O CHEGA cumpriu com o prometido e mal Lula da Silva iniciou a sua intervenção na sessão solene de boas-vindas, os seus deputados levantaram-se e empunharam três tipos de cartazes, onde se liam “Chega de corrupção”, “Lugar de ladrão é na prisão” e outros com as cores das bandeiras ucranianas.
O Presidente do Brasil continuou o seu discurso durante mais alguns minutos, mas mal houve uma pausa, as bancadas à esquerda e do PSD aplaudiram entusiasticamente, enquanto os deputados do CHEGA batiam na mesa, em jeito de pateada, o que levou Augusto Santos Silva a intervir, de forma bastante irritada.
“Os deputados que querem permanecer na sala têm de se comportar com urbanidade, cortesia e a educação exigida a qualquer representante do povo português. Chega de insultos, chega de degradarem as instituições, chega de porem vergonha no nome de Portugal”.
Falando aos jornalistas após ter encerrado uma manifestação anti-Lula da Silva, Ventura explicou as razões pelas quais o CHEGA decidiu protestar contra a presença do Presidente do Brasil numa cerimónia que, “na prática”, foi integrada na sessão solene.
“Acho que isso devia ter sido pensado pelo Presidente da República, pelo presidente do parlamento e pelo Governo. O CHEGA disse desde o primeiro momento, aliás toda a direita, que este não era o dia para Lula [da Silva] falar na Assembleia da República. Todos sabiam disso e, mesmo assim, insistiram em trazer Lula da Silva para o 25 de Abril”, afirmou.
“Criou, assim, uma situação artificial porque, na prática, foi a mesma cerimónia separada por alguns minutos. Esta insistência do Governo, sabendo que o nome e a presença eram divisores, acabou por provocar o protesto, que foi no sentido de permitir que Lula da Silva falasse”, sublinhou o líder do CHEGA.
O CHEGA ficou em silêncio durante a intervenção de Lula da Silva, “não houve cortes da palavra” ao Presidente brasileiro, pelo que a posição do partido mostrou “uma intolerância absoluta à corrupção” no Brasil.
“É esse branqueamento da corrupção que quisemos manifestar na rua e no Parlamento. […] O que nos move é a convicção profunda de que Lula da Silva representa o pior, não só do que o Brasil tem, mas que nos diz também respeito, como se pode ver no processo que envolve (o antigo primeiro-ministro português] José Sócrates”, insistiu
Entretanto, como forma de retaliação em relação aos protestos do CHEGA, Santos Silva decidiu excluir o partido das comitivas oficiais do Parlamento em viagens ao estrangeiro, decisão cujos efeitos são imediatos, segundo fonte do gabinete do Presidente da Assembleia da República.
*com Agência Lusa