Coimbra vai receber mais de 200 mil pessoas em quatro concertos dos Coldplay

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A cidade de Coimbra prepara-se para receber, durante a semana, quatro concertos dos Coldplay, nos quais se esperam mais de 200 mil pessoas, sendo este o evento em Portugal que, segundo a Ticketline, registou a maior procura de sempre.

A banda liderada por Chris Martin sobe ao palco Estádio Cidade de Coimbra na quarta-feira, na quinta-feira, no sábado e no dia 21, que é um domingo, juntando uma média de 50 mil pessoas em cada um dos concertos, o que perfaz mais de 200 mil pessoas nos quatro concertos previstos.

A elevada procura de ingressos que se registou em agosto de 2022 fez com que a promotora Everything is New agendasse sucessivas datas de concertos na cidade de Coimbra, onde tem início a digressão europeia dos Coldplay.

O acesso aos ‘sites’ oficiais para compra de bilhetes – cujos preços variaram entre os 65 euros e os 150 euros, mais taxas, passando por 85 euros no relvado do Estádio Cidade de Coimbra – chegou a estar congestionado, contando com mais de 400 mil pessoas em espera na plataforma Ticketline.

Na altura, a presidente executiva da plataforma Ticketline, Ana Ribeiro, admitiu que a procura por bilhetes para os concertos de Coldplay, que esgotaram em poucas horas, atingiu um nível histórico, sem precedentes no país.

“É inédito em Portugal, nunca houve tanta procura para um evento em Portugal”, destacou.

A especulação de bilhetes para concertos da banda liderada por Chris Martin levou também a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) a deter várias pessoas, que tentavam a sua venda por preços muito acima do seu real valor facial.

Para que Coimbra acolhesse a realização destes quatro concertos, a Câmara Municipal atribuiu, em abril, um apoio financeiro no valor de 440 mil euros à Everything is New, no âmbito de um protocolo de colaboração celebrado entre a autarquia, a promotora Everything is New e a Associação Académica de Coimbra – Organismo Autónomo de Futebol (AAC/OAF).

Segundo a autarquia, tal serviu para “colocar a cidade na rota dos grandes eventos mundiais”, gerando “impacto mediático” e refletindo-se “sobremaneira na economia local”, sendo “os dois setores diretamente mais beneficiados o da hotelaria e da restauração, com evidentes proveitos financeiros”.

“Tão relevante quanto as receitas e o retorno económico para a cidade, está o facto de estes concertos constituírem um produto estratégico para o turismo em Coimbra, não só pela enorme capacidade de atração de visitantes, mas também pelo efeito catalisador dentro da própria cidade”, justificou.

O protocolo prevê ainda que a Câmara de Coimbra fique responsável pela substituição ou reparação do relvado do estádio após os concertos e isente de qualquer taxa a promotora dos espetáculos Everything is New.

Aquando da votação deste apoio, em reunião do executivo municipal, o presidente da Câmara, José Manuel Silva, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD, CDS-PP, Nós,Cidadãos!, PPM, Aliança, RIR e Volt), vincou que estes concertos são “um dos melhores negócios de sempre nesta área para a cidade de Coimbra e para a sua região”.

A oposição disse não duvidar da visibilidade que os concertos dão a Coimbra, no entanto, o Partido Socialista criticou os “dados ocultos” quanto ao negócio, nomeadamente a receita global de bilheteira e custos globais de produção associados ou o valor que a promotora irá pagar à AAC/OAF.

Sobre esta matéria, o presidente da Académica, Miguel Ribeiro, confirmou, em fevereiro, que o clube de Coimbra, que milita no terceiro escalão do futebol português, vai receber uma contrapartida financeira pelo uso do estádio, “fundamental” para as contas da presente época desportiva, escusando-se, no entanto, a revelar o seu valor.

A atuação dos Coldplay obrigou ainda a que o Estádio Cidade de Coimbra fosse alvo de alguns melhoramentos, por parte da Everything is New, que o autarca de Coimbra designou de “enorme investimento”.

O diretor da produtora Everything is New, Pedro Viegas, escusou-se a informar o valor desse investimento, indicando apenas que estão a ser feitos “melhoramentos a nível estrutural”.

A presença dos Coldplay a Coimbra mexeu também com a data do tradicional cortejo, que foi adiado de 21 para 23 de maio, pela organização da Queima das Fitas, o que causou algum descontentamento em membros da academia.

Mais satisfeitos estarão os empresários do ramo hoteleiro, uma vez que, segundo o presidente da entidade regional Turismo do Centro, Pedro Machado, a hotelaria da região de Coimbra está completamente esgotada.

Os quatro concertos dos Coldplay vão ainda obrigar ao corte de trânsito em parte da zona circundante no Estádio Cidade de Coimbra, estando também previsto circuitos especiais dos Transportes Urbanos.

Entre 16 e 22 de maio (com uma interrupção entre as 02:00 e as 23:00 de dia 19), haverá corte integral de circulação pedonal e rodoviária nas zonas mais próximas do Estádio Cidade de Coimbra e também condicionamento de trânsito em várias vias numa zona mais vasta, onde só será permitida a circulação de transportes públicos, residentes, acesso a propriedade privada e ao centro comercial Alma e a empresas prestadoras de serviços e velocípedes, nos dias dos concertos, entre as 14:00 e as 20:00.

Haverá também interdições de venda ambulante num perímetro à volta do estádio e os estabelecimentos de restauração poderão efetuar venda ao postigo “diretamente para a rua ou através da instalação de balcões à porta dos estabelecimentos nos dias dos concertos”.

Para facilitar a circulação das pessoas que pretendem assistir aos espetáculos, a Câmara de Coimbra reforçou a oferta de linhas que cobrem a envolvente do estádio e vai disponibilizar quatro circuitos especiais de transporte coletivo, tendo ainda criado uma pulseira diária, no valor de quatro euros, que permite circular em todos os autocarros.

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