Atualmente, existe em vários estados-membros da EU um conjunto de postulados, que ao estarem a ser constantemente veiculados pela comunicação social, apadrinhada por uma esquerda marxista e dogmática do ponto de vista ambientalista e energético, acabam por ser considerados como verdades universais.
Perante este cenário, torna-se fulcral, apresentar ideias e soluções que se diferenciam destas pseudoverdades, mesmo que em primeira instância não sejam bem acolhidas, uma vez que se está a contestar o “politicamente correto”.
Com o necessário bom-senso, mas acima de tudo com a certeza de que se está a promover uma disrupção através de uma sustentada fundamentação de opções que objetivam um incremento da nossa economia, da causa ambiental e da qualidade de vida dos portugueses.
É inequívoco que a problemática das desigualdades sociais na sociedade contemporânea, tem como uma das causas principais, a maior ou menor disponibilidade de energia de uma forma fiável e sustentada.
Enquadrado por uma doutrina fechada em torno de conceitos abstratos e vazios, verifica-se que a esquerda partidária existente em Portugal, tem aproveitado uma opinião pública com maior apetência a responder a estímulos emocionais, do que a análises racionais, para que não se equacione a construção de centrais nucleares no nosso país, contrariando o programa aprovado pela Comissão Europeia em maio de 2022, o REPowerEU, em que se referencia a marca “verde” para o gás e a energia nuclear e de que são exemplos as decisões de não desmantelar centrais nucleares (caso da Bélgica) e a de se incrementar esta indústria em França.
Em Portugal, através da governação socialista, o problema ambiental tem tido uma configuração que passa pelo recurso a energias renováveis, nomeadamente, a hídrica, a eólica e a solar, contudo não se pode escamotear a falta de fiabilidade deste tipo de energias no que concerne à garantia de abastecimento elétrico sem falhas, assim como o elevado custo que está associado à sua produção em larga escala, a que se agrega os impactes ambientais relativos à criação de albufeiras, à proliferação de parques solares fotovoltaicos e a implantação de torres de eólicas.
Esta postura do governo português, tem-se configurado em personagens políticas que “vestindo a roupagem” de detentores das verdades universais, têm dificultado e mesmo impedindo que se explore em Portugal jazidas de gás natural ao largo do Algarve e do Alentejo e da região do Oeste, não tendo o discernimento de pugnar por um inteligente equilíbrio entre questões ambientais e crescimento económico.
A estes dogmas acresce a postura de se ignorar soluções que contemplem por exemplo a energia nuclear, o que tende a dificultar a possibilidade dos portugueses virem a usufruir de uma melhor qualidade de vida, perante os dramáticos dados da Estratégia Nacional de Longo Prazo para o Combate à Pobreza Energética 2021-2050, onde se revela que 1,2 e 2,3 milhões de portugueses vivem em situação de pobreza energética moderada e entre 660 e 740 mil pessoas encontram-se numa situação de pobreza energética extrema.
A que acresce os indicadores da Healthy Homes Barometer, que identifica Portugal como o país da UE com maior percentagem de crianças (51%), com risco elevado de viver em habitações com más condições de saúde.
Em síntese, todos os dados e referências identificam de um modo inquestionável que a pobreza energética em que Portugal está mergulhado, resulta de uma conjugação de fatores, que incluem a qualidade e desempenho energético das habitações, os rendimentos desajustados às necessidades energéticas e os preços da energia, que urgem de soluções potencialmente aplicáveis, que terão de ser, financeira, ecológica e operacionalmente viáveis.