“Quem eu acho que devia estar a dar explicações hoje era o primeiro-ministro Luís Montenegro, achou que António Costa não servia para governar, achou que se devia pôr fim ao Governo de António Costa, mas agora, subitamente, acha que pode ser um bom governante europeu”, disse André Ventura, no final de uma reunião do ID, em Bruxelas.
“Esta é a hipocrisia do primeiro-ministro e é isso que espero que Luís Montenegro possa clarificar ou até voltar atrás, ainda tenho esperança de que Luís Montenegro volte atrás”, completou o presidente do CHEGA, classificando o apoio anunciado no domingo passado como uma “tremenda hipocrisia”.
André Ventura propôs ao grupo Identidade e Democracia, família política no Parlamento Europeu que integra a direita radical, que adote uma posição contra a possível escolha do ex-primeiro-ministro socialista para sucessor de Charles Michel.
Mas é o próprio Conselho Europeu, composto pelos chefes de Estado e de Governo dos Estados-membros, que escolhe o seu presidente.
Também não há presidentes ou primeiros-ministros europeus cujos partidos pertençam ao ID.
Questionado sobre a falta de efeitos práticos desta posição, André Ventura fez mais um apelo.
“Se Marine Le Pen [França], se [Matteo] Salvini [Itália], o Geert Wilders [Países Baixos], Georgia Meloni [Itália] e o Santiago Abascal em Espanha se levantarem para dizer que António Costa não é um bom candidato para o Conselho Europeu, isso terá de ter algum impacto nos povos europeus”, considerou.