PGR presta hoje esclarecimentos no parlamento sobre atividade do Ministério Público

A procuradora-geral da República, Lucília Gago, é ouvida hoje no parlamento sobre o relatório anual de atividade do Ministério Público (MP), mas deve ser também questionada sobre diversos casos judiciais que agitaram a sociedade portuguesa no último ano.

© site do Ministério Público

A audição de Lucília Gago na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias está agendada para as 09:30, na sequência de requerimentos apresentados em 25 de junho por Bloco de Esquerda e PAN, quando falta sensivelmente um mês para o fim do seu mandato de seis anos à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR).

“Entende o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda que é oportuno e pertinente que a senhora Procuradora-Geral da República seja chamada a esta Comissão Parlamentar, a fim de apresentar o relatório anual de atividade e prestar os esclarecimentos que se revelem necessários”, lê-se no requerimento dos bloquistas a solicitar a audição urgente, lembrando que nenhum dos relatórios anuais foi apresentado aos deputados durante o seu mandato.

Já a deputada única do PAN, Inês Sousa Real, aponta no requerimento submetido as diversas violações do segredo de justiça em processos mediáticos nos últimos anos e uma “reiterada falta de transparência” do MP na investigação criminal.

“Não se trata de pedir explicações sobre processos concretos – algo que, de resto, poderia afrontar o princípio da separação de poderes -, mas antes de assegurar que, no limiar do final do mandato e perante um conjunto significativo de situações que degradam a imagem do Ministério Público, a senhora Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, possa fazer um balanço perante esta assembleia”, referiu o PAN.

Entre as questões que poderão ser colocadas à procuradora-geral está a atuação do MP em três processos que marcaram a atualidade política no último ano, nomeadamente, a Operação Influencer, que levou à demissão do Governo liderado por António Costa; o caso que investiga suspeitas de corrupção da Madeira e que também ditou a queda do governo regional; e o designado caso das gémeas, no qual estão em causa suspeitas de pressões políticas no tratamento com o medicamento Zolgensma no Hospital de Santa Maria.

A audição de Lucília Gago ocorre depois da sua primeira entrevista a um meio de comunicação social em seis anos de mandato, ao quebrar o silêncio em julho na RTP. Entre outras coisas, denunciou a existência de uma “campanha orquestrada” contra o MP e referiu que o ex-primeiro António Costa continuava sob investigação no caso Influencer, o que suscitou ainda mais críticas e pedidos de esclarecimento de diversos partidos.

Lucília Gago, que já manifestou a sua indisponibilidade para continuar no cargo, ainda deixou críticas à ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, após a governante ter declarado que o futuro procurador-geral teria de “arrumar a casa”.

O relatório de atividade, que só foi divulgado publicamente em 05 de agosto e já depois de ser confirmada a presença de Lucília Gago perante os deputados no dia 11 de setembro, indica que o MP terminou 2023 com mais de 300 mil processos pendentes, devido ao aumento do número de inquéritos abertos no ano passado.

O MP registou ainda um aumento nos inquéritos instaurados nas áreas do cibercrime, da violência conjugal e do tráfico de droga, assumindo também que o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), a unidade que investiga a criminalidade mais complexa, apenas fez acusações em 2% dos inquéritos concluídos em 2023.

Últimas de Política Nacional

O candidato presidencial André Ventura reagiu com indignação às queixas apresentadas na Comissão Nacional de Eleições (CNE), considerando que está a ser alvo de uma tentativa de silenciamento e perseguição política.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, revelou esta sexta-feira no Parlamento que 154 bebés nasceram fora de unidades hospitalares em 2025, até ao momento.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, esteve esta sexta-feira no Parlamento para defender a proposta de Orçamento do Estado para 2026 na área da Saúde, mas acabou por enfrentar momentos tensos, sobretudo com o CHEGA a exigir responsabilidades políticas pelo caso trágico da morte de uma grávida no Hospital Amadora-Sintra.
O Governo vai cortar mais de 200 milhões em despesa com medicamentos e material de consumo clínico, segundo a nota explicativa do Orçamento do Estado para 2026, que prevê uma redução de 136 milhões nos bens e serviços.
O ministro da Presidência comprou à empresa do cunhado um imóvel em Lisboa pelo mesmo preço de 2018. O governante defende que “não houve qualquer preço de favor”.
André Ventura reforça a sua posição na corrida a Belém. Com 15,8% das intenções de voto, o líder do CHEGA ultrapassa Gouveia e Melo e aproxima-se do candidato apoiado pelo PSD, mostrando uma trajectória ascendente rumo a 2026.
'Outdoor' "Isto não é o Bangladesh" vandalizado apenas 24 horas após o decreto presidencial que marca as eleições para 18 de janeiro de 2026.
Nelson Cunha, candidato do CHEGA, venceu as eleições para a Câmara Municipal do Entroncamento a 12 de outubro de 2025, com 37,34% dos votos. Esta vitória representa uma mudança histórica no concelho, tradicionalmente dominado pelo PS e PSD, sendo a primeira vez que o CHEGA conquista a presidência da câmara. O seu lema de campanha, “Juntos pelo Entroncamento”, refletiu o apelo à união e à renovação no município. Na noite da vitória, recebeu o apoio e a visita do presidente do partido, André Ventura. Agora, Nelson Cunha compromete-se a focar-se em prioridades como a segurança, o desenvolvimento local e a
O PSD enfrenta uma nova tempestade política: Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira e dirigente do PSD-Madeira, está sob investigação por alegado financiamento ilegal do partido.
O CHEGA conseguiu o apoio do PSD para alterar a Lei da Nacionalidade e permitir que quem engane o Estado ou cometa crimes graves perca o direito de ser português. “Não podemos continuar a premiar criminosos com o privilégio da nacionalidade”, afirmou Ventura, garantindo que “Portugal voltou a ter voz e coragem”.