CHEGA LEVA A DEBATE REFERENDO SOBRE IMIGRAÇÃO 


A Assembleia da República debateu, na passada quarta-feira, a proposta do partido CHEGA para a realização de um referendo nacional sobre a imigração.

© Folha Nacional

André Ventura pretende que os cidadãos se pronunciem sobre a introdução de limites anuais à imigração e a criação de quotas que reflitam as necessidades de setores como o turismo e a construção.

O Presidente do CHEGA sustenta que “o país sente a pressão migratória nas suas várias dimensões, na habitação, saúde, segurança e criminalidade, mas também na diversidade e na pressão cultural”.

“Portugal deve receber bem aqueles que o procura, protegê-los e integrá-los na sua economia e no seu crescimento económico. Isto não quer, no entanto, dizer que Portugal possa ficar à mercê de portas completamente abertas, sem qualquer controlo e com um drama que todos os dias aumenta e se intensifica em muitas das nossas regiões”, acrescentou em declarações aos jornalistas.

A proposta tem gerado controvérsia, com André Ventura a sublinhar que a medida é “incontornável” e deve ser alvo de consulta popular.

Na abertura do debate, a deputada do CHEGA Vanessa Barata defendeu que “o aumento insustentável das chegadas irregulares de imigrantes justifica que se pense fora da caixa”, fazendo uma referência clara ao referendo proposto pelo partido, desafiando os restantes partidos a acompanhar a proposta do CHEGA dizendo que “se os partidos em representação do povo não tiverem receio do mesmo, vão acompanhar a nossa proposta”.

Terminada a apresentação da proposta o plenário ficou em silêncio sem qualquer tipo de inscrição dos restantes partidos e já com André Ventura no púlpito, para fechar o debate, é que CDS se inscreveu, numa clara tentativa de voltar a trás no boicote que a extrema-esquerda se preparava para fazer ao debate.

Boicote que ficou claro com as palavras do deputado António Filipe do PCP, que acabou por intervir, quando disse que “o objetivo era deixar o CHEGA a falar sozinho”.

A deputada do CHEGA, Cristina Rodrigues, pediu a palavra para relembrar a palavras de Giorgia Meloni, primeira-ministra italiana, que disse que “os imigrantes ilegais são inimigos dos imigrantes legais”, aproveitando ainda para questionar a bancado do PSD quanto é que os portugueses gastam com os pedidos de asilo. “Quanto do dinheiro dos portugueses é gasto com os pedidos de asilo?”, perguntou a deputada.

No encerramento do debate, o Presidente do CHEGA, André Ventura, desafiou o PSD a voltar à “essência da direita ao combate à imigração ilegal”

Perante as críticas vindas dos outros partidos, ao referendo proposto pelo CHEGA, André Ventura retaliou dizendo que tema a “uma certeza sobre este parlamento. Da extrema-esquerda ao liberalismo consciente, na hora da verdade, ninguém tem coragem de dar a palavra aos portugueses sobre imigração”.

Para encerrar o debate, André Ventura voltou a defender os emigrantes portugueses, que têm sido comparados com os imigrantes que chegam a Portugal e deixou explicita a prioridade do CHEGA:

“Para nós será sempre Portugal primeiro e os portugueses primeiro”, disse.

Últimas de Política Nacional

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vetou hoje os decretos da lei da nacionalidade, na sequência das inconstitucionalidades decretadas pelo Tribunal Constitucional, devolvendo-os à Assembleia da República.
O candidato presidencial Luís Marques Mendes divulgou hoje uma lista com os 22 clientes da sua empresa, na qual se encontram prestações de serviços em consultoria, comentários e participações em conferências, e que inclui a construtora de Famalicão Alberto Couto Alves.
A Autoridade Tributária classificou como “antiga” uma moradia reconstruída em 2024 pertencente ao ministro da Presidência, António Leitão Amaro, permitindo-lhe pagar menos de metade do IMI devido.
Luís Marques Mendes encerrou a sua empresa familiar e mantém silêncio sobre clientes, contactos e serviços que lhe renderam centenas de milhares de euros.
Foi distinguido oficialmente pelo Estado, elogiado em Diário da República pela ex-ministra da Justiça e apresentado como um quadro exemplar da governação. Meses depois, Paulo Abreu dos Santos está em prisão preventiva, suspeito de centenas de crimes de pornografia de menores e de abusos sexuais contra crianças.
O presidente da Assembleia da República decidiu hoje não remeter ao Ministério Público o caso da adulteração da assinatura da deputada socialista Eva Cruzeiro, considerando não atingir o patamar de crime, embora se trate de ato censurável.
André Ventura defende hoje em tribunal que os cartazes que visam os ciganos são uma mensagem política legítima cujas exceções ou retirada representaria um “precedente gravíssimo” e que os autores da ação pretendem um “julgamento político” da sua atividade.
O candidato presidencial André Ventura afirmou que Luís Marques Mendes está “condicionado”, considerando que as verbas recebidas pelos concorrentes a Belém como consultores não são uma questão menor.
A averiguação preventiva à Spinumviva, empresa da família do primeiro-ministro Luís Montenegro, foi arquivada na terça-feira, anunciou hoje a Procuradoria-Geral da República (PGR).
A Polícia Judiciária entrou esta terça-feira na Câmara de Mirandela e em empresas privadas para investigar alegadas ilegalidades em contratos urbanísticos. O processo envolve crimes de prevaricação e participação económica em negócio, com seis arguidos já constituídos.