“Eu não vou ser agradável, mas vou dizer exatamente aquilo que penso. Eu acho que a ministra está a mentir com todos os dentes que tem”, disse André Ventura aos jornalistas à chegada para uma reunião na Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP), no Porto.
Em causa está a afirmação da ministra da Justiça, hoje no parlamento, de que a celeridade na atribuição da nacionalidade às gémeas luso-brasileiras se deveu ao facto de o processo já vir instruído do consulado no Brasil e das crianças terem progenitor português.
O caso das duas gémeas residentes no Brasil que adquiriram nacionalidade portuguesa e receberam em Portugal, em 2020, o medicamento Zolgensma, com um custo total de quatro milhões de euros, foi divulgado pela TVI, em novembro, e está a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).
Uma auditoria interna do Hospital Santa Maria concluiu que a marcação de uma primeira consulta hospitalar pela Secretaria de Estado da Saúde foi a única exceção ao cumprimento das regras neste caso.
Segundo Ventura, a ministra mentiu porque sabe que houve uma terceira mão para que o processo andasse mais rápido do que os outros.
Nos últimos meses, acrescentou, vários advogados têm revelado conhecer dezenas de casos em situações idênticas que só ficam resolvidos no prazo de um ano a um ano e meio.
“Nós percebemos que houve aqui pressão política que o Governo não quer admitir e eu queria deixar a garantia de que nós não vamos desistir até que o parlamento em funções possa dar aos portugueses uma réstia de luz sobre este caso”, salientou.
Motivo pelo qual o CHEGA vai pedir para ouvir os funcionários e dirigentes que estiveram envolvidos no processo de obtenção de nacionalidade das crianças, adiantou.
Na opinião de André Ventura é do interesse de todos os partidos políticos que esta situação fique esclarecida antes da campanha eleitoral.