Lagarde defende que não se baixe a guarda na luta contra a inflação

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, defendeu hoje que os decisores não devem ficar complacentes após a recente queda da inflação e garantiu que o Conselho de Governadores não discutiu nenhum corte nas taxas.

© Flickr/BCE

“Não devemos absolutamente baixar a guarda”, disse em conferência de imprensa, após a reunião de hoje do Conselho de Governadores, na qual o BCE decidiu deixar inalteradas as taxas de juros.

A afirmação da responsável do BCE surge numa altura em que o mercado já espera um corte das taxas de juro no próximo ano.

A responsável do BCE reafirmou que as decisões futuras da instituição são baseadas nos dados e não de “tempo” e salientou que é preciso mais informação, nomeadamente sobre a inflação interna.

“Quando olhamos para todas as medidas da inflação subjacente, há uma medida específica que dificilmente muda e que é a inflação interna”, disse.

Lagarde apontou riscos ascendentes persistentes para os preços ao consumidor, que incluem a rentabilidade das empresas e as negociações em curso sobre salários.

Ao contrário do presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed), Jerome Powell, que sinalizou na quarta-feira que o debate sobre os cortes das taxas de juro no outro lado já se iniciaram, a presidente do BCE mostrou maior resistência.

“Não discutimos nenhum corte nas taxas”, afirmou.

O BCE anunciou hoje que deixou as taxas de juro inalteradas, tal como na última reunião do Conselho de Governadores.

Esta é a segunda pausa consecutiva depois de 10 subidas das taxas de juro, com os últimos dados da inflação a apontarem para um abrandamento.

A taxa de depósitos permanece em 4%, o nível mais alto registado desde o lançamento da moeda única em 1999, enquanto a principal taxa de juro de refinanciamento fica em 4,5% e a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez permanece em 4,75%.

Últimas de Economia

O ‘stock’ de empréstimos para habitação acelerou em outubro pelo 22.º mês consecutivo, com um aumento homólogo de 9,4% para 109.100 milhões de euros, divulgou hoje o Banco de Portugal (BdP).
A proposta de lei de Orçamento do Estado para 2026 foi hoje aprovada em votação final global com votos a favor dos dois partidos que apoiam o Governo, PSD e CDS-PP, e com a abstenção do PS. Os restantes partidos (CHEGA, IL, Livre, PCP, BE, PAN e JPP) votaram contra.
O corte das pensões por via do fator de sustentabilidade, aplicado a algumas reformas antecipadas, deverá ser de 17,63% em 2026, aumentando face aos 16,9% deste ano, segundo cálculos da Lusa com base em dados do INE.
O indicador de confiança dos consumidores diminuiu em novembro, após dois meses de subidas, enquanto o indicador de clima económico aumentou, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os gastos do Estado com pensões atingem atualmente 13% do PIB em Portugal, a par de países como a Áustria (14,8%), França (13,8%) e Finlândia (13,7%), indica um relatório da OCDE hoje divulgado.
Os prejuízos das empresas não financeiras do setor empresarial do Estado agravaram-se em 546 milhões de euros em 2024, atingindo 1.312 milhões de euros, com a maioria a apresentar resultados negativos, segundo um relatório do Conselho das Finanças Públicas (CFP).
Os preços dos hotéis na região de Lisboa aumentaram 26,7% na Web Summit, face à semana anterior, para uma média de 151 euros, segundo um estudo da NOVA Information Management School, com dados da Host Intelligence, divulgado hoje.
A Comissão Europeia desembolsou hoje 1,06 mil milhões de euros em subvenções a Portugal, na sequência do seu sétimo pedido de pagamento ao abrigo do Mecanismo de Recuperação e Resiliência.
Os concursos de empreitadas de obras públicas promovidos até outubro aumentaram 56% em número e 31% em valor, em termos homólogos, respetivamente para 6.620 e 9.164 milhões de euros, anunciou hoje a associação setorial AICCOPN.
A Comissão Europeia alertou hoje para “novos desafios” relacionados com a crise habitacional que aumentam os riscos de pobreza e de desigualdade social em Portugal, dado haver mais pessoas com encargos excessivos de habitação.