Médicos lamentam que tenham sido as mortes a obrigar Governo a negociar

A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) lamentou hoje que, apesar dos alertas, tenham sido as diversas mortes na sequência dos atrasos nas chamadas de emergência a forçar o Governo a ouvir os técnicos de emergência pré-hospitalar.

© Facebook/FNAM

Em comunicado, a Fnam diz que a ministra da Saúde “poderia ter ouvido, a tempo e horas”, o alerta dos profissionais da emergência pré-hospitalar sobre as insuficiências, bem como as soluções para a melhoria das suas condições de trabalho e acesso a serviços.

“Ao escolher não o fazer, contribuiu para este desfecho trágico. A Fnam lamenta as oito vítimas e presta sentidas condolências às famílias”, escreve a federação.

Na nota hoje divulgada, a Fnam recorda que este ano já ocorreram mais de 40 partos em ambulâncias, “além de todas as consequências que se têm feito sentir para os utentes pelas crescentes dificuldades no acesso ao SNS [Serviço Nacional de Saúde]”.

Sublinha que “o serviço de excelência” prestado pela emergência pré-hospitalar se deve “à elevada competência e resiliência dos seus profissionais” e lamenta os “fortes constrangimentos” que esta área tem sofrido, sobretudo “devido à falta de investimento nos seus recursos humanos e materiais”.

“A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, que não negociava nada com o sindicato do setor, garante agora que vai negociar tudo, mas podia e devia ter demonstrado essa disponibilidade a tempo de evitar oito tragédias”, afirma, referindo-se à falta de resposta da tutela aos alertas dos técnicos de emergência pré-hospitalar, que acabaram por entrar em greve às horas extraordinárias no dia 30, uma paralisação desconvocada na quinta-feira.

A Fnam lembra que Portugal dispunha, até aqui, de “excelentes indicadores de desempenho”, quer ao nível da emergência pré-hospitalar, quer ao nível dos cuidados de saúde materno-infantil.

“A falta de competência de quem está a conduzir os desígnios do SNS, está a perigar os resultados que levaram décadas a construir”, considera a federação, que exige igualmente “uma negociação séria” com os profissionais de saúde, rejeitando “medidas de contingência avulsas definidas pela pressão mediática”.

Últimas do País

O Ministério Público (MP) arquivou o inquérito por violação de segredo de Estado que tinha aberto após ter sido apreendida, na Operação Influencer, uma 'pen-drive' com uma lista de agentes dos serviços de informação.
A praia da Nazaré está desde domingo interditada a banhos, pela terceira vez este verão, devido a uma "escorrência" detetada nesse dia, mantendo-se a medida até serem revelados os resultados das análises efetuadas às águas balneares.
O Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Sintra decidiu hoje levar José Castelo Branco a julgamento nos exatos termos da acusação do Ministério Público (MP) por violência doméstica sobre Betty Grafstein.
As intervenções emergentes e críticas decorrentes dos incêndios rurais deste verão têm o valor de 3,7 milhões de euros, revelou o Ministério do Ambiente e Energia, adiantando existir uma dotação de 15 milhões de euros para ações urgentes.
O número de atendimentos em serviço de urgência do Serviço Nacional de Saúde diminuiu cerca de 4% em duas décadas, entre 2003 e 2023, período em que o número de enfermeiros especialistas triplicou, segundo dados divulgados hoje pelo INE.
A Guarda Nacional Republicana (GNR) inicia na terça-feira uma operação de sensibilização e fiscalização rodoviária direcionada aos comportamentos associados à condução agressiva, em especial dos utilizadores de veículos de duas rodas a motor.
O Ministério da Saúde revelou hoje que há instituições que tinham assinado contratos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para cuidados continuados que pediram a rescisão, num total que abrange mais de 870 camas.
Um sismo de magnitude 2.8 na escala de Richter, com epicentro cerca de 10 quilómetros a norte de Santa Luzia, na ilha do Pico, foi hoje sentido pelas 13:09, nos Açores, segundo o IPMA.
Um incêndio que deflagrou hoje numa zona de mato em Vila de Rei, no distrito de Castelo Branco, já se encontra dominado, segundo o Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil da Beira Baixa.
O SNS tem mais de 150 mil trabalhadores, mas os bastonários dos médicos e enfermeiros elencam a falta de profissionais como um constrangimento do serviço público que já gasta cerca de 15 mil milhões de euros anualmente.