EUA dizem que foi alcançado “meio-termo” nas negociações para trégua com Hamas

Os Estados Unidos da América reforçaram a conclusão hoje apresentada pelo Egito e afirmaram que foi encontrado um “meio-termo” durante as recentes negociações em Paris para garantir uma trégua em Gaza, segundo o conselheiro de segurança do Presidente.

© D.R.

 

“É verdade que representantes de Israel, dos Estados Unidos da América, do Egito e do Qatar se reuniram em Paris e chegaram a um consenso entre si sobre as linhas gerais”, disse o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, na estação televisiva norte-americana CNN, referindo-se a um possível acordo para a libertação de reféns e um cessar-fogo temporário.

“Não vou entrar em detalhes porque ainda estão a ser negociados”, disse.

Segundo Sullivan, terá de haver espaço para negociações indiretas entre o Qatar, o Egito e o Hamas porque, em última instância, terão de concordar com a libertação de reféns.

“Esperamos que nos próximos dias possamos chegar a um ponto em que haja, de facto, um acordo sólido e final sobre esta questão”, declarou.

Fontes egípcias já tinham dito hoje de manhã à agência noticiosa EFE que as negociações em Paris para uma trégua entre Israel e o Hamas “tiveram um resultado positivo” e estão “numa fase avançada”.

“As conversações chegaram a um resultado positivo e a um ponto de encontro durante o qual será declarada uma trégua relativamente longa, de até seis semanas”, disseram as fontes, que pediram para não ser identificadas.

O acordo inclui, numa primeira fase, a libertação de 30 reféns detidos pelo Hamas desde o ataque do grupo a Israel, em 07 de outubro, em troca de 300 prisioneiros palestinianos nas prisões israelitas.

“Além disso, nesta primeira fase, haverá um cessar-fogo completo e a retirada das forças israelitas de Gaza […], depois seguir-se-ão outras fases até à libertação de todos os reféns detidos pelo Hamas”, acrescentaram as fontes.

Durante esta primeira fase da trégua, “as negociações abordarão questões como o futuro de Gaza, a solução de dois Estados e o relançamento das negociações de paz israelo-palestinianas”, indicaram também.

As fontes atribuíram o “desenvolvimento positivo” às “concessões feitas pelos representantes do Hamas relativamente a muitas das suas exigências”.

Meios de comunicação israelitas revelaram na sexta-feira “progressos significativos” nas conversações de Paris que envolveram representantes de Israel, dos Estados Unidos, do Egito e do Qatar, mas avisaram que ainda há um longo caminho a percorrer.

O conselheiro de segurança nacional de Israel, Tzachi Hanegbi, confirmou à imprensa israelita no sábado que o gabinete de guerra de Israel seria informado nas horas seguintes sobre o que foi discutido em Paris e disse que também que “será possível fazer progressos”.

O conflito em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita em território israelita em 07 de outubro.

Nesse dia, cerca de 1.200 pessoas foram mortas, na sua maioria civis, mas também perto de 400 militares, segundo os mais recentes números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que mais de 100 permanecem na Faixa de Gaza, território controlado pelo Hamas desde 2007.

Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde então a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 29 mil pessoas, na maioria mulheres, crianças e adolescentes.

Últimas de Política Internacional

A reunião em Pequim dos dirigentes chinês, Xi Jinping, russo, Vladimir Putin, e norte-coreano, Kim Jong-un, é um "desafio direto" à ordem internacional, declarou, esta quarta-feira, a chefe da diplomacia da UE.
O ministro das Finanças alemão, Lars Klingbeil, afirmou que os preços mais baixos da energia contribuem para garantir empregos na Alemanha, o que constitui a "máxima prioridade".
Marine Le Pen, líder do partido Rassemblement National (RN), pediu hoje ao presidente Emmanuel Macron para convocar eleições ultra-rápidas depois da previsível queda do Governo do primeiro-ministro François Bayrou.
O Governo britânico começou a contactar diretamente os estudantes estrangeiros para os informar de que vão ser expulsos do Reino Unido caso os vistos ultrapassem o prazo de validade, noticiou hoje a BBC.
O deputado brasileiro Eduardo Bolsonaro avisou hoje que prevê que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, imponha novas sanções contra o Brasil, caso o seu pai, Jair Bolsonaro, seja condenado de tentativa de golpe de Estado.
No último fim de semana, a Austrália assistiu a uma das maiores mobilizações populares dos últimos anos em defesa de políticas migratórias mais rigorosas. A “Marcha pela Austrália” reuniu milhares de cidadãos em várias cidades, incluindo Sidney, Melbourne e Adelaide, numa demonstração clara da crescente preocupação da população com os efeitos da imigração massiva sobre o país.
O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, voltou hoje a defender "um pacto de Estado face à emergência climática" após os incêndios deste verão e revelou que vai propor um trabalho conjunto para esse objetivo a Portugal e França.
A Comissão Europeia vai apresentar na reunião informal do Conselho Europeu, em 01 de outubro, em Copenhaga, o plano para reforçar a defesa e segurança dos países da UE, anunciou hoje a presidente.
O Ministério das Finanças da África do Sul prepara-se para baixar o nível a partir do qual considera que um contribuinte é milionário, com o objetivo de aumentar a receita fiscal no país africano mais industrializado.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, alertou hoje que a Rússia se prepara para lançar uma nova ofensiva em grande escala na Ucrânia, de acordo com os meios de comunicação locais.