Funcionário da Câmara de Braga condenado por “facilitar” licenciamentos

O Tribunal de Braga condenou um funcionário da Direção Municipal de Urbanismo de Braga a uma pena suspensa de cinco anos de prisão por 18 crimes de abuso de poder e por corrupção ativa, por "facilitar" licenciamentos.

© D.R

Em nota publicada hoje na sua página da Internet, a Procuradoria-Geral Distrital do Porto (PGDP) diz que o coletivo de juízes condenou outros cinco arguidos, três a penas suspensas entre os dois anos e os três anos e meio, e dois a penas de multa de 2.160 euros e de 1.800 euros, por vários crimes de abuso de poder, de corrupção ativa e passiva e por falsificação de documento.

“O Tribunal considerou como provados a essencialidade dos factos imputados a seis dos arguidos, dando assim como assente que o arguido funcionário da Divisão de Gestão Urbanística da Direção Municipal de Urbanismo criou um gabinete de projetos que mantinha em funcionamento em colaboração com o arguido agente técnico de arquitetura e engenharia”, indica a PGDP, que cita a decisão.

O acórdão sustenta que, pelo menos de 2011 a 2015, o funcionário manteve o escritório em funcionamento, “prestando, a troco de remuneração, serviços de elaboração de projetos e de tramitação burocrática na câmara municipal, a clientes vários”.

O tribunal deu como provado que este arguido “se valeu das suas funções e dos contactos privilegiados que mantinha nos diversos departamentos de urbanismo da Câmara Municipal de Braga”, com o objetivo final de obter benefícios pessoais.

“Fosse para acelerar a tramitação do expediente e, se possível, obter a sua aprovação, fosse para receber clientes encaminhados pelos serviços do município, fosse ainda para insinuar perante os clientes a capacidade de obter dos serviços um tratamento preferencial aos processos”, sublinha o coletivo de juízes.

Em resposta enviada à agência Lusa, o município de Braga, liderado por Ricardo Rio (PSD) explica que, logo em 2015, “aquando da divulgação pública de factos suscetíveis de consubstanciar ilícito disciplinar, foi instaurado processo de inquérito ao trabalhador em causa, posteriormente convertido em processo disciplinar”.

Nesse contexto, acrescenta a autarquia, “foram determinadas medidas cautelares, nomeadamente a suspensão preventiva do trabalhador, e estabelecida uma cooperação estreita com o Ministério Público (MP), de forma a garantir a recolha e produção de prova necessária”.

Em 2022, após a notificação do despacho de acusação do MP, “foram instaurados processos disciplinares adicionais a outros funcionários visados”, sublinha o município, acrescentado que “estes procedimentos encontram-se em curso”.

“Sublinha-se ainda que o acórdão proferido em julho de 2025 não transitou em julgado. O funcionário em causa foi suspenso preventivamente pelo Município no âmbito do processo disciplinar, tendo posteriormente sido reintegrado no exercício de funções por decisão judicial, situação que se mantém até à conclusão definitiva do processo”, adianta a Câmara de Braga.

O Tribunal de Braga deu ainda como provado que o antigo funcionário municipal “intermediou mesmo, em novembro de 2014, o acordo entre o arguido polícia municipal e um dos arguidos empresários, mediante o qual aquele, a troco de 200 euros, não levantou o auto de contraordenação que se impunha face às desconformidades detetadas no estabelecimento deste, na localidade de Celeirós, Braga.

O coletivo de juízes declarou perdidos a favor do Estado valores entre os 500 euros e os 41.200 euros, condenando os arguidos a pagar tais montantes, na medida da responsabilidade de cada um.

O tribunal julgou ainda parcialmente procedente o incidente de liquidação do património incongruente deduzido contra o antigo funcionário municipal e principal arguido, e, em consequência, declarou perdida a favor do Estado mais de 471 mil euros.

Últimas do País

O Tribunal de Braga condenou um funcionário da Direção Municipal de Urbanismo de Braga a uma pena suspensa de cinco anos de prisão por 18 crimes de abuso de poder e por corrupção ativa, por "facilitar" licenciamentos.
O movimento Portugal Sem Chamas, criado para apoiar as vítimas dos incêndios deste verão, lançou uma campanha para incentivar o turismo e apoiar a economia local nas áreas afetadas, intitulada "Não deixes o interior às moscas".
O julgamento do casal acusado de matar três pessoas, em Donai, começou, hoje, no Tribunal de Bragança.
O Ministério Público (MP) acusou nove arguidos suspeitos de pertencer a uma alegada organização criminosa dedicada à importação e transformação de pasta de cocaína num laboratório situado em Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro.
A PSP encontrou 52 armas nas escolas portuguesas no último ano letivo e registou 3.887 ocorrências no âmbito do Programa Escola Segura, uma ligeira diminuição face ao ano anterior.
A fraca visibilidade tem condicionado hoje o movimento no Aeroporto Internacional da Madeira - Cristiano Ronaldo, havendo dois voos cancelados e sete divergidos, informa a ANA- Aeroportos de Portugal na sua página.
O Presidente da República pediu hoje celeridade às autoridades responsáveis pelo relatório final sobre o acidente mortal no Ascensor da Glória, em Lisboa, agradecendo as primeiras conclusões preliminares conhecidas no sábado.
A GNR desmantelou uma rede de tráfico de estupefacientes no concelho de Ponte de Sor, detendo quatro homens e uma mulher, entre 25 e 47 anos, e apreendeu mais de 7.000 doses de droga, foi hoje anunciado.
Os bombeiros conseguiram dominar esta madrugada o incêndio que começou no sábado de manhã em Sandomil, concelho de Seia, disse à Lusa fonte da proteção civil.
O suspeito de ter ateado o fogo que está a lavrar desde hoje de manhã no concelho de Seia, distrito da Guarda, está retido no Posto Territorial da GNR de Seia, disse à Lusa fonte da corporação.