Ventura defende que Albuquerque deve sair “o mais rápido possível”

O presidente do CHEGA considerou hoje que Miguel Albuquerque deve sair "o mais rápido possível" da chefia do executivo da Madeira, por uma questão de "higiene política" e para prestígio das instituições e da democracia.

© Folha Nacional

“Acho que [Miguel] Albuquerque devia sair o mais rápido possível, por uma questão de higiene política. É uma questão de higienização política e de legitimidade”, disse hoje André Ventura.

O líder do CHEGA, que falava aos jornalistas numa conferência de imprensa na sede do CHEGA/Açores, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, justificou a saída do presidente do executivo madeirense “para que o processo de escolha de um sucessor não esteja contaminado” por interesses.

“Porque qualquer sucessor escolhido neste contexto, pelos mesmos, será sempre um escolhido contaminado pela mesma teia, pelo mesmo processo, pelo mesmo conluio de interesses que estão sob suspeita”, afirmou.

Na sua opinião, justificava-se “uma certa higienização da classe política dominante na Madeira há muito, há muitas décadas”.

“E lamento que haja partidos que só estão preocupados com o seu lugar no parlamento e não percebam que é preciso devolver a palavra às pessoas”, referiu.

André Ventura disse também que “cada minuto a mais de Miguel Albuquerque é um minuto a menos para o prestígio das instituições da Madeira e para o prestígio da democracia”.

Recordou que o CHEGA disse “desde o início” do processo “que era importante que Miguel Albuquerque saísse”.

“Miguel Albuquerque está a procurar, com o conluio do PSD, e isso é que é intolerável, agarrar-se ao lugar, o mais possível. E se não é ao lugar, é ao seu poder dentro do PSD. Todos compreendemos que se Albuquerque deixa o cargo de presidente do Governo Regional, mas se mantém presidente do PSD/Madeira, é ele que vai determinar, na verdade, quem é o próximo presidente do Governo Regional”, afirmou.

Na sua opinião, um futuro presidente do Governo, “que é uma indicação deste PSD/Madeira, ele não será mais do que um fantoche nas mãos” da Comissão Política Regional do PSD.

“E, por isso, nós precisávamos de uma renovação. Mas para que essa renovação existisse era preciso que Luís Montenegro [presidente do PSD] tivesse uma coisa que se chama coragem”, vincou.

O presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, formalizou hoje a sua renúncia ao cargo junto do representante da República, mas Ireneu Barreto decidiu que a mesma não produz efeitos imediatos, apesar de a ter aceite.

Miguel Albuquerque foi constituído arguido na quarta-feira, no âmbito de uma investigação a suspeitas de corrupção na Madeira, num processo que levou ainda à detenção do presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), e dois empresários ligados ao setor da construção civil.

De acordo com o artigo 62.º do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma da Madeira, implica a demissão do executivo “a apresentação, pelo presidente do Governo Regional, do pedido de exoneração”.

Últimas de Política Nacional

O Presidente do CHEGA anunciou hoje que vai propor de forma potestativa uma comissão de inquérito parlamentar sobre a ação dos últimos governos PS e PSD/CDS na atribuição de nacionalidade e residência a cidadãos estrangeiros.
O Prior Velho, como tantos outros lugares em Portugal, foi pintado de vermelho “não há um ano ou há mais de um mês”, mas nesta terça-feira. E “onde estava o Governo?”.
Foi preciso um avião cair na Índia para se tomar conhecimento de que existem pessoas com nacionalidade portuguesa, "sem nunca terem pisado solo lusitano".
O Presidente do CHEGA, André Ventura, assegurou hoje que o Governo pode contar com o "pragmatismo e responsabilidade" do seu partido em matérias de Defesa e defendeu uma maior autonomia da União Europeia nesta matéria.
Durante dez dias, o Observador percorreu os concelhos onde o CHEGA obteve os melhores resultados nas legislativas, procurando compreender o que pensam os mais de 1,4 milhões de portugueses que votaram em André Ventura. Foram ouvidos 60 eleitores do partido — o mesmo número de deputados que o CHEGA tem atualmente na Assembleia da República.
O CHEGA é o partido com mais propostas integradas no Programa do Governo agora apresentado, num total de 27 medidas, superando as 25 atribuídas ao PS. O executivo cumpriu a promessa de incorporar contributos de outras forças políticas e, entre as sugestões acolhidas, destacam-se as do partido liderado por André Ventura, agora assumido como novo líder da oposição.
André Ventura questionou as prioridades do Conselho da Europa, classificando a instituição como uma “organização de tachos” e acusando-a de ignorar problemas graves que afetam os portugueses.
O Parlamento chumbou hoje a moção de rejeição do PCP ao Programa do XXV Governo Constitucional, com votos contra do PSD, CHEGA, PS, IL, CDS-PP e JPP, abstenção de PAN e votos favoráveis de PCP, Livre e BE.
O Presidente do CHEGA, André Ventura, avisou hoje o Governo que o seu partido não aceita ser "somente uma muleta" e indicou que levará "a sério" a liderança da oposição, prometendo apontar os erros do executivo.
O CHEGA vai assumir as presidências das comissões parlamentares de Orçamento e de Transparência, juntando às de Defesa e Educação que já detinha na legislatura anterior, e o PSD terá sete de um total de 15 presidências.