Não é comum que ex-presidiários sejam eleitos eurodeputados mas tal foi o caso, no ano passado, quando a italiana Ilaria Salis foi eleita pela família partidária dos Verdes (a qual o partido LIVRE de Rui Tavares, integra). Ora, que fez a excelsa activista e professora italiana para ser presa pela polícia?
Desde os anos 90 que neonazis de toda a Europa de Leste se reúnem em Budapeste, em Fevereiro, para comemorar o ‘Dia da Honra’: o aniversário do cerco de Budapeste de 1945, o qual as tropas do Eixo conseguiram romper. Devido à natureza extremista dos participantes, as autoridades húngaras já tiveram, no passado, que proibir o evento, por completo – interdições semelhantes também já foram feitas em Espanha, na Rússia e na Alemanha.
Em 2023, a organização alemã de extrema-esquerda Hammerbande – de filiação Antifa, e com participantes internacionais como Salis – decidiu deslocar-se a Budapeste para perpetrar agressões físicas durante a celebração da exrema-direita, com o seu típico método de ataques com martelos. Na Alemanha, membros do Hammerbande já foram condenados por vários tribunais, por associação criminosa e atentados graves à integridade física. Em Budapeste, o resultado foi o mesmo e Ilaria Salis foi uma das que foi encarcerada pelas autoridades após os ataques que deixaram nove pessoas feridas – quatro das quais com gravidade, incluindo uma com paralisia parcial.
Por muito que custe à extrema-esquerda, todos os cidadãos têm direito à livre associação e expressão, incluindo aqueles de quem Salis não gosta. A violência perpetrada pela Hammerbande é tão intolerável quanto se neonazis atacassem a Festa do Avante.
No entanto, aonde esta história começa a relacionar-se com Portugal, é na moção de retirada da imunidade parlamentar a Salis, votada no Comité para os Assuntos Jurídicos (JURI) do Parlamento Europeu, aonde a moção foi rejeitada por um voto. Ora, desde 2025 que a Direita nominal detém a maioria no Parlamento Europeu. No Comité JURI, os grupos eurocépticos detêm 5 votos, o PPE (do PSD e CDS) tem 7 votos e o Renovar (da Iniciativa Liberal) conta com 3 votos; ou seja, em 25 membros, a Direita conservadora, a direitinha e os liberais gozam de maioria absoluta. Contando com a união das Esquerdas a favor da eurodeputada terrorista, o resultado final foi de 13 contra 12.
Isto quer dizer que 13 votos contra o levantamento da imunidade parlamentar implica que 3 eurodeputados da área, supostamente, não socialista, votaram favorecendo a activista antifa italiana. Só existem duas possibilidades: a direitinha ou os liberais.
Quando pensamos que o PSD ou a IL não podem descer mais baixo, eis que os seus amigos europeus surgem protegendo terroristas. Péssima imagem passada de protecção a uma criminosa e, ainda mais grave, quando essa criminosa é uma terrorista da extrema-esquerda totalitária. O PSD e a IL têm agora a opção de saírem das respectivas famílias partidárias ou de requererem uma nova votação. Dado o estado da integridade dos seus escrúpulos, tenho dúvidas de que façam uma coisa ou outra.
Mais uma vez, há portugueses que votam Direita e acabam com Bloco de Esquerda…