter levado Portugal ao Tribunal de Justiça da União Europeia por não aplicar na totalidade a nova Lei dos Serviços Digitais, dado que não conferiu poderes supervisores nem definiu regras sobre sanções.
A segunda volta para a eleição de Friedrich Merz como chanceler da Alemanha vai decorrer hoje às 15:15 (hora local, 14:15 em Lisboa), depois do líder dos conservadores ter falhado a primeira votação no parlamento.
O Governo dos EUA anunciou hoje que vai oferecer dinheiro aos imigrantes ilegais que regressem aos seus países, beneficiando aqueles que optem pela autodeportação.
A presidente da Comissão Europeia anunciou hoje uma estratégia para a União Europeia (UE) atrair investigadores estrangeiros, alocando 500 milhões de euros até 2027 com vista a chegar futuramente a um investimento de 3% do PIB neste setor.