Augusto Santos Silva quer perseguir e castigar deputados do CHEGA

© Folha Nacional

Todos os partidos, à exceção do CHEGA, querem regras mais apertadas para os deputados no parlamento.

Após a Conferência de líderes que durou mais de três horas e que debateu, num ponto específico e autónomo, “questões de comportamento e disciplina no plenário”, agendado após episódios que envolveram deputados do CHEGA, o presidente da Assembleia da República referiu não ser necessário acrescentar mais regras ou um quadro sancionatório diferente do atual para garantir o regular funcionamento dos trabalhos parlamentares.

“Não são precisas mais regras, não é preciso um quadro sancionatório diferente”, acrescentando que esta decisão foi apoiada por todos os grupos parlamentares “menos um”, o CHEGA.

No entanto, Santos Silva não deixou de referir que se irá servir de “todos os meios necessários” para manter a ordem no hemiciclo e incentivou a queixas formais sobre o CHEGA, o que deixa antever o pior para o normal funcionamento das instituições.

Na sequência desta conferência de líderes, André Ventura acusou o presidente da Assembleia da República de “autoritarismo e censura” e de querer “calar deputados” do CHEGA e considerou que a reunião da conferência de líderes teve como objetivo “perseguir e achincalhar” o seu partido.

“É lamentável que todos os partidos desta Assembleia, à exceção do CHEGA, estejam unidos com um único objetivo. O objetivo desta conferência de líderes foi condenar, perseguir, achincalhar um partido”, afirmou André Ventura, em declarações aos jornalistas no Parlamento.

O líder do CHEGA considerou que “a insistência quase obsessiva nas palavras ‘todos os meios para repor a ordem e a disciplina’ é a prova evidente de que o que Augusto Santos Silva queria era que os deputados dissessem que pode chamar a polícia, pode utilizar os meios que quiser para fazer calar os deputados do CHEGA”.

“É este espírito socrático, de autoridade, autoritarismo e de censura que Augusto Santos Silva está neste momento a querer desempenhar”, acusou.

Ventura disse que pediu que “constasse em ata não só a oposição do CHEGA a este clima de condenação e perseguição” como a sua opinião de que “a atitude previa do presidente da Assembleia da República de excluir o CHEGA de delegações parlamentares [em viagens ao estrangeiro] era ilegal, ilícita, contra o Regimento e contra a Constituição”.

O presidente do CHEGA defendeu também ser “lamentável que o PS, o presidente da Assembleia da República e a senhora vice-presidente da Assembleia da República [Edite Estrela] não consigam reconhecer uma única vez que erraram também”.

“Todos devemos assumir a nossa responsabilidade, houve momentos em que o CHEGA também falhou, e isso foi assumido”, indicou, apontando que “esta incapacidade do PS e do senhor presidente da Assembleia da República fazerem também um juízo autocrítico está a levar a uma dificuldade enorme de serenar os ânimos”.

O presidente do CHEGA lamentou ainda que não tenha sido aceite o agendamento da discussão do projeto de resolução que recomenda ao Governo a demissão do ministro das Infraestruturas, João Galamba, que deu entrada no Parlamento na terça-feira e ainda não foi admitido.

A conferência de líderes decidiu que não são necessárias mais regras ou um quadro sancionatório diferente do atual para garantir o regular funcionamento dos trabalhos parlamentares, anunciou o presidente da Assembleia da República.

Segundo Augusto Santos Silva, o entendimento da conferência de líderes é o de que as regras que o Regimento, o Código de Conduta dos Deputados e o Estatuto dos Deputados “preveem são bastantes”, e “devem ser usadas para que o prestígio do Parlamento seja defendido e para que os trabalhos parlamentares decorram com a liberdade, vivacidade e também com urbanidade”.

O presidente do Parlamento exemplificou que segundo as regras atuais, quem esteja a presidir aos trabalhos parlamentares, já “pode retirar a palavra” a um deputado, salvaguardando que tal nunca aconteceu, ou recorrer aos meios que entender necessários e a medidas convenientes para manter a disciplina e a ordem em plenário.

Questionado várias vezes se pretende recorrer a agentes da PSP em situações deste tipo, Santos Silva reiterou apenas que serão utilizados os meios estritamente necessários e proporcionais, sem concretizar.

Últimas de Política Nacional

O Ministério da Saúde voltou a entregar um contrato milionário sem concurso: 492 mil euros atribuídos diretamente ao ex-ministro social-democrata Rui Medeiros, aumentando a lista de adjudicações diretas que colocam a Saúde no centro da polémica.
A nova sondagem Aximage para o Diário de Notícias atira André Ventura para a liderança com 19,1% das intenções de voto. Luís Marques Mendes surge logo atrás com 18,2%, mas o maior tremor de terra vem do lado do almirante Gouveia e Melo, que cai a pique.
André Ventura surge destacado num inquérito online realizado pela Intrapolls, uma página dedicada à recolha e análise de inquéritos políticos, no contexto das eleições presidenciais marcadas para 18 de janeiro.
Casas de moradores na Amadora foram indicadas, à sua revelia, como residências de imigrantes, uma fraude testemunhada por pessoas pagas para mentir, existindo casos de habitações certificadas como morada de largas dezenas de pessoas.
André Ventura reagiu esta sexta-feira à polémica que envolve várias escolas do país que optaram por retirar elementos natalícios das fotografias escolares, decisão que tem gerado forte contestação entre pais e encarregados de educação.
Os doentes internados e os presos podem inscrever-se para voto antecipado nas eleições presidenciais de 18 de janeiro a partir de segunda-feira, e o voto antecipado em mobilidade pode ser requerido a partir de 04 de janeiro.
O líder do CHEGA acusou hoje o Governo de incompetência na gestão da saúde e considerou que os utentes não podem ser sujeitos a esperar 18 horas numa urgência, e o primeiro-ministro reconheceu constrangimentos e antecipou que poderão repetir-se.
A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMMT) decidiu abrir os cofres e fechar a transparência.
André Ventura reafirmou que pretende usar a Presidência da República como ponto de partida para uma mudança profunda no país.
As escutas da Operação Influencer abalaram o PS, expondo alegadas pressões, favores e redes internas de ‘cunhas’ que colocam Carneiro no centro da polémica e voltam a arrastar Costa para a controvérsia.