No dia seguinte a ser conhecido o acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) que rejeitou o recurso do Ministério Público (MP) no processo da Operação Influencer e decidiu reduzir as medidas de coação, André Ventura considerou que “fica evidente um entendimento diferente” entre o Ministério Público e estes juízes, mas defendeu que esta é uma decisão sobre medidas de coação e não sobre a investigação em si.
“Há um sinal preocupante, uma pressão enorme da sociedade civil, quer de setores ligados ao PS, quer de setores ligados a varias instituições, para ilibar António Costa, coisa que não aconteceu com outros políticos e outros processos”, disse, questionando porque não existiu esta pressão, por exemplo, em relação ao antigo primeiro-ministro José Sócrates.
Ventura considerou que “parece haver uma espada sobre o tribunal” a pedir a absolvição rápida de Costa “para ele poder ir para o Conselho Europeu”, mas disse não incluir o Presidente da República entre estes setores que pressionam a justiça.
“Temos de ter uma justiça de igual para todos, há pessoas à espera há dez anos”, defendeu, em declarações aos jornalistas no Jardim da Praça do Império, em Lisboa.
O líder do CHEGA considerou que, independentemente do que venham a ser as conclusões judiciais, há suspeitas políticas neste campo, que envolve a construção de um centro de dados (Data Center) na zona industrial e logística de Sines pela Start Campus.
Por isso, irá propor uma comissão parlamentar de acompanhamento (não de inquérito) – semelhante à que se constituirá para os fundos comunitários – para investigar os “negócios de milhões do lítio e do hidrogénio”.