“Isto é um ataque à democracia”: Ventura enfrenta tribunais e avança com recurso

Candidato presidencial recorre da decisão que manda retirar cartazes com a frase “Os ciganos têm de cumprir a lei” e acusa os tribunais de impor uma ‘mordaça’ à liberdade de expressão em campanha eleitoral.

© Folha Nacional

À margem de uma ação de campanha, André Ventura, presidente do CHEGA anunciou esta terça-feira que vai avançar com um recurso da decisão do Tribunal Cível de Lisboa que deu razão a seis associações de ciganos e determinou a retirada dos cartazes com a frase “Os ciganos têm de cumprir a lei”.

Em declarações aos jornalistas, o candidato presidencial afirmou respeitar a decisão judicial, mas deixou claro que não a aceita sem contestação. Para Ventura, o caso ultrapassa o plano jurídico e entra diretamente no campo dos direitos fundamentais.

“Os tribunais têm a sua legitimidade, os candidatos e os partidos também”, começou por dizer, sublinhando que o partido irá cumprir a decisão, mas exige que os seus efeitos fiquem suspensos até haver um desfecho definitivo. “O que pedimos é que os efeitos só produzam consequências após decisão do tribunal de recurso ou do Tribunal Constitucional”, frisou.

O líder do segundo maior partido considera que a sentença representa uma ingerência grave na liberdade de expressão e na liberdade política. “Está em causa uma violência sobre a liberdade de expressão e sobre a liberdade política, e isso uma democracia saudável não pode tolerar de forma leve”, afirmou, num tom crítico em relação ao alcance da decisão judicial.

Ventura acrescentou ainda que esta posição não é isolada e que tem respaldo fora do seu partido. “Esta preocupação é reconhecida por muitos, incluindo especialistas e comentadores”, garantiu.

O recurso deverá ser apresentado de forma iminente. Segundo o próprio, o requerimento será entregue “entre hoje e amanhã”, esperando que “nos próximos dias possa haver uma decisão final”.

Últimas de Política Nacional

Candidato presidencial recorre da decisão que manda retirar cartazes com a frase “Os ciganos têm de cumprir a lei” e acusa os tribunais de impor uma ‘mordaça’ à liberdade de expressão em campanha eleitoral.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou o Conselho de Estado para 9 de janeiro para analisar a situação internacional e, em particular, na Ucrânia. A informação consta de uma nota divulgada esta terça-feira no site da Presidência da República.
Exigir que todos cumpram a lei passou a dar multa. O Tribunal Local Cível de Lisboa mandou retirar os cartazes de André Ventura e proibiu o candidato presidencial de repetir a mensagem, numa decisão que Ventura considera ser censura política.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vetou hoje os decretos da lei da nacionalidade, na sequência das inconstitucionalidades decretadas pelo Tribunal Constitucional, devolvendo-os à Assembleia da República.
O candidato presidencial Luís Marques Mendes divulgou hoje uma lista com os 22 clientes da sua empresa, na qual se encontram prestações de serviços em consultoria, comentários e participações em conferências, e que inclui a construtora de Famalicão Alberto Couto Alves.
A Autoridade Tributária classificou como “antiga” uma moradia reconstruída em 2024 pertencente ao ministro da Presidência, António Leitão Amaro, permitindo-lhe pagar menos de metade do IMI devido.
Luís Marques Mendes encerrou a sua empresa familiar e mantém silêncio sobre clientes, contactos e serviços que lhe renderam centenas de milhares de euros.
Foi distinguido oficialmente pelo Estado, elogiado em Diário da República pela ex-ministra da Justiça e apresentado como um quadro exemplar da governação. Meses depois, Paulo Abreu dos Santos está em prisão preventiva, suspeito de centenas de crimes de pornografia de menores e de abusos sexuais contra crianças.
O presidente da Assembleia da República decidiu hoje não remeter ao Ministério Público o caso da adulteração da assinatura da deputada socialista Eva Cruzeiro, considerando não atingir o patamar de crime, embora se trate de ato censurável.
André Ventura defende hoje em tribunal que os cartazes que visam os ciganos são uma mensagem política legítima cujas exceções ou retirada representaria um “precedente gravíssimo” e que os autores da ação pretendem um “julgamento político” da sua atividade.