Ventura desafia Montenegro a esclarecer se viabilizará governo do PS

O líder do CHEGA, André Ventura, desafiou hoje o presidente do PSD a esclarecer se viabilizará um governo do PS, caso os partidos de direita tenham maioria no parlamento, garantindo que o CHEGA não o fará.

© Folha Nacional

“Luís Montenegro tem de responder sobre se tiver de escolher entre a direita e o PS, se prefere dar a mão ao PS e viabilizar o PS, mas aí o PSD não será muito diferente do que fez o Bloco de Esquerda e o PCP”, afirmou, à margem de um jantar comício em Angra do Heroísmo, nos Açores, na véspera do arranque da campanha eleitoral na região.

André Ventura garantiu que “se houver uma maioria à direita”, o CHEGA não viabilizará um governo do PS e vai “lutar para criar uma convergência que permita ter um governo de alternativa”, acusando a Aliança Democrática (AD), coligação formada por PSD, CDS e PPM, de manter uma “cultura de subserviência ao Partido Socialista”.

“É uma tremenda irresponsabilidade, um tremendo tiro no pé, é uma ingenuidade e um amadorismo que eu esperava que não existisse numa coligação que quer governar Portugal. Talvez por isso se compreenda que tantos deputados, dirigentes e membros destes partidos estejam a querer vir para o CHEGA”, apontou.

O líder do CHEGA reagia às declarações do presidente do CDS-PP, Nuno Melo, que disse hoje que “a AD não viabilizará um governo de esquerda”, acusando-o de ser “a muleta útil do PS”.

“A AD não viabilizará um Governo de esquerda, em primeiro lugar, porque vencerá as eleições e, em segundo lugar, porque a normalidade desapareceu quando o PS governou tendo perdido as eleições e Pedro Nuno Santos esclareceu que não viabilizará um Governo à sua direita, abrindo as portas a uma geringonça 2.0, que seria um desastre para Portugal”, afirmou Nuno Melo, em comunicado.

“As regras têm de ser iguais para todos. Em condições normais quem vence deve governar”, acrescentou o líder centrista.

A posição do presidente do CDS-PP surgiu depois de André Ventura ter dito que havia um “sentimento de revolta” entre PSD, CDS e Iniciativa Liberal, porque a AD admitia viabilizar um eventual governo minoritário do PS.

À noite, em Angra do Heroísmo, o presidente do CHEGA disse ter ficado “estupefacto” com as declarações de Nuno Melo, alegando que o líder centrista se está “a desmentir a ele próprio”.

Ventura defendeu que “era importante Montenegro dizer ao que vem”, na convenção da AD, marcada para domingo, porque Nuno Melo “é uma figura menor desta coligação”.

“Era importante o povo de centro de direita saber o que é que a AD se prepara para fazer. Não podemos só fazer as coisas depois das eleições. Temos de ser claros antes das eleições e cada um tem de dizer ao que vem”, vincou, alegando que a postura da AD pode levar os eleitores a pensar que “mais vale votar num governo do PS”.

O líder do CHEGA frisou que o partido já deu “sinais de convergência”, dando como exemplo o caso dos Açores, em que assinou um acordo de incidência parlamentar, que permitiu a formação de um governo da coligação PSD/CDS-PP/PPM, em 2020.

“Nós sempre demos todos os sinais de governabilidade e de responsabilidade, continuamos a dar. Só governará o PS, se a AD quiser que governe o PS, ou rejeitando o CHEGA, caso isso seja fundamental para uma maioria, ou viabilizando um governo de Pedro Nuno Santos”, salientou.

André Ventura considerou ainda uma “tremenda hipocrisia” o líder do PSD não querer acordos com o CHEGA na República, quando isso aconteceu nos Açores, vincando que “só há um Chega e só há um PSD”.

“Por isso é que já ninguém leva a sério que os partidos digam que não vai haver convergência. Essa convergência, caso haja votos para isso, tem de existir e vai existir se as pessoas forem responsáveis. Se não forem, o país saberá avaliar quem foi responsável”, sublinhou.

E acrescentou: “Quem ganha com isto? A esquerda, evidentemente, porque continua a alimentar a ideia de que não há nenhuma solução à direita”.

Últimas de Política Nacional

Um despacho silencioso que entregou milhões ao Grupo Pestana e 22 escutas que ficaram na gaveta durante anos: dois episódios que voltam a colocar António Costa no centro de suspeitas políticas e judiciais.
O parlamento aprovou hoje o reforço da dotação orçamental do Tribunal Constitucional em 1,6 milhões de euros, por proposta do CHEGA, acedendo assim ao pedido feito pelos juízes do Palácio Ratton em audição parlamentar.
André Ventura deixou um recado direto ao país: Portugal deve condenar a Rússia, mas não enviará jovens portugueses para morrer na Ucrânia. O candidato presidencial exige clareza dos líderes políticos e garante que, se for eleito, evitará qualquer participação militar portuguesa no conflito.
O debate presidencial entre André Ventura e António José Seguro foi o mais visto da semana, superando largamente todos os restantes. No extremo oposto, o duelo entre Gouveia e Melo e João Cotrim de Figueiredo ficou no fundo da tabela, com a pior audiência registada.
André Ventura, presidente do CHEGA, marcou as comemorações do 25 de Novembro, defendendo o legado dos militares que travaram a deriva extremista e reafirmando que Portugal deve celebrar quem garantiu a liberdade e não quem tentou destruí-la.
O antigo Presidente da República Ramalho Eanes considerou hoje “historicamente oportuna a decisão política e militar de rememorar o 25 de Novembro”, salientando que não se trata de celebrar a data mas dignificar a instituição militar e a nação.
O vereador do CHEGA na Câmara de Braga, Filipe Aguiar, pediu hoje uma "atuação firme" do município perante denúncias que apontam para a passagem de cerca de meia centena de atestados de residência para um T3 na cidade.
O líder parlamentar do CHEGA, Pedro Pinto, anunciou hoje que o seu partido vai votar contra a proposta de Orçamento do Estado para 2026 na votação final global, agendada para quinta-feira.
O CHEGA voltou a bater de frente com o Governo após o novo chumbo ao aumento das pensões. O partido acusa o Executivo de “asfixiar quem trabalhou uma vida inteira” enquanto se refugia na “desculpa eterna do défice”.
O Ministério Público instaurou um inquérito depois de uma denúncia para um “aumento inexplicável” do número de eleitores inscritos na Freguesia de Guiães, em Vila Real, que passou de 576 inscritos nas legislativas para 660 nas autárquicas.