PSD “escolheu companhia de viagem”. CHEGA assume-se “líder da oposição”

O presidente do CHEGA afirmou hoje que o líder do PSD, Luís Montenegro, escolheu o PS como "a sua companhia de viagem" para a legislatura e que, a partir de agora, o seu partido pretende assumir a liderança da oposição.

© Folha Nacional

“Acho que hoje ficou claro que Luís Montenegro escolheu a sua companhia de viagem para esta legislatura, escolheu a sua companhia de viagem parlamentar, e escolheu com quem quer fazer verdadeiramente os seus acordos”, considerou André Ventura.

O líder do CHEGA falava aos jornalistas na Assembleia da República momentos depois de ter sido anunciado que o PS propôs ao PSD que a presidência do parlamento seja repartida, proposta aceite pelos sociais-democratas, que vão avançar com o nome de José Pedro Aguiar-Branco para as duas primeiras sessões legislativas da XVI legislatura.

Ventura disse que tentou contactar o líder do PSD, Luís Montenegro, sem sucesso, para obter um consenso sobre a presidência da Assembleia da República e considerou que “ficou claro que o PSD decidiu fazer uma aliança mais ou menos formal com o PS”.

“Hoje muda todo o contexto, hoje o CHEGA assume-se como líder da oposição”, afirmou André Ventura.

André Ventura não esclareceu se vai votar contra o próximo Orçamento do Estado, se vai aprovar ou apresentar uma moção de rejeição ao Governo de Luís Montenegro, insistindo apenas que vai “liderar a oposição”.

Interrogado sobre o facto de não estar em causa um acordo de governação entre PS e PSD, mas sim relativo à presidência do parlamento, André Ventura respondeu: “Mas é o primeiro acordo da legislatura e é feito à esquerda num parlamento que tem maioria de direita, isso é simbólico”.

“No primeiro parlamento em muitos anos em que há maioria de direita, o PSD escolhe fazer um acordo à esquerda. A minha recomendação então a partir de agora é que o PSD procure junto do PS os consensos necessários para as matérias de governação”, sugeriu.

Apesar disto, Ventura disse que participará em reuniões, caso seja convocado para estas, no âmbito da negociação do próximo Orçamento do Estado.

“Hoje ficou claro que esses dois partidos estão juntos e que vão governar juntos Portugal. Nós lideraremos a oposição. Sobre o programa de Governo, veremos no dia em que ele for apresentado”, afirmou.

Os deputados voltam hoje a reunir-se em plenário para tentar eleger, pela quarta vez, a presidência da Assembleia da República, depois das três tentativas falhadas na terça-feira.

O impasse na eleição da segunda figura do Estado levou a que, já depois das 23:00 de terça-feira, o deputado do PCP António Filipe, que preside temporariamente ao parlamento, na primeira sessão plenária da XVI legislatura, anunciasse que os trabalhos seriam retomados hoje.

Últimas de Política Nacional

O partido CHEGA vai realizar uma manifestação “contra o travão à Lei de Estrangeiros” no próximo dia 6 de setembro, pelas 15h00, com início no Centro de Congressos de Lisboa e término no Palácio de Belém. A iniciativa tinha sido inicialmente marcada para 24 de agosto, mas foi adiada em solidariedade com as vítimas dos incêndios que devastaram o país.
O CHEGA afirmou hoje que o Governo pretende adiar para outubro a aprovação final da revisão da lei da nacionalidade, dando prioridade ao processo para sanar as inconstitucionalidades apontadas pelo Tribunal Constitucional na lei de estrangeiros.
A Câmara Municipal da Amadora, presidida pelo socialista Vítor Ferreira, adjudicou, por ajuste direto, uma obra de cimento de oito toneladas para celebrar Mário Soares ao artista urbano Alexandre Farto, conhecido como Vhils, pelo valor de 246 mil euros. A obra terá 2,5 metros de altura e cinco de comprimento, e será instalada na Praça da Liberdade, segundo revelou o jornal PÁGINA UM.
O Governo começa hoje a receber os partidos com assento parlamentar para discutir o Orçamento do Estado para 2026, o conflito no Médio Oriente, a lei da nacionalidade e dos estrangeiros e a criação de novas freguesias.
O CHEGA propõe aumentar as penas para quem for condenado por atear fogos florestais, prevendo a possibilidade de aplicação da pena máxima prevista no sistema português e a sua equiparação a terrorista.
A Câmara da Lousã aprovou hoje uma proposta de isenção de faturas de água para os cidadãos, empresas e coletividades com consumos extraordinários face ao combate ao incêndio que afetou aquele concelho.
O CHEGA vai questionar o primeiro-ministro e a Entidade para a Transparência, através do parlamento, sobre a oposição de Luís Montenegro ao acesso público de informação sobre imóveis que declarou, anunciou hoje o líder.
O líder do partido CHEGA, André Ventura, disse ontem que quer um Orçamento do Estado para 2026 que “reflita uma mudança de espírito de política de habitação” e propôs algumas medidas.
Vários partidos do sistema, nomeadamente o PS e o VOLT, estão empenhados em tentar impedir a presença do CHEGA nas próximas eleições autárquicas.
O Chega quer proibir a exploração económica das áreas ardidas durante 10 anos e a venda de madeira queimada, aumentar as penas para os incendiários e a criação de um fundo de apoio às famílias dos bombeiros.