O PSD e a Iniciativa Liberal voltam a ver os seus quadros políticos envolvidos numa polémica que liga diretamente Lisboa a Bruxelas. A revista Sábado revelou que dois dos ‘homens-chave’ das campanhas autárquicas e legislativas dos respetivos partidos acumulavam tarefas partidárias enquanto eram remunerados como assistentes do Parlamento Europeu.
O caso mais emblemático é o de Ângelo Pereira, líder da distrital do PSD de Lisboa e diretor de campanha de Suzana Garcia na Amadora, que participou em 48 ações de campanha em apenas 20 dias, ao mesmo tempo que constava como assistente local do eurodeputado social-democrata Paulo Cunha. Este justifica o contrato como uma “assessoria permanente” de três meses, totalizando nove mil euros. Pereira argumenta que conciliou tudo sem conflitos de agenda: “a maioria das iniciativas decorreu ao fim do dia, à noite ou aos fins de semana”.
A Sábado aponta também Ricardo Pais Oliveira, vice-presidente da IL e responsável pelas campanhas nacionais do partido, como outro nome pago por Bruxelas enquanto desempenhava funções diretamente ligadas às eleições. Assessor do eurodeputado João Cotrim Figueiredo, terá coordenado a estratégia liberal nas legislativas de maio enquanto recebia salário europeu, apesar de o regulamento ser claro: assistentes parlamentares não podem trabalhar para partidos políticos.