“Medidas que sejam boas contarão certamente com o apoio do CHEGA”

O presidente do CHEGA afirmou hoje que o primeiro-ministro "deixou claro que o interlocutor dele será o PS" e considerou que caberá aos socialistas garantir a estabilidade, mas mostrou-se disponível para negociar propostas boas para o país.

© Folha Nacional

“Eu acho que é claro hoje que o Dr. Luís Montenegro fez uma escolha, essa escolha é o PS”, afirmou André Ventura, considerando que, no discurso de posse, o líder do PSD “deixou claro que o interlocutor dele será o PS” quando “apelou à responsabilidade e ao compromisso do PS”.

O presidente do CHEGA falava aos jornalistas no exterior do Palácio da Ajuda, em Lisboa, no final da cerimónia de tomada de posse do XXIV Governo Constitucional, liderado pelo social-democrata Luís Montenegro.

André Ventura disse que “o CHEGA está sempre disponível para negociar todas as matérias que sejam boas e positivas para o país”, mas descartou responsabilidades no que toca ao Orçamento do Estado.

“Todas as medidas que sejam boas contarão certamente com o apoio do CHEGA. O Orçamento do Estado ficou já claro que o PSD escolheu o PS como interlocutor, é com o PS que agora têm de se entender”, defendeu.

Ventura garantiu também que o CHEGA não é uma “força de bloqueio” mas sim “uma força de construção”.

O presidente do CHEGA apontou que “nas grandes decisões da política portuguesa dos próximos meses e anos, em que o primeiro-ministro escolhe as grandes linhas orientadoras da política, da economia, da fiscalidade, ficou claro que o que Montenegro quis foi um compromisso com o PS”.

“Luís Montenegro hoje escolheu o caminho de pedir o compromisso do PS. Nós lideraremos a oposição no parlamento”, salientou.

O primeiro-ministro defendeu hoje que não rejeitar o programa do Governo no parlamento “significa permitir a sua execução até final do mandato” ou até haver uma moção de censura, desafiando o PS a dizer se será oposição ou bloqueio democrático.

Na semana passada, André Ventura garantiu a Luís Montenegro que não vai contar com o seu partido neste ciclo político e vai ter de governar com o PS.

Na segunda-feira à noite foi indicado pelo partido aos jornalistas que Ventura não estaria presente na tomada de posse, mas hoje de manhã o CHEGA informou que afinal marcaria presença na cerimónia.

Questionado sobre as razões para a eventual ausência, o líder do CHEGA justificou com a reunião da bancada e disse que, se não fosse, viria em sua representação o líder parlamentar, Pedro Pinto.

“Entendi que era importante o líder do partido estar para evitar leituras errada sobre esta matéria”, afirmou, sobre o que o fez mudar de ideias.

Últimas de Política Nacional

O Presidente do CHEGA manifestou-se esta quinta-feira "chocado" com o valor dos dois imóveis adquiridos pelo secretário-geral socialista, que estimou entre 1,3 e 1,4 milhões de euros, e exigiu saber se há fundos públicos na origem das aquisições.
O líder do CHEGA acusou o PCP de ser responsável por milhões de euros em despesa pública, apontando a criação de institutos, fundações, nomeações políticas e cargos autárquicos como principais causas.
O CHEGA lidera as intenções de voto na Área Metropolitana de Lisboa, com 28,8%, enquanto o PS e a AD perdem terreno, de acordo com a última sondagem da Aximage, para o Folha Nacional.
O IRS está a surpreender pela negativa. Muitos portugueses estão a receber menos e alguns até a pagar. André Ventura fala em “fraude” e acusa Montenegro de ter traído a promessa de baixar impostos.
O Ministério Público (MP) abriu uma averiguação preventiva no qual é visado o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, confirmou à Lusa a Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Se eu tenho uma má compreensão da Economia, deem-me uma oportunidade, porque o homem que está à minha frente destruiu a Economia”, afirmou André Ventura, que acusou Pedro Nuno Santos de ter sido responsável por “arruinar a TAP, a ferrovia e a CP”, apontando o dedo à gestão feita durante a sua passagem pelo Governo.
O líder parlamentar do CHEGA anunciou esta terça-feira que, na próxima legislatura, o seu partido vai apresentar uma proposta de comissão parlamentar de inquérito sobre os dados do Relatório de Segurança Interna (RASI), considerando que estão errados.
Luís Montenegro ocultou do Tribunal Constitucional (TC) três contas à ordem em 2022 e 2023, contrariando a lei n.º 52/2019.
O partido mantém-se em terceiro lugar, mas volta a subir nas sondagens, ultrapassando pela segunda vez a fasquia dos 20% e ficando agora a apenas oito pontos percentuais do partido mais votado.
Já são conhecidas as listas de candidatos a deputados do partido CHEGA para as próximas legislativas. Entre as alterações anunciadas, destaca-se a escolha de Pedro Frazão para encabeçar a candidatura em Aveiro — círculo onde irão concorrer também os líderes do PSD e do PS. O Presidente do partido, André Ventura, voltará a liderar a candidatura por Lisboa.