A estratégia eleitoral é de extrema importância para qualquer partido político. No caso da captação de eleitores sensíveis a ideais conservadoras, ou em geral de Direita, a maneira como um partido político dessa área conduz a sua estratégia eleitoral, o modo objetivo como apela ao voto é fundamental para obter o apoio necessário ao aumento da votação ou mesmo para vencer uma eleição.
Sejamos concisos. Mobilizar uma base eleitoral é incentivar os eleitores a comparecerem nas urnas no dia do voto não em abstrato, mas para apoiarem determinado partido ou candidato. Claro que a estratégia ideológica, o discurso político, as mensagens da campanha são fundamentais, mas não é menos decisivo incluir um detalhe por norma esquecido pelos partidos de Direita: fazer os potenciais eleitores desse campo político irem às urnas no dia do voto. Se os eleitores conservadores tendem a ser fiéis e motivados, se tendem a manter permanente o interesse na política em abstrato, e não é isso que os distingue dos eleitores de Esquerda, o facto é que são bem mais céticos em irem votar.
Daí que o ativismo eleitoral à Direita necessite de um forte impulso, e em Portugal o Partido CHEGA pode e deve ser um exemplo de inovação. Se temos empatia por um determinado partido, se somos militantes desse partido temos de desenvolver a consciência de que a nossa missão maior é levar as pessoas a votarem naquilo em que acreditamos.
Pode haver mil explicações sobre como se conquista a confiança dos eleitores, mas há uma incontornável: porque há pessoas nas relações de proximidade quotidianas que demonstram essa confiança. Aí reside um fantasma que assola a Direita e do qual a Esquerda vive liberta. Ter consciência de um problema é o primeiro passo para resolvê-lo. Claro que não é tudo.
Além a importância da clareza do discurso intelectual, ideológico, político é preciso direcionar a atenção, recursos e esforços do partido para a mobilização eleitoral. Esse pormenor é de capital importância no caso do eleitorado conservador. É preciso mobilizar pessoas de referência do partido, profissionais de diversas áreas, jovens, desportistas, entre tantos outros para a transmissão quotidiana do apelo ao voto.
Não ignoramos a importância da comunicação social, das redes sociais e de outras formas de comunicação, mas o tiro ao alvo à mobilização para o voto é uma competência permanente das estruturas partidárias e da respetiva militância que deve ser trabalhada de forma objetiva para esse propósito, claro que sem nunca descurar o dever de ser educado, cordial, respeitador, mas não ingénuo. Sem isso, a Direita continuará presa no jogo da Esquerda, submissa à Esquerda.
Um pin de lapela ou a oferta de um objeto com esse tipo de mensagem pode quebrar reservas mentais e criar uma força crescente comum. Por exemplo: «Eu voto/apoio tal partido, líder ou candidato. E tu?!» Um partido com a ambição de obter votos significativos não pode ser retraído ou envergonhado em matéria tão sensível e decisiva.